quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ÁCIDO FÓLICO





O ácido fólico é a vitamina B9 do complexo B, abundante nas folhas verdes (daí o nome fólico). Folato é um termo genérico para os compostos que têm atividade vitamínica similar a do ácido pteroilglutâmico e é a forma da vitamina naturalmente encontrada nos alimentos (Krishnaswamy e Nair, 2001). Ácido fólico é a forma sintética do folato, encontrada em suplementos vitamínicos e alimentos fortificados (Bailey, 2000). Sua importância foi descoberta há cerca de 70 anos, quando foi verificado que a anemia gestacional podia ser tratada com extrato de levedura. Nele foi identificado o folato, que mais tarde foi extraído das folhas do espinafre.
As principais fontes alimentares de ácido fólico são espinafre, feijão branco, aspargos, verduras de folhas escuras, couve de bruxelas, soja e derivados, laranja, melão, maçã, brócolis, gema de ovo, fígado, peixes, gérmen de trigo, salsinha, beterraba crua, amendoim, mas em quantidades insuficientes para suprir as necessidades da mulher que deseja engravidar. O cozimento prolongado dos alimentos pode destruir até 90% do seu conteúdo em ácido fólico.
O folato age como coenzima em várias reações celulares fundamentais e é necessário na divisão celular devido ao seu papel na biossíntese de purinas e pirimidinas e na transferência de carbonos no metabolismo de ácidos nucléicos e aminoácidos. Em geral, o crescimento rápido e as multiplicações celulares, aspecto central do desenvolvimento fetal, requerem um suprimento adequado de folato (Krishnaswamy e Nair, 2001). Na gestação, previne defeitos de fechamento do tubo neural como anencefalia e espinha bífida além de lábio leporino e fenda palatina, malformações cardíacas e do trato gênito-urinário. A suplementação de folato deve ser iniciada antes da concepção, pois o tubo neural, estrutura precursora do cérebro e da medula espinhal, se fecha entre 22º e 28º dias após a concepção. O fechamento deste tubo é essencial para a formação da calota craniana e da coluna vertebral.
As mulheres que tomam o ácido fólico depois do resultado do teste de gravidez correm o risco desta anomalia já estar em desenvolvimento pois a época de aparecimento deste tipo de malformação é muito precoce. A época do estabelecimento dos diversos tipos de malformações fetais é:
– Defeitos do tubo neural – 28 dias;
– Defeitos do septo ventricular cardíaco – 42 dias;
– Lábio leporino – 36 dias;
– Fenda palatina – 47 a 72 dias.
O ácido fólico é ainda essencial no metabolismo da homocisteína, aminoácido tóxico para o endotélio capilar, mantendo seus níveis normais. A elevação dos níveis de homocisteína pela deficiência de folato é associada a risco cardiovascular. Durante a gravidez, o folato interfere com o aumento dos eritrócitos, o alargamento do útero e o crescimento da placenta e do feto (Scholl e Johnson, 2000).
Diversos estudos apontam a associação entre a deficiência do ácido fólico com anemia megaloblástica, câncer do cólon, leucemia, doenças mieloproliferativas e algumas enfermidades crônicas da pele. Ainda glossite, perda de apetite, diarréia, mal estar geral e deterioração mental. Em gestantes, além de mal formação fetal são relatados prematuridade e baixo peso ao nascimento.
Crianças de 1 a 3 anos necessitam ácido fólico para o crescimento. O crescimento fetal consome ácido fólico materno. Alcoolistas, ingerindo apenas calorias vazias do álcool, desenvolvem múltiplas deficiências. Neles, a falta de ácido fólico é potencializada porque o álcool age como antagonista do seu metabolismo. Pacientes com doenças inflamatórias crônicas do trato digestivo podem apresentar má absorção de ácido fólico. Quando a necessidade aumentada não é compensada pela ingestão da vitamina, como em fase de crescimento, gestação e lactação haverá deficiência de folato. Alcoolismo, mal absorção, diálise e doença hepática são outras causas de deficiência de folato. As medicações que interferem com a utilização do folato incluem: drogas antiepilépticas (DAE) como fenitoína, carbamazepina e barbitúricos além de metformina (usado no tratamento de diabetes), sulfasalazina (doença de Crohn e colite ulcerativa), triamtereno (um diurético), metotrexate (um imunossupressor), entre outras.
Postado por: Christiana Nastari
Referência: NASSER, C.; NOBRE, C.; MESQUITA, S.; RUIZ, J. G.; CARLOS, H. R.; PROUVOT, YACUBIAN, E. M. T. Semana da Conscientização Sobre a Importância do Ácido Fólico. J Epilepsy Clin Neurophysiol; 11(4):199-203, 2005.

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