Grande
parte dos profissionais da área de nutrição e saúde propõe um tratamento para
obesidade dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), que visa ao estabelecimento gradativo do peso e não de uma forma
imediata (BERALDO, FILIZOLA & NAVES, 2004).
A
perda lenta de peso está relacionada com uma redução significativa das
co-morbidades associadas à obesidade (FLASO/ABESO, 1999). Exames laboratoriais
indicam que à medida que o indivíduo perde peso, valores de glicemia, pressão
arterial e colesterol vão se normalizando, diminuindo os fatores de riscos
advindos do excesso de peso corporal (FRANCISCHI et al., 2000). Assim, a perda
de peso deverá ser em torno de 0,5 a 1,0 kg/ semana, para assegurar que a maior
parte do peso perdido seja de tecido adiposo e garantir a manutenção da massa
corpórea magra, com a inibição da perda de proteínas endógenas. Para atingir
este objetivo é necessário um balanço energético negativo diário de 500 a 1000 kcal
incluindo a combinação com a atividade física.
A
composição ideal de uma dieta é aquela que promove maior saciedade com menor
ingestão energética possível. Tanto para indivíduos saudáveis quanto para os
obesos, os macronutrientes da dieta devem estar em proporções equilibradas em
relação ao valor energético total (VET).
O
chamativo de algumas dietas parece bastante promissor. É o que ocorre com a
dieta proposta pelo Dr. Robert C. Atkins.
A
dieta proposta pelo Dr. Atkins consiste em uma dieta hipocalórica, cetogênica
com liberado consumo de lipídios e proteínas, como carnes vermelhas, ovos e
manteiga, e restrição para carboidratos, como frutas, pães, farinha, macarrão,
açúcares e doces. A dieta é composta por três fases: dieta de indução; com
perda de peso excessiva; dieta permanente e dieta de manutenção (ATKINS, 2004).
Nestas fases o que se altera são as
quantidades de carboidratos consumidas. Inicialmente, faz-se uma restrição diária
severa de carboidratos, sendo permitindo apenas de 15 a 20g. Depois de atingir a
perda máxima de peso, o indivíduo entra numa perda contínua ou permanente de
peso, o que lhe dá direito a aumentar 5g de carboidratos na dieta. Em seguida,
entra-se para a fase de pré-manutenção aumentando mais 5g de carboidratos e, finalmente,
a manutenção, onde o indivíduo estabelecerá, conforme sua resistência à perda
de peso, a quantidade de carboidratos que irá consumir por toda a vida (Atkins,
2004).
Um estudo examinou os efeitos de uma dieta com
baixo índice glicêmico, aplicada a uma população pediátrica com excesso de
peso. Em comparação com um grupo que seguiu um esquema convencional, com
redução de gorduras, o grupo da dieta com baixo IG obteve maior redução do
índice de massa corporal. Uma parcela significativa de pacientes do grupo de
baixo IG teve diminuição de peso em torno de 3 kg/m2.
Refeições com alto índice glicêmico, ou mesmo
lanches intermediários (muito usados em dietas convencionais: bolachas, barras
de cereais e algumas frutas), possibilitam um fenômeno conhecido como efeito
rebote, ou seja, após a rápida absorção da glicose, o indivíduo experimenta
rapidamente uma sensação de fome, fator que pode explicar a baixa tolerância às
dietas convencionais.
Segundo
Atkins uma vantagem na prática de sua dieta é a promoção da perda rápida de
peso, manutenção da perda de peso sem fome e boa saúde. Segundo Astrup, Meinert
e Harper (2004) esta perda de peso
rápido poderia ser explicada pela diminuição da resistência à insulina pela
regulação dos controladores de apetite a curto prazo.
A
literatura tem mostrado que as dietas hiperlipídicas possuem pequena adesão com
o passar do tempo e, quando abandonadas e seguidas de alimentação normal, aumentam
a eficiência metabólica e promovem ganho de peso. Mesmo com atividade física,
após a realização destas dietas, é difícil ocorrer mobilização dos depósitos de
lipídeos, causando o conhecido efeito “ioiô” (ESTADELLA, 2001; FRICKEN et
al.,1991).
De
acordo com a Nutricionista Abykeyla Mellisse Tosatti, A parte preocupante para
a nutrição é que muitos alimentos ricos em gordura acompanham as dietas com
baixo carboidrato, o que resulta em ingestões extraordinariamente altas de
colesterol. Abykeyla alerta que consumo de pouco carboidrato pode causar
hipoglicemia e a falta de fibra presentes em alimentos com considerável teor de
carboidrato pode convidar a afecções do trato digestório. Efeitos colaterais
das dietas pobres em carboidratos podem incluir: Náusea e Fadiga; Constipação
ou diarréia; Baixa pressão arterial; Gosto ruim na boca; Mau hálito.
Pesquisas
não concluíram que dietas com restrição de carboidrato são melhores que
qualquer outra usada no tratamento para perda de peso. Apesar da popularidade e
sucesso aparente da dieta Atkins, seus efeitos a longo prazo, relacionados com
a saúde e prevenção de doenças são desconhecidos (ASTRUP, MEINERT & HARPER,
2004).
Cientificamente,
a recomendação mais fundamentada, para pessoas que querem perder peso, é a
utilização de uma dieta reduzida em calorias e em lipídios, associada à prática
de atividade física.
Referências:
STRINGHINI, Maria Luiza Ferreira, et al. Vantagens e desvantagens da dieta Atkins no
tratamento da obesidade. Salusvita, Bauru, v. 26, n. 2, p. 153-164, 2007.
Revista Eletrônica Nutrociência. Disponível em:
http://www.nutrociencia.com.br/uploadfiles/arquivos/Restri%C3%A7%C3%A3o%20do%20Carboidrato%20-20texto%20nutroci%C3%AAncia.
pdf. Acesso
em 26/04/13.
DAMIANI, D, et al. Obesidade – fatores genéticos ou
ambientais?. Pediatria Moderna Mar 02 V
38 N 3.2005.
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