O exercício físico hoje é considerado um dos principais fatores na promoção da qualidade de vida dos indivíduos, diminuindo os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas e atuando no aumento da longevidade.
Já a perturbação do ciclo do sono resulta em significativos danos à saúde e ao bem-estar, representando nos casos mais graves risco de morte. Em vista da suas conseqüências e incidência, os distúrbios no ciclo do sono são considerados um problema de saúde pública
As causas mais comuns de prejuízo do sono são a restrição e a fragmentação. A restrição pode ser resultado da demanda de trabalho ou escola, responsabilidades, uso de medicamentos, fatores pessoais e estilos de vida. A fragmentação resulta em um sono de quantidade e qualidade inadequadas, sendo conseqüência de condições médicas e/ou fatores ambientais que o interrompem ou o atrapalham.
Como conseqüências do prejuízo no sono podem ocorrer reduções da eficiência do processamento cognitivo, do tempo de reação e responsividade atencional; além de déficit de memória, aumento da irritabilidade, alterações metabólicas, endócrinas e quadros hipertensivos.
Atualmente, os exercícios são reconhecidos pela American Sleep Disorders Association como uma intervenção não-farmacológica para a melhora do padrão de sono. Porém a prática de exercícios físicos com essa finalidade ainda é pouco executada.
Modelos teóricos explicam que os efeitos do exercício sobre o sono estão associados possivelmente ao processo termorregulatório, da conservação de energia e da restauração corporal.
Portanto, o exercício, ao aumentar a temperatura corporal, criaria uma condição capaz de facilitar "o disparo" do início do sono, devido a ativação de mecanismos indutores do sono no sistema nervoso.
Observa-se, portanto, que os exercícios podem auxiliar no tratamento e prevenção de alguns distúrbios no ciclo do sono.
Sabe-se que um fator importante para o desempenho durante o exercício é um período de recuperação adequado e este período de recuperação sem dúvida alguma inclui o sono. A importância do sono na recuperação entre as sessões de treinamento torna-se mais evidente, em vista da associação entre a secreção de hormônio de crescimento (GH) e o sono de ondas lentas (50-70% da secreção do hormônio ocorre durante a parte inicial do sono), por isso a importância de um sono adequado para a restauração corporal, restauração dos estoques energéticos e ressíntese protéica.
Contudo, exercícios demasiadamente intensos e de longa duração podem levar a um período inadequado de recuperação. Existem evidências de que a síndrome de overtraining manifesta-se, além de outros parâmetros fisiológicos, também no padrão de sono.
Portanto, é possível dizer que o exercício em demasia, assim como um sono de má qualidade, pode prejudicar o rendimento durante os treinamentos ou mesmo durante provas importantes. Sendo assim, conhecer melhor o padrão de sono pode ser importante para alcançar um melhor desempenho na prática de exercícios.
Postado por: Barbara Bernardes e Débora Soares
Referências:
MARINS, P. J. F.; MELLO, M. T. Exercício e sono. Rev. Bras. Med. Esporte, v.7, n.1, Niterói, 2001.
MELLO, M. T. et al. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Rev. Bras. Med. Esporte, v. 11, n. 3, Mai/Jun, 2005.
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