segunda-feira, 29 de abril de 2013

OBESIDADE INFANTIL




A obesidade é uma doença crônica, definida como excesso de gordura corporal, em que ocorre concomitância de fatores de risco genéticos e ambientais, podendo ter inicio em qualquer fase da vida, mas seu aparecimento é mais comum especialmente nos primeiros anos, entre cinco e seis anos de idade e na adolescência. Os fatores genéticos aparecem como os maiores determinantes da massa corporal; no entanto, as situações ambientais e comportamentais podem diminuir ou aumentar a influência desses fatores, como a falta de atividade física, o maior tempo assistindo á televisão e o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras.
  
O prognóstico da obesidade infantil é bastante controverso. Alguns estudos demonstraram que, aproximadamente, 20% das crianças obesas podem se tornar adultos obesos. Outros estudos ressaltam que quanto menor a idade em que a obesidade se manifesta e quanto maior sua intensidade, maior a chance de que a criança se torne um adolescente e um adulto obeso.

  O excesso de peso contribui para fatores de risco de doenças cardiovasculares, dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e doenças gordurosa não alcoólica do fígado; tais fatores são responsáveis pelo aumento de morbimortalidade na maturidade. Além disso, existem as implicações psíquicas e sociais, que podem se estender por toda a vida.

Não devemos esquecer que não existe uma formula para tratamento da obesidade, devemos incluir mudanças na postura familiar e na dos indivíduos, nos hábitos alimentares e no estilo de vida (Barbosa, V. L. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência. 2ª edição. Barueri: Manole, 2009).

O excesso de peso na infância tende a persistir e contribuir significativamente para a morbi-mortalidade ao longo dos anos. Crianças e adolescentes com excesso de peso podem desencadear desde problemas psicológicos até problemas nas articulações, doenças crônicas, entre outros. Na idade adulta estão relacionados a incidência de diabetes, hipertensão, dislipidemia, doenças cardiovasculares ocasionando grande impacto na qualidade de vida.

  Um dos fatores que mobilizam o indivíduo com excesso de peso a buscar ajuda para o problema diz respeito ao incômodo com sua imagem corporal, em especial durante a adolescência, fase na qual a aparência física determina a aceitação em grupos sociais ou não, o que pode causar interferência na autoestima. Vivenciando com sentimentos de raiva, angústia e culpa o que acarreta um custo emocional significativo. Depressão, baixa autoestima, autoimagem negativa e fuga de situações sociais podem ser problemas psicossociais. Em geral, a autoestima do obeso é comprometida, principalmente em adolescentes do sexo feminino.

Em vários momentos, considerou-se que a obesidade fosse causada por disfunções hormonais. As doenças endocrinológicas são responsáveis por apenas 5% dos casos de obesidade. Hoje sabemos que a obesidade pode ser resultante de um fator ou, mais frequentemente, da combinação de vários deles; portanto, é uma doença de difícil tratamento.

  O sucesso do tratamento da obesidade infantil deve se basear principalmente em um programa que inclua envolvimento familiar, modificações da dieta, planejamento de atividades e de componentes comportamentais, incluindo a prática de exercícios físicos. O tratamento de crianças obesas, tendo exclusivamente os pais como agentes de mudança, apresenta melhores resultados que o tratamento individualizado. Sendo assim, é importante que os pais ou responsáveis sejam orientados, e o planejamento alimentar da família como um todo seja avaliado e modificado. Dessa forma, as crianças obesas não se sentirão marginalizadas e serão mais bem-sucedidas na perda de peso. Além disso, é fundamental que a dieta não se torne desagradável para a criança e que ela não tenha que se privar da companhia dos outros familiares durante as refeições.


Publicado por: Thais C. S. Silva

Referências:
Barbosa, V. L. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência. 2ª edição. Barueri: Manole, 2009
Azevedo, FR et al. Influência das variáveis nutricionais e da obesidade sobre a saúde e o metabolismo. Rev. Assoc. Med. Bras., Dez 2012, vol.58, no.6, p.714-723. 

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