A hemocromatose é um transtorno que interfere no
metabolismo do ferro provocando grande acúmulo desse elemento no organismo. O
controle de sua quantidade no nosso corpo é basicamente dependente da absorção
intestinal, sendo que não há nenhum mecanismo fisiológico para eliminar o ferro
em excesso, a não ser por conta da perda mínima do mineral decorrente da perda
de células ou da perda de sangue durante a menstruação.
O excesso de ferro resulta em danos teciduais e prejuízo
funcional dos órgãos envolvidos, especialmente fígado, pâncreas e coração.
Alguns sinais e sintomas da hemocromatose são: dor nas articulações, fadiga,
fraqueza, perda de peso, dor abdominal, problemas cardíacos e hepáticos,
diabetes, entre outros.
Uma dieta restritiva em ferro parece contribuir muito
pouco na redução da concentração desse mineral no organismo, além de muitas
vezes ser de difícil manutenção. Sendo assim, não é necessário excluir totalmente
os alimentos ricos em ferro da dieta, mas alguns cuidados podem ser tomados,
como vemos a seguir:
- Cozinhar e armazenar os alimentos em utensílios de
materiais não metálicos, como cerâmica ou vidro, para evitar a liberação de
ferro nos alimentos;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Não ingerir suplementos vitamínicos ou comprimidos que
contenham ferro;
- Não consumir frutos do mar crus, pois podem conter a
bactéria Vibrio vulnificus, que pode ser fatal para pessoas com excesso de
ferro;
- Evitar alimentos industrializados enriquecidos com
ferro;
- Reduzir o consumo de carnes e feijões (feijão, ervilha,
lentilha, grão de bico, soja, etc);
- Consumir café, chás escuros (preto, mate e verde) ou
leite nas refeições, pois diminuem a absorção do ferro;
- Evitar o consumo de alimentos ricos em vitamina C
(morango, kiwi, acerola, laranja, limão, etc) em conjunto com alimentos ricos
em ferro, pois ela auxilia na absorção do mineral;
É
importante que o portador de hemocromatose desenvolva novos hábitos alimentares, evitando combinações que proporcionem maior absorção do ferro e optando por
outras que reduzam-na, pois com a alimentação adequada e as flebotomias periódicas
a expectativa de sobrevida do paciente após 5 anos de tratamento
sobe de 33% para 89%.
COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade
de nutrientes. 2 ed. Barueri,São Paulo: Manole, 2007.
CUNHA,
Daniel Ferreira da; CUNHA, Selma Freire de Carvalho. Microminerais. Ciências
nutricionais. São Paulo: Sarvier, 1998
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Stéfano Gonçalves. Hemocromatose Hereditária. Disponível
em:
<http://www.hepcentro.com.br/hemocromatose.htm>.
Acesso em 05 dez.
2011.
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