sábado, 1 de setembro de 2012

EFEITOS SOBRE AS VITAMINAS EM ALIMENTOS PROCESSADOS



O processamento industrial de alimentos promove o prolongamento da sua vida útil, tornando-os mais atraentes ao paladar; entretanto, induz mudanças e interações entre os constituintes de alimentos.

Assim, o processamento pode ter um impacto positivo (destruição de inibidores ou formação de complexos desejáveis entre os componentes dos alimentos e os íons metálicos) ou um impacto negativo (perdas de nutrientes). Durante o processamento, o alimento é exposto a diversos fatores que podem interferir na sua estrutura e composição nutricional, sendo que temperatura, luz, oxigênio, umidade e pH do meio são os fatores que mais contribuem para essa alteração.

As vitaminas são substâncias essenciais ao metabolismo normal dos seres vivos, contribuindo para o crescimento, funcionamento do corpo e manutenção da saúde sendo requeridas em quantidades menores. A deficiência de vitaminas induz ao mau funcionamento do organismo (avitaminoses) e ao aparecimento de doenças.          

Por outro lado, o excesso também traz problemas, sendo chamado de hipervitaminose. As vitaminas não são sintetizadas pelos humanos em quantidade suficiente para o desempenho normal de suas funções, sendo necessária a ingestão através dos alimentos. O teor de vitaminas dos alimentos é bastante variado, dependendo, no caso de vegetais, da espécie, do estágio de maturação na época da colheita, de variações genéticas, do manuseio pós-colheita, das condições de estocagem, do processamento e do tipo de preparação.

Muitos são os processos empregados com o intuito de produzir alimentos estáveis e seguros como a refrigeração, congelamento, desidratação, salga, adição de açúcar, acidificação, fermentação, pasteurização, esterilização, utilização de pulsos elétricos, tecnologia de barreiras ou métodos combinados, entre outros.

O processamento com emprego de calor é o método mais comum para aumentar a vida de prateleira dos produtos, possibilitando a inativação ou inibição do crescimento de microrganismos e enzimas.

Contudo, uma série de mudanças indesejáveis ocorre nos alimentos tratados pelo calor, como a alteração no flavor, na cor e na textura e a destruição de vitaminas. Entre os trabalhos analisados, pôde-se observar maior referência à vitamina C e ao β-caroteno, sendo que as vitaminas K, D e ácido pantotênico foram às vitaminas menos estudadas. As vitaminas mais sensíveis ao processamento industrial são a vitamina C e tiamina.

 Mudanças nos hábitos dos consumidores, que buscam, cada vez mais, alimentos nutritivo e próximo do alimento fresco, têm obrigado as indústrias a buscarem novas formas de tecnologia que agridam menos o alimento.

O processamento de alimentos tem fundamental importância na conservação dos mesmos no que diz respeito à segurança microbiológica, diminuindo perdas durante picos de colheita, além de permitir o consumo de produtos sazonais durante todo o ano. Outro benefício advindo do processamento é a possibilidade de transporte dos produtos processados para locais distantes da área de produção.

Após criteriosa análise, observou-se que alguns métodos de conservação retêm melhor as vitaminas, entre os quais os métodos que utilizam pulsos elétricos, desidratação osmótica e alta pressão hidrostática, enquanto outros promovem maiores perdas como o branqueamento e a secagem.

Apesar da intensificação das pesquisas nesta área, nos últimos anos, ainda se faz necessária à conscientização dos profissionais envolvidos com o processamento de alimentos, sobre a importância da manutenção das características nutricionais dos alimentos. Após processamento, pois a função principal do alimento deveria ser a de nutrir.

A indústria de alimentos poderia contribuir conciliando métodos de processamento que fossem economicamente viáveis e que atendessem às características microbiológicas, sensoriais e nutricionais dos produtos. Neste sentido, a inclusão da avaliação da estabilidade vitamínica poderia tornar-se um dos parâmetros importantes no estabelecimento da vida de prateleira dos alimentos processados pela indústria de alimentos.

Referências: CORREIA, Laura F. M; et al. Efeitos do processamento industrial de alimentos sobre a estabilidade dos alimentos. Alim. Nutr., Araraquara v.19, n.1, p. 83-95, jan./mar. 2008.


Postado por: Geisiane e Sandra

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