A
canela é uma casca proveniente de uma árvore tropical da família Lauracae, do gênero Cinnamomum; presente em climas tropicais, quentes, úmidos e de
baixa altitude. É conhecida como uma especiaria, há muito tempo presente em carnes,
doces e bebidas. Também presente na medicina popular, é usada para combater dores
de dente, halitoses e problemas digestivos. Possui quantidades significativas
de vitaminas C, K, E, A e do complexo B; além dos minerais cálcio, potássio,
magnésio, fósforo e ferro. Possui propriedades
antioxidantes, anti-inflamatórias, antibacterianas e anti-reumáticas, através
dos seus componentes bioativos presentes como as cumarinas, cinamaldeido, ácido
cinâmico, antocianinas, procianidina e proantocianidinas Mas o foco dos estudos
atuais na planta está sobre suas propriedades hipoglicemiantes.
Pesquisas
apontam que essas propriedades provém das proantocianidinas (ou taninos
condensados) e polifenóis presentes na canela. Teoriza-se que os polifenóis
desempenham papel semelhante à insulina no organismo, e estão presentes em
diversas espécies da família Lauracae. Outro
mecanismo proposto para os polifenóis é a inibição da síntese da α-amilase pancreática,
diminuído a absorção da glicose no trato intestinal e consequentemente diminuído
a glicemia sanguínea. As proantocianidinas, por sua vez, supostamente atuam no
tratamento da diabetes tipo 2 sendo reguladoras da glicose através do estímulo para
produção de insulina; além de modular o estado inflamatório da doença.
Em
estudo de 2014, as propriedades da canela foram observadas quando testadas em
indivíduos saudáveis. A pesquisa foi realizada com 31 adultos não diabéticos,
tendo sido avaliado o efeito do chá de canela por comparação dos valores
obtidos de glicémia em jejum e após prova oral de tolerância à glicose (PTGO)
aos 30, 60, 90 e 120 minutos, com os valores obtidos 7 dias depois, nas mesmas
condições, após PTGO e ingestão de 100 mL de chá de canela. Os resultados
obtidos demonstraram diminuição significativa da glicemia de 0.006 em 30 minutos
para 0,0011 em 120 minutos após a ingestão da bebida, o que demonstra uma queda
de 81% nos valores. Também foi verificada a presença elevada de polifenóis (562
mg/L) e proantocianidinas (528 mg/L); além de alto poder antioxidante. Ainda são
necessários estudos que comprovem essa eficácia em indivíduos portadores de
patologias associadas a alterações glicêmicas.
Fonte:
SANTOS, E., J., Efeito da ingestão de
chá de canela C. Burmannii na
glicemia pós-prandial de indivíduos adultos não diabéticos. 2014,
Dissertação (mestrado em nutrião clínica), Institutuo Superior de Ciências da
Saúde Egas Moniz, Portugal, 2014.
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