segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dieta para Hemocromatose



A hemocromatose é um transtorno que interfere no metabolismo do ferro provocando grande acúmulo desse elemento no organismo. O controle de sua quantidade no nosso corpo é basicamente dependente da absorção intestinal, sendo que não há nenhum mecanismo fisiológico para eliminar o ferro em excesso, a não ser por conta da perda mínima do mineral decorrente da perda de células ou da perda de sangue durante a menstruação.

O excesso de ferro resulta em danos teciduais e prejuízo funcional dos órgãos envolvidos, especialmente fígado, pâncreas e coração. Alguns sinais e sintomas da hemocromatose são: dor nas articulações, fadiga, fraqueza, perda de peso, dor abdominal, problemas cardíacos e hepáticos, diabetes, entre outros.

Uma dieta restritiva em ferro parece contribuir muito pouco na redução da concentração desse mineral no organismo, além de muitas vezes ser de difícil manutenção. Sendo assim, não é necessário excluir totalmente os alimentos ricos em ferro da dieta, mas alguns cuidados podem ser tomados, como vemos a seguir:

- Cozinhar e armazenar os alimentos em utensílios de materiais não metálicos, como cerâmica ou vidro, para evitar a liberação de ferro nos alimentos;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Não ingerir suplementos vitamínicos ou comprimidos que contenham ferro;
- Não consumir frutos do mar crus, pois podem conter a bactéria Vibrio vulnificus, que pode ser fatal para pessoas com excesso de ferro;
- Evitar alimentos industrializados enriquecidos com ferro;
- Reduzir o consumo de carnes e feijões (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, soja, etc);
- Consumir café, chás escuros (preto, mate e verde) ou leite nas refeições, pois diminuem a absorção do ferro;
- Evitar o consumo de alimentos ricos em vitamina C (morango, kiwi, acerola, laranja, limão, etc) em conjunto com alimentos ricos em ferro, pois ela auxilia na absorção do mineral;

É importante que o portador de hemocromatose desenvolva novos hábitos alimentares,  evitando combinações que proporcionem maior absorção do ferro e optando por outras que reduzam-na, pois com a alimentação adequada e as flebotomias periódicas a expectativa de sobrevida do paciente após 5 anos de tratamento sobe de 33% para 89%.

Postado por: Daniela Alvarenga e Elineides Silva

Referências:

COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. 2 ed. Barueri,São Paulo: Manole, 2007.

CUNHA, Daniel Ferreira da; CUNHA, Selma Freire de Carvalho. Microminerais.  Ciências nutricionais. São Paulo: Sarvier, 1998


JORGE, Stéfano Gonçalves. Hemocromatose Hereditária. Disponível em:

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