Muito
se fala hoje em dia em métodos para acelerar a perda de peso, e em
contrapartida a ciência vem para esclarecer qual o nível das evidências da
segurança em seu uso. Os chás emagrecedores, muito populares por prometerem
efeitos diuréticos e emagrecedores, são alvo de estudos com o objetivo de
levantar os possíveis efeitos colaterais causados por seu consumo. Alguns dos
mais comuns encontrados em casas naturais e feiras, comprados sem prescrição e
tomados por conta própria.
O chá
verde , quando consumido acima do recomendado pode causar hepatotoxicidade, e o
cafeinismo, que é característico da ingestão de grandes doses de cafeína
(superior a 600mg/dia), causando insônia, irritabilidade, ansiedade, cansaço e
distúrbios do sono.
Já a
cáscara sagrada possui efeitos adversos e interações com outros medicamentos
orais, pelo fato do intenso fluxo gastrointestinal afetar a absorção de outros
fármacos, além de potencializar os cardiotônicos e os antiarrítmicos. Causa cólicas abdominais, diarreias agudas e
náuseas; a diarreia é bastante comum, já que o efeito laxante do produto agride
significativamente a mucosa intestinal, desencadeando deficiências de líquidos,
eletrólitos, vitaminas e minerais. A Cáscara Sagrada também é contraindicada
para indivíduos que possuem doenças crônicas intestinais, suspeitando-se ainda,
de que o uso crônico possa provocar Melanose coli caracterizada por alterações
nas funções intestinais.
A
noz da índia vem sendo estudada devido recentes incidentes com pessoas que a
consumiram. Em razão de suas propriedades
laxativas, muitos ignoram a existência de toxicidade, especialmente, em
sementes não processadas que possuem saponinas e forbol. Nesse sentido, mais de
3 nozes já podem ser consideradas tóxicas, apresentando como sintomas:
diarreia, vômitos, cólicas abdominais severas, sede intensa, letargia e em
casos mais graves, desidratação pronunciada, midríase, taquicardia e quadros
neurológicos ligados a câimbras musculares.
Vendidos
separadamente ou em mixes, os chás muitas vezes possuem plantas não declaradas
nos rótulos e que podem ter efeitos diferentes dos esperados, podendo ser até
abortivos. É importante ter consciência de que apesar de ser de origem natural,
muitas plantas medicinais são utilizadas para outros fins diferentes dos
utilizados pelo uso cultural, o que pode causar muitos efeitos adversos,
tornando-se um grande problema de saúde pública. No Brasil são poucas as
pesquisas que comprovam e avaliam a segurança do consumo de plantas medicinais
e fitoterápicos e as regras para o consumo não são claramente estabelecidas,
mas essas plantas são comercializadas livremente em feiras, mercados, lojas,
sendo que muitas delas não têm acompanhamento de um órgão regulatório
O
uso de fitoterápicos parece seguir a mesma tendência das plantas medicinas.
Eles são recomendados por amigos e familiares ou mesmo vizinhos, sendo muito
pouca a participação de um profissional de saúde para o devido acompanhamento.
Isso contribui com o aumento do erro na utilização desses produtos, podendo
causar intoxicação por superdosagem ou até mesmo interação com outros medicamentos.
Isto tem gerado preocupação aos órgãos de saúde com a qualidade desses
produtos, pelo fato de muitos se apresentarem de má qualidade quanto à pureza,
autenticidade ou composição química diferente.
É sempre
importante procurar orientação médica antes de comsumir chás e ervas que
prometam efeitos de cura ou emagrecimento, pois seus efeitos colaterais podem
ir desde o mal estar até a interação com medicamentos específicos, aborto, problemas na absorção de nutrientes e
óbito.
Fonte:
QUEIROZ, Francielda et al.
Utilização de plantas medicinais e fitoterápicos como emagrecedores por
mulheres de um projeto social em Sete Lagoas/MG. Revista Brasileira de Ciências
da Vida, v. 5, n. 1, 2017.
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