segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O PAPEL DA ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE DA OBESIDADE



 É geralmente aceito que a diminuição da quantidade de atividade física tem contribuído de forma importante para o aumento da predominância do sobrepeso e obesidade (Grundy et al.; Ross e Janssen; Hill e Melanson; Jebb e Moore; Weinsier).
Levando isto em consideração, o American College of Sports Medicine (ACSM) recomenda que toda população se engaje em uma rotina regular de exercícios que englobe 20 a 60 minutos de exercícios aeróbios, realizados de 3 a 5 dias por semana, juntamente com um treinamento de resistência e treinamento de flexibilidade com frequência de 2 a 3 vezes por semana.
Existem prováveis mecanismos através dos quais o exercício pode auxiliar na perda e manutenção do peso. Alguns deles seriam o aumento do gasto diário de energia, a redução do apetite, o aumento da taxa metabólica de repouso, o aumento da massa muscular, o aumento do efeito térmico de uma refeição, a elevação do consumo de oxigênio, a otimização dos índices de mobilização e utilização de gordura, bem como uma sensação de auto-suficiência e bem-estar.
Para modificar um quadro de obesidade já instalado, é importante ater-se aos fatores que envolvem o gasto total de energia diário. Este pode ser calculado considerando o gasto de energia no repouso (aproximadamente 60% do gasto total de energia); o efeito térmico da alimentação (aproximadamente 10% do gasto total de energia) e o gasto de energia durante o período de não repouso (aproximadamente 30% do gasto total de energia).
Além disso, um estudo de Wirth apud Bronstein demonstrou que após a atividade física, a incorporação de ácidos graxos no tecido adiposo e sua estratificação para triacilglicerol diminuem, pois ocorre um aumento na concentração plasmática de ácidos graxos livres, aumentando, portanto a sua oxidação.
Outras evidências também mostram que no exercício ocorre aumento da oxidação do glicerol, que vem a ser uma contribuição adicional para a redução da lipogênese, pois com o exercício estimula-se a função dos hormônios tireoidianos, estes permitem que uma quantidade maior de glicose permaneça em circulação (não sendo utilizada pelas células), promovendo desta forma o catabolismo da glicose e o metabolismo das gorduras. Esses dados sugerem que a atividade física atua negativamente na síntese de triglicérides para o adipócito. Assim, pode-se concluir que os exercícios físicos levam à diminuição das células adiposas, devido à redução da formação e estímulo da degradação de triglicérides nos depósitos de gordura. Nessa situação, os ácidos graxos livres e a glicose são deslocados para o tecido muscular, onde ocorre aumento da incorporação e oxidação desses substratos.
Assim, o mais característico no exercício é a utilização progressiva dos ácidos graxos plasmáticos, sendo sua oxidação proporcional a sua entrada no músculo. Sendo que nos exercícios prolongados a dependência dos ácidos graxos aumenta.
O exercício físico também é importante para promover um adequado balanço de energia, pois a energia gasta durante a atividade física é importante para que ocorra um efeito positivo sobre a taxa metabólica de repouso e melhorada composição corporal, o que pode manter ou até mesmo preservar a massa muscular durante a perda de peso. Para que a atividade física possa manter essa perda de peso, é necessário que ocorra um gasto de 1.500 a 2.000 Kcal/ por semana. Já para Wing E Campbell ET al., o gasto para a manutenção da perda de peso deveria ser no mínimo 2500 Kcal. Em contrapartida Ross e Jansen afirmam que o gasto semanal recomendado com exercício deveria ser de 3000 a 3500 Kcal/ semana pelo fato da atividade física sozinha, para indivíduos obesos, reduzir somente modesta gordura abdominal ou gordura corporal total. Porém, até o indivíduo obeso obter perda de peso, uma rotina de atividade física já garante uma melhora cardiovascular, reduzindo riscos de doença arterial coronariana e melhorando a qualidade de vida.
Postado por: Christiana Nastari
Referência:
HAUSER, C.; BENETTI, M.; REBELO, F. P. V. Weight loss strategie. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Vol. 6,  Núm. 1, p. 72-81, 2004.  

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