O COMER COMPULSIVO
O que é o comer
compulsivo?
O
comer compulsivo se verifica quando a tendência alimentar fica fora de controle
e a pessoa come em excesso. O comer compulsivo não é o nome de um distúrbio
alimentar, mas um termo que os pacientes usam para descrever padrões
alimentares que fogem ao seu controle e que podem parecer um vício em comida.
Além
disso, ele tem como característica um padrão recorrente; a pessoa come
exageradamente, não consegue parar mesmo se sentindo saciada e isso vai se
repetindo ao longo do tempo trazendo consequências danosas ao organismo.
Quais são as
"causas" do comer compulsivo?
Desde
o momento em que nascemos estamos acostumados a associar a comida às emoções.
Pessoas que comem compulsivamente podem usar a comida como a única maneira de
lidar com emoções negativas. Elas associam a fome a um desejo incontrolável e
começam a ingerir o que estiver pela frente, não importando o que seja.
O
comer compulsivo geralmente começa na infância ou na adolescência por
influência da família, de fatores hereditários, ambientais e socioculturais.
Quase 80% das pessoas com o transtorno do comer compulsivo têm algum outro
diagnóstico psiquiátrico associado, como depressão, transtorno bipolar ou
transtornos de ansiedade.
Pacientes
com transtornos do pânico são mais vulneráveis a desenvolver compulsão
alimentar como forma de aliviar sua ansiedade. De forma semelhante, pacientes
com transtornos de humor podem desenvolver compulsão alimentar como meio de
lidar com suas emoções. Como os comedores compulsivos sentem que não podem
controlar a ingestão de alimentos, é provável que se digam carentes de “força
de vontade” e que estão comendo por prazer e não por uma necessidade física
genuína.
Quais são as principais
características clínicas do comer compulsivo?
As
pessoas com o transtorno do comer compulsivo pensam em comida e de fato comem o
tempo todo e se sentem culpadas, envergonhadas ou deprimidas depois de comer. A
pessoa se sente compelida a comer mesmo quando não está com fome e não consegue
parar quando já está saciada. Geralmente isso a faz ganhar peso. Como
resultado, os comedores compulsivos lutam para controlar seu peso na maioria
dos casos.
Mas
o comedor compulsivo é muito diferente do que alguém sente depois de comer uma
farta refeição, por exemplo. Depois de comer em excesso, em um dia específico,
a pessoa pode até se sentir arrependida, mas não é tomada pela vergonha.
Comedores compulsivos têm desejos de comer grandes quantidades de comida a cada
vez ou pequenas ou grandes quantidades a todo o momento, ou estão quase sempre
a mordiscar algo.
As
seguintes características alimentares são encontradas nas pessoas que comem
compulsivamente: comer mais rápido que o normal, comer além do ponto de
satisfação, comer quando não está fisicamente com fome, comer às escondidas,
sozinho ou em segredo, sentir-se culpado e com vergonha depois ter comido
demais e não adotar medidas tentando compensar excessos de comida, como
acontece na bulimia.
Os
pacientes que comem compulsivamente possuem autoestima mais baixa que os
demais, buscam um controle alimentar mais no exterior que no interior e
preocupam-se mais com o peso e a forma física do que outros indivíduos que
também possuem sobrepeso, mas não possuem o transtorno.
Como é diagnosticado o
comer compulsivo?
O
diagnóstico de compulsão alimentar é eminentemente clínico e dependente dos
relatos dos pacientes. De um modo geral é caracterizado por uma sensação de
falta de controle sobre a alimentação. Uma diferenciação deve ser feita com a
bulimia nervosa, em que a compulsão alimentar está associada regularmente ao
uso de comportamentos compensatórios, como, por exemplo, a purgação (provocar
vômitos).
Como tratar o comer
compulsivo?
Em
muitos casos, existe um fator psicológico desencadeando a compulsão. Um
terapeuta que acompanhe o paciente e trabalhe junto com ele focando na
frustração sentida pelo paciente e no desenvolvimento de seu autoconhecimento
pode ajudar a prevenir o comportamento compulsivo.
Nos
casos mais resistentes à terapia, o tratamento mais frequente é feito com
antidepressivos, que também servem para tratar os mais prováveis transtornos
associados (depressão, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo ou TOC).
Esse tratamento tem maior efeito quando associado à terapia
cognitivo-comportamental. Ele mostrou-se eficaz quanto à diminuição da
frequência da compulsão alimentar e o desaparecimento dos demais sintomas. Os
resultados podem ser ainda melhores se houver acompanhamento nutricional e
adesão a exercícios físicos regulares.
Na
tentativa de solucionar o problema, 27 a 47% dos pacientes fazem cirurgia
bariátrica, com resultados variáveis. É recomendável submeter-se concomitantemente
a uma psicoterapia.
É
importante conversar com o paciente para que ele se autoconscientize antes de
começar a comer. É necessário que ele pense honestamente, antes de se
alimentar, se ele está realmente com fome. Se sim, ele deve comer devagar,
usando pratos menores, pensando no momento da alimentação e escolhendo
alimentos que causam mais saciedade como proteínas e fibras. Se não, ele deve
imediatamente se dedicar a alguma atividade que prenda a sua atenção por pelo
menos 30 a 40 minutos. Muitas vezes, isso é o suficiente para passar aquele
momento de compulsão que se instalaria.
Referências
- ABCMED, 2018. O comer compulsivo. Disponível em: https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/1319063/o+comer+compulsivo.htm. Acesso em: 21 mai. 2019.
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Elaborado por: Rayan J. N. Leite, estudante de Nutrição do 7º Período, estagiário na Clínica Esportiva - Janete Neves, sob supervisão da Nutricionista Dra. Janete Neves;
Elaborado por: Rayan J. N. Leite, estudante de Nutrição do 7º Período, estagiário na Clínica Esportiva - Janete Neves, sob supervisão da Nutricionista Dra. Janete Neves;
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