terça-feira, 27 de setembro de 2011

Iodo e Tireoidismo de Hashimoto


A tireóide é uma glândula que secreta hormônios envolvidos diretamente no funcionamento normal do metabolismo humano. Assim, frequentemente os problemas de obesidade são associados aos problemas nessa glândula. 

A Tireoidite de Hashimoto, tireoidite linfocítica crônica, é uma doença auto-imune, onde os linfócitos atacam as células da tireóide, destruindo-as, sendo a principal causa do hipotireoidismo. 

As causas da doença ainda não foram totalmente esclarecidas. Existem hipóteses de que infecções virais ou bacterianas, a exposição a certos medicamentos e ao iodo, partos e fatores genéticos estejam envolvidos nesse processo. 

Em relação à genética, diversos estudos apontam para genes que levariam à maior predisposição a desenvolver a doenças auto-imunes na tireóide, porém os estudos revelaram que estes genes teriam pouco poder, ou seja, uma pessoa teria que herdar muitos deles para que estes tivessem realmente influência para a doença aparecer. Assim, um estudo sugere a interação entre esses genes e fatores ambientais como causas das doenças auto-imunes. 

O funcionamento da tireóide depende da ingestão de iodo. Quando as necessidades mínimas de iodo não são fornecidas no dia-a-dia, pode ocorrer alteração da função da tireóide e levar a problemas no desenvolvimento fetal e da criança e ao bócio endêmico. Assim, desde 1995, a legislação brasileira obriga a adição de iodo ao sal de cozinha. 

Porém, a adição de iodo pode estar levando ao aumento dos casos de Tireoidite de Hashimoto. Em 2005, a USP divulgou os resultados de um estudo epidemiológico com pacientes da área do Pólo Petroquímico e de São Bernardo do Campo. Dos 409 pacientes do Pólo, 15,6% apresentaram Tireoidite de Hashimoto e, em São Bernardo do Campo, 19,5% dos 420 pacientes. Além disso, verificaram que 52% dos pacientes apresentavam alta excreção de iodo urinário, reforçando a tese de que a exposição às altas doses de iodo podem levar ao desenvolvimento da doença. 

Desta maneira, o iodo é benéfico ao organismo, desde que em doses moderadas. No período de julho ao início de detembro, a ANVISA colocou em consulta pública a proposta de reduzir a quantidade de iodo adicionada ao sal de cozinha, como medida de redução nas doses ingeridas pela polpulação, uma vez que a Organização Mundial da Saúde recomenda que não ultrapasse mais de 300 mcg de iodo diariamente. 

Postado por: Marcelle Comenale

Fontes publicadas:

TOMER, Y. Genetic Susceptibility to Autoimmune Thyroid Disease: Past, Present, and Future. Thyroid. 2010 July; 20(7): 715–725.

Agência USP. Excesso de iodo nutricional provoca aumento de casos de doenças na tireóide. São Paulo, 27 out. 2005

Danilo Molina. Consulta pública propõe redução dos teores iodo no sal. ANVISA, 07 jul. 2011.

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