A obesidade é uma doença crônica,
definida como excesso de gordura corporal, em que ocorre concomitância de
fatores de risco genéticos e ambientais, podendo ter inicio em qualquer fase da
vida, mas seu aparecimento é mais comum especialmente nos primeiros anos, entre
cinco e seis anos de idade e na adolescência. Os fatores genéticos aparecem
como os maiores determinantes da massa corporal; no entanto, as situações
ambientais e comportamentais podem diminuir ou aumentar a influência desses
fatores, como a falta de atividade física, o maior tempo assistindo á televisão
e o aumento do consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras.
O prognóstico da obesidade infantil é bastante controverso. Alguns
estudos demonstraram que, aproximadamente, 20% das crianças obesas podem se
tornar adultos obesos. Outros estudos ressaltam que quanto menor a idade em que
a obesidade se manifesta e quanto maior sua intensidade, maior a chance de que
a criança se torne um adolescente e um adulto obeso.
O excesso de peso contribui para fatores de risco de doenças cardiovasculares,
dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e doenças gordurosa
não alcoólica do fígado; tais fatores são responsáveis pelo aumento de
morbimortalidade na maturidade. Além disso, existem as implicações psíquicas e
sociais, que podem se estender por toda a vida.
Não devemos esquecer que não existe
uma formula para tratamento da obesidade, devemos incluir mudanças na postura
familiar e na dos indivíduos, nos hábitos alimentares e no estilo de vida
(Barbosa, V. L. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência. 2ª
edição. Barueri: Manole, 2009).
O excesso de peso na infância tende a
persistir e contribuir significativamente para a morbi-mortalidade ao longo dos
anos. Crianças e adolescentes com excesso de peso podem desencadear desde
problemas psicológicos até problemas nas articulações, doenças crônicas, entre
outros. Na idade adulta estão relacionados a incidência de diabetes,
hipertensão, dislipidemia, doenças cardiovasculares ocasionando grande impacto
na qualidade de vida.
Um dos fatores que mobilizam o indivíduo com
excesso de peso a buscar ajuda para o problema diz respeito ao incômodo com sua
imagem corporal, em especial durante a adolescência, fase na qual a aparência física
determina a aceitação em grupos sociais ou não, o que pode causar interferência
na autoestima. Vivenciando com sentimentos de raiva, angústia e culpa o que
acarreta um custo emocional significativo. Depressão, baixa autoestima,
autoimagem negativa e fuga de situações sociais podem ser problemas
psicossociais. Em geral, a autoestima do obeso é comprometida, principalmente em
adolescentes do sexo feminino.
Em vários momentos, considerou-se que
a obesidade fosse causada por disfunções hormonais. As doenças endocrinológicas
são responsáveis por apenas 5% dos casos de obesidade. Hoje sabemos que a
obesidade pode ser resultante de um fator ou, mais frequentemente, da
combinação de vários deles; portanto, é uma doença de difícil tratamento.
O sucesso do tratamento da obesidade infantil deve se basear
principalmente em um programa que inclua envolvimento familiar, modificações da
dieta, planejamento de atividades e de componentes comportamentais, incluindo a
prática de exercícios físicos. O tratamento de crianças obesas, tendo
exclusivamente os pais como agentes de mudança, apresenta melhores resultados
que o tratamento individualizado. Sendo assim, é importante que os pais ou
responsáveis sejam orientados, e o planejamento alimentar da família como um
todo seja avaliado e modificado. Dessa forma, as crianças obesas não se
sentirão marginalizadas e serão mais bem-sucedidas na perda de peso. Além
disso, é fundamental que a dieta não se torne desagradável para a criança e que
ela não tenha que se privar da companhia dos outros familiares durante as
refeições.
Publicado por: Thais C. S. Silva
Referências:
Barbosa, V. L. Prevenção da obesidade na infância e na adolescência. 2ª edição.
Barueri: Manole, 2009
Azevedo, FR et al. Influência das variáveis
nutricionais e da obesidade sobre a saúde e o metabolismo. Rev. Assoc. Med. Bras., Dez 2012, vol.58, no.6, p.714-723.
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