É geralmente aceito que a diminuição da
quantidade de atividade física tem contribuído de forma importante para o
aumento da predominância do sobrepeso e obesidade (Grundy et al.; Ross e Janssen;
Hill e Melanson; Jebb e Moore; Weinsier).
Levando isto em consideração, o
American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda que toda população se
engaje em uma rotina regular de exercícios que englobe 20 a 60 minutos de exercícios
aeróbios, realizados de 3 a 5 dias por semana, juntamente com um treinamento de
resistência e treinamento de flexibilidade com frequência de 2 a 3 vezes por semana.
Existem prováveis mecanismos através
dos quais o exercício pode auxiliar na perda e manutenção do peso. Alguns deles
seriam o aumento do gasto diário de energia, a redução do apetite, o aumento da
taxa metabólica de repouso, o aumento da massa muscular, o aumento do efeito
térmico de uma refeição, a elevação do consumo de oxigênio, a otimização dos
índices de mobilização e utilização de gordura, bem como uma sensação de
auto-suficiência e bem-estar.
Para modificar um quadro de obesidade
já instalado, é importante ater-se aos fatores que envolvem o gasto total de
energia diário. Este pode ser calculado considerando o gasto de energia no
repouso (aproximadamente 60% do gasto total de energia); o efeito térmico da alimentação
(aproximadamente 10% do gasto total de energia) e o gasto de energia durante o
período de não repouso (aproximadamente 30% do gasto total de energia).
Além disso, um estudo de Wirth apud Bronstein
demonstrou que após a atividade física, a incorporação de ácidos graxos no tecido
adiposo e sua estratificação para triacilglicerol diminuem, pois ocorre um
aumento na concentração plasmática de ácidos graxos livres, aumentando,
portanto a sua oxidação.
Outras evidências também mostram que
no exercício ocorre aumento da oxidação do glicerol, que vem a ser uma
contribuição adicional para a redução da lipogênese, pois com o exercício estimula-se
a função dos hormônios tireoidianos, estes permitem que uma quantidade maior de
glicose permaneça em circulação (não sendo utilizada pelas células), promovendo
desta forma o catabolismo da glicose e o metabolismo das gorduras. Esses dados
sugerem que a atividade física atua negativamente na síntese de triglicérides
para o adipócito. Assim, pode-se concluir que os exercícios físicos levam à diminuição
das células adiposas, devido à redução da formação e estímulo da degradação de
triglicérides nos depósitos de gordura. Nessa situação, os ácidos graxos livres
e a glicose são deslocados para o tecido muscular, onde ocorre aumento da incorporação
e oxidação desses substratos.
Assim, o mais característico no
exercício é a utilização progressiva dos ácidos graxos plasmáticos, sendo sua
oxidação proporcional a sua entrada no músculo. Sendo que nos exercícios
prolongados a dependência dos ácidos graxos aumenta.
O exercício físico também é
importante para promover um adequado balanço de energia, pois a energia gasta
durante a atividade física é importante para que ocorra um efeito positivo sobre
a taxa metabólica de repouso e melhorada composição corporal, o que pode manter
ou até mesmo preservar a massa muscular durante a perda de peso. Para que a
atividade física possa manter essa perda de peso, é necessário que ocorra um
gasto de 1.500 a 2.000 Kcal/ por semana. Já para Wing E Campbell ET al., o
gasto para a manutenção da perda de peso deveria ser no mínimo 2500 Kcal. Em
contrapartida Ross e Jansen afirmam que o gasto semanal recomendado com
exercício deveria ser de 3000 a 3500 Kcal/ semana pelo fato da atividade física
sozinha, para indivíduos obesos, reduzir somente modesta gordura abdominal ou
gordura corporal total. Porém, até o indivíduo obeso obter perda de peso, uma
rotina de atividade física já garante uma melhora cardiovascular, reduzindo
riscos de doença arterial coronariana e melhorando a qualidade de vida.
Postado por: Christiana Nastari
Referência:
HAUSER, C.; BENETTI, M.;
REBELO, F. P. V. Weight loss strategie. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano.
Vol. 6, Núm. 1, p. 72-81, 2004.
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