sexta-feira, 31 de maio de 2019

O perigo dos chás emagrecedores


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Muito se fala hoje em dia em métodos para acelerar a perda de peso, e em contrapartida a ciência vem para esclarecer qual o nível das evidências da segurança em seu uso. Os chás emagrecedores, muito populares por prometerem efeitos diuréticos e emagrecedores, são alvo de estudos com o objetivo de levantar os possíveis efeitos colaterais causados por seu consumo. Alguns dos mais comuns encontrados em casas naturais e feiras, comprados sem prescrição e tomados por conta própria.
O chá verde , quando consumido acima do recomendado pode causar hepatotoxicidade, e o cafeinismo, que é característico da ingestão de grandes doses de cafeína (superior a 600mg/dia), causando insônia, irritabilidade, ansiedade, cansaço e distúrbios do sono.
Já a cáscara sagrada possui efeitos adversos e interações com outros medicamentos orais, pelo fato do intenso fluxo gastrointestinal afetar a absorção de outros fármacos, além de potencializar os cardiotônicos e os antiarrítmicos.  Causa cólicas abdominais, diarreias agudas e náuseas; a diarreia é bastante comum, já que o efeito laxante do produto agride significativamente a mucosa intestinal, desencadeando deficiências de líquidos, eletrólitos, vitaminas e minerais. A Cáscara Sagrada também é contraindicada para indivíduos que possuem doenças crônicas intestinais, suspeitando-se ainda, de que o uso crônico possa provocar Melanose coli caracterizada por alterações nas funções intestinais.
A noz da índia vem sendo estudada devido recentes incidentes com pessoas que a consumiram.  Em razão de suas propriedades laxativas, muitos ignoram a existência de toxicidade, especialmente, em sementes não processadas que possuem saponinas e forbol. Nesse sentido, mais de 3 nozes já podem ser consideradas tóxicas, apresentando como sintomas: diarreia, vômitos, cólicas abdominais severas, sede intensa, letargia e em casos mais graves, desidratação pronunciada, midríase, taquicardia e quadros neurológicos ligados a câimbras musculares.
Vendidos separadamente ou em mixes, os chás muitas vezes possuem plantas não declaradas nos rótulos e que podem ter efeitos diferentes dos esperados, podendo ser até abortivos. É importante ter consciência de que apesar de ser de origem natural, muitas plantas medicinais são utilizadas para outros fins diferentes dos utilizados pelo uso cultural, o que pode causar muitos efeitos adversos, tornando-se um grande problema de saúde pública. No Brasil são poucas as pesquisas que comprovam e avaliam a segurança do consumo de plantas medicinais e fitoterápicos e as regras para o consumo não são claramente estabelecidas, mas essas plantas são comercializadas livremente em feiras, mercados, lojas, sendo que muitas delas não têm acompanhamento de um órgão regulatório
O uso de fitoterápicos parece seguir a mesma tendência das plantas medicinas. Eles são recomendados por amigos e familiares ou mesmo vizinhos, sendo muito pouca a participação de um profissional de saúde para o devido acompanhamento. Isso contribui com o aumento do erro na utilização desses produtos, podendo causar intoxicação por superdosagem ou até mesmo interação com outros medicamentos. Isto tem gerado preocupação aos órgãos de saúde com a qualidade desses produtos, pelo fato de muitos se apresentarem de má qualidade quanto à pureza, autenticidade ou composição química diferente.
É sempre importante procurar orientação médica antes de comsumir chás e ervas que prometam efeitos de cura ou emagrecimento, pois seus efeitos colaterais podem ir desde o mal estar até a interação com medicamentos específicos, aborto, problemas na absorção de nutrientes e óbito.
Fonte: QUEIROZ, Francielda et al. Utilização de plantas medicinais e fitoterápicos como emagrecedores por mulheres de um projeto social em Sete Lagoas/MG. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 5, n. 1, 2017.

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