A maioria da gordura trans consumida atualmente foi criada pela indústria alimentícia pela hidrogenação parcial dos ácidos graxos poliinsaturados .Os ácidos graxos parcialmente hidrogenados são considerados uma boa fonte alternativa, em decorrência da gordura animal que são ricas em gordura saturada e colesterol, para a indústria de alimentos devido ao baixo custo, disponibilidade, funcionalidade e estabilidade .
Porém pesquisas relatam que dietas ricas em ácidos graxos trans podem causar efeitos deletérios no perfil lipídico, 2% da energia consumida na forma de ácido graxo causa um aumento de 23% de doença arterial coronária. Visto isso inúmeros países sugerem que a quantidade de gordura trans esteja informada no rótulo dos alimentos, porém muitas indústrias vêm retirando ou adulterando a quantidade dos seus produtos. Estudos alegam que concomitantemente com o baixo teor de gordura trans é muito importante que os alimentos possuem pequenas quantidades de gorduras saturadas e um equilíbrio entre ácidos da família ômega 3 e 6.
Para diminuir ou excluir realmente a quantidade de ácidos graxos trans dos alimentos sem alterar a estrutura, palatabilidade e reduzirem os efeitos indesejáveis à saúde é necessário um aumento no custo e grandes modificações nas formulações e na própria indústria. Uma alternativa é o óleo de palma, porém óleos vegetais não-hidrogenados como soja, canola, milho e girassol produzem melhores efeitos no perfil lipídico se comparados ao óleo de palma ou os hidrogenados. Estudos comparando o óleo de palma e os ácidos graxos trans possuem pouca ou nenhum diferença em relação as concentrações do LDL , porém a concentração de HDL é aumenta e a razão colesterol total / HDL e a concentração de triglicérides comparadas com a concentração de trans.
Um estudo com alimentos encontrados no mercado com alegação de 0% gordura trans foram examinados para saber a veracidade dessa informação, estes produtos são margarina cremosa A e B , margarina com fitoesterol, biscoito doce recheado ,bata frita,biscoito salgado sem recheio , lanche com hambúrguer do tipo fast food , manteiga rica em gordura saturada margarina dura . Foram encontrados nos produtos pesquisados ( com exceção do biscoito doce recheado) percentual de ácido graxos maior ou igual a 50% ; a ordem decrescente da quantidade de ácidos graxos é feita pela manteiga ,margarina cremosa A , margarina dura, biscoito doce recheado e salgado.O ácido linoléico esteve em menor quantidade no fast food e biscoito doce recheado , em relação ao ômega 6 e ômega 3 na batata frita do fast food e nos biscoitos recheado e salgados foram encontrados valores bem acima dos recomendados . Em relação a quantidade de gordura saturada em ordem decrescente temos lanche de hambúrguer com batata frita, hambúrguer , somente batata frita , biscoito recheado ,salgado e margarina.
Mesmo com a redução de ácidos graxos trans foi possível observar que os alimentos estudados possuem grandes quantidades de gordura saturada, e alguns alimentos possuem quantidades além das recomendadas de ômega 3 e 6 para a prevenção da aterosclerose , com isso podendo diminuir os supostos benefícios da retiradas de gordura trans dos alimentos analisados.
O grande problema do consumo destes alimentos é que eles não são as únicas fontes de gordura saturada da dieta do dia , assim podendo ocorrer desníveis no perfil lipídio plasmático , ocasionando em hipertensão , dislipidemia ,obesidade , resistência insulínica e diabetes tipo 2 que são percussores para doenças cardiovasculares .
Apesar de rotularem uma suposta ausência de gorduras trans nos alimentos estudados, foram encontrados em contrapartida grandes quantidade de gordura saturada.O consumo frequente e irrestrito desses alimentos podem causar malefícios para a saúde , com isso é possível concluir que mesmo os rótulos informando que não há ácidos graxos trans nos alimentos estudados não significa que existe uma liberação para o consumo irrestrito desses alimentos.
Postado por: Clara Igel
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