quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Açúcar Desvendado: 3 Mitos Que Caem e 3 Verdades Científicas Incontornáveis

 

3 Mitos Sobre o Açúcar

1. "Açúcar causa hiperatividade em crianças"

Estudos experimentais controlados e revisões sistemáticas mostram que o consumo de açúcar não provoca alterações comportamentais ou cognitivas em crianças. Uma meta-análise envolvendo 16 estudos bem controlados concluiu que não há efeito estatístico significativo do açúcar sobre comportamento ou desempenho cognitivo infantil 

2. "Açúcar é viciante como drogas pesadas"

Embora existam hipóteses sobre mecanismos cerebrais semelhantes entre o consumo excessivo de açúcar e dependência, não há evidências clínicas diretas que confirmem que o açúcar seja aditivo como substâncias ilícitas 

3. "Mel e açúcar mascavo são significativamente mais saudáveis que o açúcar refinado"

Essa crença carece de suporte clinicamente relevante: mesmo açúcares “naturais” como mel ou mascavo se comportam metabolicamente de forma similar ao açúcar refinado—não oferecem benefícios nutricionais substantivos além das calorias 


3 Verdades Científicas Sobre o Açúcar

1. "Excesso de açúcar prejudica seriamente sua saúde"

Uma abrangente umbrella review (revisão de revisões) encontrou associações significativas entre alto consumo de açúcar e diversas doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, cânceres e problemas neuropsiquiátricos 

2. "Bebidas açucaradas elevam o risco de doenças e mortes"

Estudos têm associado o consumo de bebidas adoçadas com açúcar a mais incidência de obesidade, resistência à insulina, doenças cardiovasculares e mortalidade. A orientação geral é reduzir a ingestão de açúcares a menos de 25 g/dia (~6 colheres de chá) e limitar bebidas açucaradas a menos de uma porção por semana 

3. "Beber refrigerantes ainda muito cedo pode aumentar o risco de TDAH "

Uma coorte populacional da Coreia acompanhou crianças que consumiram ≥200 mL diários de bebidas açucaradas antes dos 2 anos e constatou um risco aumentado de desenvolver TDAH posteriormente (HR ajustado ≈ 1,17; intervalo de confiança 1,08–1,27)


Conclusão

O açúcar não é um mocinho nem um vilão absoluto. Estudos clínicos não mostram que ele cause hiperatividade ou dependência direta, e versões "naturais" não são metabolicamente superiores. Porém, o excesso, especialmente em bebidas adoçadas, está associado a vários riscos de saúde, incluindo o potencial aumento de TDAH quando consumido muito cedo.




Referências (PubMed)

  1. Meta-análise sobre comportamento infantil: The effect of sugar on behavior or cognition in children PubMed

  2. Revisões sobre mecanismos de açúcar e ADHD/dopamina: Attention‑Deficit/Hyperactivity Disorder: is it time to reappraise the role of sugar consumption? PubMedPMC

  3. Umbrella review sobre açúcar e saúde crônica: Dietary sugar consumption and health: umbrella review PubMedNCBI

  4. Associação de bebidas adoçadas e TDAH: Consumption of Sugar‑Sweetened Beverages before 2 Years of Age and Attention‑Deficit/Hyperactivity Disorder PubMedPMC


Feito por Yasmin Garcia

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