quarta-feira, 15 de novembro de 2023

O Uso da Beterraba Como Vasodilatador: Fisiologia e Eficácia

O Uso da Beterraba Como Vasodilatador: Fisiologia e Eficácia










    Muitos atletas e entusiastas tem utilizado a beterraba em suas refeições diárias, com o intuito de melhorar a vascularização durante as sessões de treinamento, consequentemente, melhorando a performance, provendo mais oxigenação e nutrientes para o músculo alvo. Porém, isto é realmente eficaz fisiologicamente? ou será um efeito placebo? Existem trabalhos científicos que evidenciam este benefício? 

A Teoria Por Trás da Utilização

    A beterraba é um alimento rico em nitratos (ativadores das proteínas cinases intracelulares em resposta à ligação de hormônios peptídeos à membrana celular), contendo uma concentração maior que 1000mg/Kg. O nitrato tem sido considerado um importante percursor de óxido nítrico, o que, neste contexto, sugere um papel considerável na regulação da pressão arterial e fluxo sanguíneo. Por consequência, houve um aumento do interesse em pesquisas relacionando as beterraba à estes efeitos ergogênicos, alguns destes sugerindo que a beterraba poderia aumentar a atividade mitocondrial.

    A redução da pressão arterial ao realizar a ingestão de beterraba, se dá pela conversão de nitrato em nitrito, o que promove uma maior biodisponibilidade de Óxido Nítrico, substância que tem como mecanismo ação, a vasodilatação, através do relaxamento dos músculos lisos periféricos, pela síntese de guanosina-monosfosfato cíclica a partir da guanosina trifosfato (ativadores das proteínas cinases intracelulares em resposta à ligação de hormônios peptídeos à membrana celular). 

    O Que Se Tem de  Evidência?

      Um estudo foi realizado com ciclistas, consumindo o suco de beterraba concentrado durante 6 dias consecutivos. O resultado foi que a concentração média de VO2 reduziu durante os exercícios. Outro estudo, um trial clínico, placebo-controlado e duplo cego, foi realizado em um colégio particular na cidade de São Caetano Do Sul. O grupo era composto por 10 jogadores do sexo feminino participantes de um time de handebol. Neste estudo, foi elaborado o suco de beterraba in natura, paralelo ao placebo, elaborado com 60ml de xarope de groselha diluídos em 440ml de água. 180 minutos após as adolescentes terem ingerido o suco de beterraba, ou placebo, foi realizado um teste de performance, onde a pressão arterial e frequencia cardíaca eram aferidas antes e após o teste de potência. Como resultado, se obteve uma redução média de 2.3%| em comparação ao grupo placebo, no tempo de execução do teste. 

Quantidade Ideal Para a Eficácia

    A suplementação de suco de beterraba tem se mostrado eficaz para o aumento da perfomance, em indivíduos que realizam atividades de alta intensidade. 
    A quantidade administrada das doses varia dentre os estudos, porém, é plausível concluir que doses entre 6mmol e 11mmol cerca de 120 minutos antes dos exercícios, tem se mostrado eficaz para o aumento da performance de atletas.

Conclusão

    Com base nos dados apresentados nos estudos, pode-se concluir que a eficácia do uso da beterraba como vasodilatador e seu impacto na atividade física variam de acordo com vários fatores. Os resultados sugerem que a suplementação crônica com beterraba entre 5 a 7 dias, mostrou melhorias significativas na performance em esforços intermitentes de alta intensidade. No entanto, sua eficácia variou entre os estudos.

     A Suplementação aguda com beterraba parece ter impacto maior nos testes de curta duração, naqueles que envolvem esforços máximos entre 6 a 10 segundos. 

    Em resumo, os resultados indicam que a beterraba pode induzir a melhora da performance em exercícios intermitentes de alta intensidade, especialmente aqueles com duração curta. No entanto a eficácia pode depender de fatores como: tempo de suplementação, tipo de exercício e duração do esforço físico. Mais pesquisas ainda são necessárias para entender completamente o mecanismo e os benefícios da beterraba sendo utilizada como um alimento vasodilatador.

Artigo Escrito Por:
Gabriel Sanches

https://doi.org/10.1186/s12970-017-0204-9














    

     

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