terça-feira, 26 de fevereiro de 2019


Iodo
Ocorrência
O iodo encontra-se na proporção de 0,0007% no total de cinzas, e na quantidade de 0,02 gramas por 70 quilos de peso corporal. Cerca de 60% do iodo concentra-se na tireóide, e o restante acha-se distribuído através de vários tecidos, especialmente sangue, ovários e músculos.
Descoberta antiga
Um dos primeiros oligoelementos a serem relacionados como imprescindíveis à nutrição humana foi o iodo. Há referências muito antigas à ocorrência de bócio. Mas a relação causal entre esta doença e a deficiência de iodo foi estabelecida somente no século XIX. Empiricamente, certos produtos do mar ricos em iodo, como a esponja marinha, eram já utilizados eficazmente contra o bócio simples. Em 1895, Baumann constatou a existência de iodo na glândula tireóide. Desde essa descoberta, o iodo vem sendo empregado mais correntemente no tratamento e na profilaxia do bócio.
Funções metabólicas básicas
- A principal função do iodo no organismo, e também a única bem configurada, é participar da composição dos hormônios sintetizados na glândula tireóide. Esses hormônios executam os seguintes papéis básicos:
1 - Regulação da produção de energia e do metabolismo celular;
2 - Regulação do crescimento e da síntese de proteína;
3 - Atuam também na função reprodutora, no crescimento da pele e dos pêlos, na função neuromuscular, na regulação do colesterol sérico, na absorção de glicídios e na conversão do caroteno em vitamina A.
Sinais e sintomas de carência
Quando o iodo fornecido pela dieta é insuficiente, a glândula tireóide começa a degradar as reservas de tireoglobulina para produzir tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3). Quando o teor de hormônios tireoideanos diminui no sangue, a hipófise libera o TSH (hormônio estimulante da tireóide), que, sendo secretado em maior quantidade e com maior frequência, ocasiona hiperplasia e hipertrofia da tireóide, numa tentativa de compensar a produção deficitária de hormônio. Surge, como consequência, o bócio.
O bócio simples, endêmico ou coloidal caracteriza-se pelo aumento de tamanho da glândula tireóide, sendo mais frequente em mulheres e em regiões distantes da costa, em que o teor de iodo no solo e nos alimentos é menor.
Necessidades nutricionais
- As RDA sugerem que a ingestão diária de 30 mg/dia para homens adultos e 100 mg/dia para mulheres adultas é adequada.
- Quantidades extras de 125 mg/dia e 150 mg/dia são recomendadas na gravidez e na lactação, respectivamente.
- Crianças devem ingerir teores bem mais elevados que os adultos, dada a participação dos hormônios tireoideanos no desenvolvimento físico.
Fontes alimentares
O iodo é um mineral presente em concentrações relativamente altas no ambiente marinho. Alimentos provenientes do mar contêm apreciáveis teores de iodo. No Japão, onde o consumo de algas marinhas e outros produtos marinhos são comuns, a incidência de bócio é a mais baixa do mundo.
O teor de iodo nos vegetais varia em função da concentração do solo. Alimentos produzidos em regiões próximas ao litoral tendem a fornecer teores mais altos de iodo. Povos que vivem em regiões montanhosas, distantes da costa, e que limitam sua ingestão alimentar a produtos locais, apresentam maior probabilidade de desenvolver bócio.
Em países como os Estados Unidos e a Suíça, o iodo vem sendo acrescentado ao sal consumido em regiões bócio-endêmicas há várias décadas, como medida preventiva, na forma de iodeto de potássio. Atualmente, a iodetação do sal é obrigatória em vários países. O teor de iodo é de aproximadamente algumas dezenas de microgramas por grama no sal iodado.
Hiperingestão
O excesso de iodo pode apresentar efeitos semelhantes aos da carência. Não há, entretanto, evidências de que a hiperingestão de iodo constitua um problema nutricional digno de nota.
Substâncias bociogênicas
Certos alimentos contêm substâncias ativas capazes de interferir na utilização de iodo e de provocar bócio simples. São exemplos desses alimentos o repolho e outras plantas do gênero Brassica, a couve-flor, a couve, o amendoim, o nabo e as rutabagas. Todavia, o consumo normal destes alimentos não provocará qualquer efeito adverso; apenas o consumo exclusivo ou excessivo poderá revelar ações antitireoideanas. O cozimento, ademais, inativa os bociogênicos.
As sulfonamidas e as drogas do grupo tio-uréia apresentam atividade bociogênica.

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