sexta-feira, 17 de maio de 2013

Acompanhamento Nutricional para Triatletas



O “triathlon”, nas suas diferentes dimensões, constitui-se inigualável modelo de prova de alta intensidade e longa duração, notadamente o “Ironman”. Competições desta modalidade têm ganhado enorme repercussão nos veículos de comunicação e se tornado cada vez mais competitivas, com a profissionalização do esporte. A busca por melhores resultados passa pelos aspectos ligados à nutrição dos atletas. Sabidamente diversas “manobras” nutricionais são capazes de interferir na “performance” de atletas, assim como, a inadequação da sua dieta pode prejudicar o rendimento esportivo.

A dieta adequada é aquela capaz de repor os metabólitos consumidos para a geração de energia, assim como, garantir aporte suficiente de substratos para os processos de síntese envolvidos na manutenção da estrutura corporal. Esta dieta, porém, está longe ainda da dieta ideal, aquela capaz de fornecer substratos para o desenvolvimento pleno do potencial do indivíduo, garantindo-lhe melhor desempenho físico e mental, assim como, maior resistência a infecções e doenças (Krause & Mahan, 1991).

O aumento do desempenho através de modificações na dieta tem sido alvo de interesse de atletas desde os mais remotos tempos. Mais recentemente, a participação de atletas em eventos esportivos de ultra-resistência, como maratona e “triathlons”, tem aumentado a atenção despendida para o papel da nutrição sobre a “performance”.

Em termos fisiológicos, durante o “triathlon” o atleta utiliza elevadas concentrações de carboidratos e ácidos graxos e sofre considerável grau de proteólise (Kremer & Engelhardt, 1989). A manutenção de concentrações plasmáticas adequadas de glicose durante a prova é obtida pela ingestão de líquidos reidratantes e de carboidratos na forma de polímeros e/ou barras, como forma de garantir a manutenção da “performance”. Por se tratar de uma prova longa, a utilização concomitante de ácidos graxos como substrato energético, permite ao organismo manter a glicemia com maior facilidade, reduzindo o “stress” provocado pela variação glicêmica e aumentando o tempo de resistência à fadiga (Newsholme & Leech, 1983).

A alta intensidade da prova ligada à sua duração leva o atleta a sofrer proteólise muscular. A reposição correta dos aminoácidos após a prova tem sido fator importante na melhoria da recuperação. O consumo de lípides, por sua vez, não é fator limitante para a “performance”, primeiro pelo seu elevado poder energético, e também pelo fato de apresentarmos sempre estoques não inferiores a 4 e 5% do peso corporal na forma de tecido adiposo (Gagliardi, 1996; McArdle & Katch, 1994; McArdle et alii, 1992).

As proteínas, embora possam ser oxidadas, não desempenham papel significativo na geração de energia durante a atividade física, podendo, porém, gerar até 17% da energia necessária durante atividade intensa e durante o jejum prolongado. A ingestão adequada de proteínas para atletas de resistência deve variar entre 1,0 e 2,0 g/kg de peso corporal, ligeiramente, superior ao RDA (Recommended Daily Allowance).






Postado por: Thais C. S. Silva

BASSIT, R. et al. Avaliação Nutricional de Triatletas. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 12(1): 42-53, jan./jun. 1998
Revista eletrônica Total Sport. Disponível em: http://www.totalsport.com.br/colunas/bassit/ed4799.htm.  Acesso em 17/05/2013.

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