O chá-verde é feito com as
folhas da planta Camellia sinensis, que é rica em polifenóis de catequinas e
cafeína. O chá verde é composto por 3 tipos de catequinas, sendo a
“epigalocatequina-galato(EGCG)”, a mais bioativa, e também a cafeína que
completa os tais compostos fenólicos do chá verde. As catequinas são
fito-nutrientes da família dos polifenóis, que tem ação antioxidante.
Há um interesse crescente
pelo potencial papel do extrato de chá-verde no estresse oxidativo, e no
metabolismo da gordura, bem como, sua influência sobre a saúde e o desempenho
no exercício.
Vários estudos relatam que o
extrato de chá verde aumenta a oxidação de gordura em repouso e durante o
exercício, ao mesmo tempo em que atenua os níveis de marcadores de estresse
oxidativo após o exercício.
Isso por conta dos mecanismos
de ação das catequinas e cafeína, que sugerem o aumento da oxidação da gordura
durante o exercício aeróbico, e com isso, pode ter um efeito poupador de
glicogênio e consequentemente resultar em uma melhor capacidade de resistência.
Além disso, os compostos
presentes no chá verde possuem propriedades antioxidantes e podem atenuar o
estresse oxidativo, ajudando os atletas a se recuperarem do exercício.
Isso posto, trazemos
o resultado de estudos, onde foram testados a suplementação do extrato do chá
verde em vários atletas e praticantes de atividades físicas, em diferentes
modalidades esportivas, com diferentes composições corporais, bem como, em
diferentes doses, e em diferentes períodos de ingestão, ou seja, doses agudas
(únicas, mais pontuais), e doses crônicas (
mais prolongadas por até 4 semanas).
Quanto ao
desempenho esportivo: Foram analisados ciclistas, atletas
amadores, velocistas, praticantes de crossfit, e homens treinados. As doses
suplementadas também variaram em quantidades e tempo de ingestão.
Os resultados
mostraram que a ingestão aguda do chá verde não foi efetiva para
a melhoria do desempenho em atletas e praticantes de atividade física.
Entretanto, o consumo do extrato encapsulado com dose específica de
catequinas por dia, a partir de 15 dias, apresentou efeitos
positivos na função neuromuscular em resposta a uma condição de fadiga
cumulativa.
Quanto à
composição corporal: o chá verde pode atuar na
melhora do desempenho, por meio da adequação do % de gordura? Os estudos
mostraram que em indivíduos ativos suplementados com extrato de chá verde
descafeinado por 4 semanas, apresentaram redução significativa de gordura
corporal. Uma quantidade específica do suplemento associado ao exercício
aeróbico como Jump fit, induziu a redução da circunferência abdominal em
mulheres. Contudo, vale ressaltar que o extrato de chá verde tem efeito na
redução de gordura corporal em praticantes de atividade física, e carece
de mais estudos para melhor avaliarem os efeitos em atletas.
Destacamos que a expressão descafeinado, é apenas para isolar o efeito das catequinas sem
a interferência da cafeína, haja vista, a dúvida sobre quem seria o responsável
pelos benefícios: as catequinas ou a cafeína.
Quanto ao
efeito anti-inflamatório/antioxidante: As catequinas
presentes no chá verde exibem atividades antioxidantes, e possuem várias
propriedades biológicas importantes como antifúngicas e anti-inflamatórias. É
possível que o chá verde auxilie na recuperação dos atletas.
Entretanto, os
estudos mostraram que a ingestão aguda dos polifenóis do chá verde NÃO atenua o
estresse oxidativo induzido pelo exercício e dano muscular, mas a infusão do
chá verde pode aumentar significativamente a capacidade anti-bacteriana salivar
independente da atividade física.
Sendo assim, não se pode negar as propriedades
benéficas do chá verde ao organismo humano, porém usá-lo objetivando
performance esportiva, ainda é muito precoce e pouco conclusiva. Procure sempre
um nutricionista ou médico capacitado para a devidas orientações em porque,
para quem, quanto e quando consumir o chá verde. Caso contrário, o desperdício
de recursos, tempo, bem como, a frustração estará presente em seu processo em
busca do seu objetivo.
Referencias:
Daniel Rojano-Ortega, Regular, but not acute, green tea
supplementation increases total antioxidant status and reduces exercise-induced
oxidative stress: a systematic review, Nutrition Research, Volume 94, 2021,
Pages 34-43, ISSN 0271-5317, https://doi.org/10.1016/j.nutres.2021.08.004. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0271531721000543)
MACÊDO, A. P. A. Efeitos do chá verde no
rendimento esportivo. RBNE - Revista Brasileira de Nutrição Esportiva,
v. 15, n. 91, p. 173-180, 17 jul. 2021.
https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1839
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