sábado, 8 de outubro de 2011

SIBUTRAMINA




A Sibutramina foi comercializada pela primeira vez nos EUA em 1997. agora está registrado em mais de 80 países e tem sido prescrito para mais de 16 milhões de pessoas. O Brasil é responsável pelo consumo de cerca de 50% da Sibutramina vendida em todo o mundo.

A Sibutramina foi inicialmente sintetizada com a finalidade de ser um antidepressivo; entretanto, terminou por se firmar, na prática clínica, como um saciogênico. Tem como ação farmacológica principal inibir a recaptação de serotonina e noradrenalina. Destaca-se, em relação aos demais produtos antiobesidade, por não provocar aumento na liberação desses neurotransmissores, além de não inibir a recaptação e nem aumentar a liberação da dopamina. Isto ocorre desde que seja utilizada nas doses recomendadas de 10 mg a 15 mg, numa única tomada ao dia. 


Em outras palavras o que a sibutramina faz no cérebro não é exatamente inibir o apetite, na verdade, ela estimula a saciedade.  Na prática, o paciente fica satisfeito com menos comida.

A Sibutramina é recomendada para pacientes obesos com um índice de massa corporal inicial (IMC) ≥ 30 kg/m2, ou ≥ 27 kg/m2, na presença de outros fatores de risco (hipertensão, diabetes e dislipidemia), sendo necessária a utilização com cautela por pacientes com hipertensão não controlada adequadamente e pacientes com glaucoma.

Doses elevadas poderão romper com essa característica e provocar aumento na liberação e no bloqueio de recaptação da serotonina, noradrenalina e dopamina.

A realização de estudo sobre sibutramina, concluído ao final de 2009, demonstrou um aumento em 16% do risco cardiovascular não fatal nos pacientes tratados com sibutramina, tais como infarto do miocárdio, derrame, parada cardíaca com ressuscitação, comparados aos pacientes tratados com placebo.

Denominado SCOUT (Sibutramine Cardiovascular Outcomes), o estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo foi realizado por um período de 6 anos em aproximadamente 10.000 pacientes com obesidade associada a doenças cardiovasculares e pacientes com diabetes do tipo 2, com sobrepeso ou obesidade, e associada a fatores de risco de doenças cardiovasculares.

O estudo confirma, com maior abrangência no número de pacientes, o que já se encontra advertido em bula sobre aumento no risco do desenvolvimento de eventos cardio e cerebrovasculares com o uso da sibutramina em pacientes com o perfil semelhante ao dos pacientes incluídos no estudo. 

Esta análise foi suficiente para a Anvisa contra-indicar o uso de medicamentos contendo sibutramina para:


Pacientes que apresentem obesidade associada à existência, ou antecedentes pessoais, de doenças cardio e cerebrovasculares;

Pacientes que apresentem Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Desde o SNVS recebeu notificações de suspeitas reações adversas graves com o uso do medicamento sibutramina. Aproximadamente, 14 notificações eram reações adversas relacionadas ao sistema cardiovascular descritas em bula. A ausência de informações quanto à existência ou não de doença cardiovascular subjacente nos pacientes que sofreram as reações notificadas não permite concluir que a sibutramina tenha sido a única causa destas reações cardiovasculares. 

A Anvisa em 04/10/2011 decidiu manter a Sibutramina no mercado com a inclusão de novas exigência e mais restrições para o uso do produto, uma das restrições que será estabelecida é a descontinuidade do uso da sibutramina em pacientes que não tiverem resultados após quatro semanas de uso do produto.

Segundo o parecer técnico da Anvisa, os riscos da utilização da Sibutramina superam os benefícios. “Os fatores de risco cardiovascular se misturam com a obesidade por si só, sendo difícil separar grupos de pacientes para os quais a utilização do medicamento apresentaria margem de segurança aceitável”, afirmou Laís França, do Núcleo de Investigação em Vigilância Sanitária da Anvisa.

A sibutramina não deve ser utilizada por pacientes com história de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias ou acidente vascular cerebral.

Seus principais efeitos adversos relatados foram cefaléia, boca seca, perda de apetite, constipação, insônia, vertigem, nervosismo, ansiedade, depressão e estimulação do sistema nervoso central (SNC).

Além disso, atenção especial deve ser dada ao uso em indivíduos cuja ação de maior disponibilidade de neurotransmissores deva ser evitada, como os portadores de transtorno afetivo bipolar. Efeitos colaterais como irritabilidade e inquietação também podem ocorrer.

Sibutramina só deve ser usado com prescrição médica e além disso  é recomendado que antes da utilização de qualquer medicamento para emagrecer, o paciente procure obter resultados através de reeducação alimentar e pratica de atividade física.  


Postado por Danielle Loverri.


Fontes consultadas:

VASQUES, F.; MARTINS, F.C.; DE AZEVEDO, A.P. Aspectos psiquiátricos do tratamentoda obesidade. Rev. Psiq. Clin. 31 (4); 195-198, São Paulo, SP. 2004.


SUCAR, D.D.;   SOUGEY, E.B. e BRANDÃO NETO, J. Surto psicótico pela possível interação medicamentosa de sibutraminacom finasterida. Rev. Bras. Psiquiatr. vol.24 no.1 São Paulo . Mar/2002.


NONINO-BORGES, C.B.; BORGES, R.M. E DOS SANTOS, J.E. Tratamentoclínico da obesidade. simpósio: distúrbios respiratórios do sono. Capítulo X. Ribeirão Preto, SP. Abr./jun. 2006.






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