terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desidratação em altitude: um estudo de caso


A influência do clima montanhoso sobre o organismo do homem é determinada por diversos fatores da natureza. Entre eles encontram-se as diferenças bruscas de umidade e temperatura, a diminuição da pressão atmosférica e da pressão parcial do oxigênio . A pressão parcial do oxigênio (PO2) decai gradativamente com o aumento da altitude. Ao nível do mar a PO2 inspirada é de 159 mmHg e no topo do Monte Everest esta é de 42 mmHg. Logo, em altitude, ocorre uma queda na pressão arterial de oxigênio (PaO2), podendo levar o indivíduo à uma hipóxia (deficiência de oxigênio). Com a intenção de evitar ou minimizar os efeitos da hipóxia, o organismo ativa o sistema de hiperventilação, que é um aumento na freqüência e profundidade respiratórias. O ar nas regiões montanhosas costuma ser frio e seco, o que pode ocasionar uma grande perda na quantidade de água corporal através da respiração, a hiperventilação intensifica esta maneira de perda líquida. As perdas excessivas de água, sais e outros eletrólitos, juntamente com a falta de água disponível em altitude, pode ocasionar um dos grandes problemas enfrentados pelos montanhistas, a desidratação. Uma redução de apenas 1% a 3% do peso corporal, ocasionada pela desidratação, pode deteriorar as respostas fisiológicas e do desempenho.Uma perda parcial de água, por exemplo, de 4 a 5% do peso corpóreo, a capacidade de trabalho já é reduzida em 20 a 30%. A perda de líquidos aumenta em até 5 vezes no exercício, principalmente devido ao índice de evaporação durante a respiração. Contudo, não se conhece o nível de desidratação em altitudes superiores a 6.000 m.
As dificuldades presentes em expedições na altitude com relação aos aspectos fisiológicos do corpo humano, juntamente com a falta de estudos na área, apontam a necessidade das coletas de dados para a verificação do nível de desidratação que um alpinista pode apresentar numa escalada a um pico de aproximadamente 6.000 metros, e quais são as suas conseqüências.

A perda de peso na altitude é devido inicialmente à desidratação, mas que este quadro pode ser alterado próximo de três semanas de exposição. O percentual de redução do peso corporal é utilizada para quantificar o grau de desidratação.
Os praticantes do montanhismo devem ter uma grande responsabilidade com relação a sua alimentação e hidratação. As grandes altitudes, além de provocar a grande perda de líquidos, pode provocar uma perda no apetite e diminuição da sede. Sendo assim, o próprio praticante deve controlar suas ingestas, pois mesmo não sentindo a necessidade de se alimentar e ingerir água, o organismo pode estar apresentando um déficit.
A sede é a sensação que impele o indivíduo a beber água, o controle da sede e da secreção de ADH é realizado pelos osmorreceptores e receptores sensíveis às mudanças do volume plasmático. Modificações de apenas 1% na osmolaridade do plasma são suficientes para ativar os osmorreceptores, que estão localizados no hipotálamo, aumentando a descarga desses receptores e conseqüentemente a sensação de sede e a secreção de ADH (pela neurohipófise).
Quando o indivíduo tem a sensação de sede, quer dizer que ele já está em um estágio de desidratação. Quando o estímulo da sensação é enviado, a falta de água já foi detectada.
A água é uma boa opção para reidratação devido ao fato de ser facilmente disponível, com baixo custo e um esvaziamento gástrico relativamente rápido. Contudo, para atividades prolongadas (mais de uma hora) seria mais eficaz beber líquidos contendo de 0,5 a 0,7g/l de sódio, pois somente a água favoreceria a desidratação voluntária, dificultando o equilíbrio hidro-eletrolítico.
P
equenas quantidades de eletrólitos (e de glicose) adicionadas a bebida para reidratação, podem proporcionar efeitos positivos no processo de reidratação. A água pura estimula a produção de urina devido a dissolução do sódio e reduz a sensação de sede, que depende do sódio. O acréscimo destas pequenas quantidades de eletrólitos mantém a concentração plasmática de sódio e o impulso da sede, restaurando mais rapidamente o volume plasmático perdido.
Os índices da densidade de urina obtidos, tanto no início da escalada (1.006), quanto no fim (1.014), não chegaram a representar um nível significativo de desidratação, o índice mínimo para apresentação de sintomas da desidratação é 1.015.
Contudo com a intenção de evitar a perda excessiva de água corporal os atletas devem estar atentos a ingestão correta de líquidos.




Postado por Heleuza Silva e Priscila Lumazini

Nenhum comentário:

Postar um comentário