Índices antropométricos distintos, em particular o índice de massa corporal (IMC) para classificação de sobrepeso e obesidade, têm sido utilizados para avaliar a associação entre excesso de peso e morbidade cardiovascular. Ainda que seja uma excelente medida de obesidade, o IMC não considera a variação na distribuição da gordura corporal.
Vários estudos têm registrado que a circunferência abdominal (CA) ou da cintura (CC), indicadores de distribuição da gordura corporal, estão associadas à ocorrência de doenças metabólicas e cardiovasculares, dentre estas a hipertensão arterial. Não obstante, a literatura é controversa, havendo estudos que apontam a CA e a CC, e não o IMC, como os principais fatores associados ao risco de desfechos adversos em saúde relacionados à obesidade. Por outro lado estudos endossam a utilização da combinação de CC e IMC na identificação de fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Pelas analises foram aferidas massa corporal, estatura, CA, pressão arterial e escolaridade. As mensurações antropométricas e de pressão arterial foram realizadas com base em protocolos internacionais e resultados de estudos sobre a qualidade do processo de aferição foram considerados satisfatórios.
Considerando três grupos com base no índice de massa corporal [IMC = peso(kg)/estatura(m)2]: eutrofia (IMC = 18,5-24,9kg/m2); sobrepeso (IMC = 25,0-29,9kg/m2); e obesidade I (IMC = 30,0-34,9kg/m2). Mulheres que apresentavam pressão sangüínea sistólica > 140mmHg ou diastólica > 90mmHg ou faziam uso de medicação anti-hipertensiva foram consideradas hipertensas.
Onde a prevalências de hipertensão arterial, sobrepeso e obesidade, e de CA > 88cm, onde o resultado para hipertensão arterial foi de 22,1%, sendo que 237 (34,2%) das participantes hipertensas apresentavam valores elevados de CA. Assim as mulheres com valores elevados de CA apresentaram prevalência de hipertensão arterial 2,5 vezes mais alta do que as de CA normal . A associação entre obesidade e hipertensão seguiu o mesmo padrão. Em contrapartida diferenças foram mais marcantes e, estatisticamente significativas, nos grupos de mulheres eutróficas e com sobrepeso. Sendo que para as mulheres eutróficas quanto para as obesas, a prevalência de hipertensão arterial foi cerca do dobro naquelas com valores elevados de CA, quando comparadas com as de CA normal.
Sendo assim ainda que seja pertinente a discussão acerca do uso da CA, CC, IMC, ou da conjugação destes índices como marcadores do risco cardiovascular, observou-se na maior parte das investigações que valores elevados de CA e de CC associam-se a um risco mais elevado de hipertensão arterial.
Dessa forma acerca do uso da CA, CC, IMC, ou da conjugação destes índices como marcadores do risco cardiovascular, observou-se na maior parte das investigações que valores elevados de CA e de CC associam-se a um risco mais elevado de hipertensão arterial.
Conforme estudos realizados faz-se a importância da inclusão da mensuração da CA na rotina dos serviços de saúde. A aferição de CA, independente das medidas tradicionalmente já realizadas nesses serviços (massa corporal e estatura), poderia contribuir para a identificação precoce ou suspeição de hipertensão arterial.
A prevenção do sobrepeso e da obesidade é o principal meio para diminuir a adiposidade abdominal, ou seja, intervenções que reduzam a adiposidade total irão diminuir a CC e a CA e terão impacto nas incidências de hipertensão arterial. Nessa perspectiva, promover estratégias que visem a mudanças no estilo de vida, tais como aumento da atividade física, abandono do tabagismo e modificações nos hábitos alimentares – alimentação saudável – são oportunas e necessárias.
Postado por: Sueli Merz
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