sexta-feira, 10 de maio de 2013

ENXÁGUE BUCAL COM CARBOIDRATOS...MELHORA NO DESEMPENHO FÍSICO





A busca pela melhora do desempenho atlético tem sido um desafio para os pesquisadores, pois o uso de substancias e estratégias que possam postergar a fadiga e melhorar o desempenho físico. Entre os ergogênicos, os mais pesquisados são os carboidratos, pois o existem evidências científicas que o seu uso em exercícios físicos prolongados com duração de duas horas ou mais favorece a melhoria do desempenho físico. Os principais mecanismos que têm sido advogados para este fenômeno são a manutenção da homeostase glicêmica e a redução da depleção das reservas de glicogênio muscular, principalmente, nas fibras do tipo I.
Recentemente estudos apontaram através de ressonância magnética funcional que a simples presença de líquidos com carboidrato na boca humana, ativa regiões cerebrais relacionadas a sensações de motivação e controle motor.
O possível mecanismo de ação poderia ser descrito da seguinte forma: (1) A simples presença de um alimento na boca gera informação sensorial gustatória para o sistema nervoso central8; (2) A informação sensorial gerada nos quimiorreceptores da cavidade oral, por sua vez, estimula neurônios gustatórios de primeira ordem que se projetam para a região rostral do núcleo do trato solitário (rNTS); (3) Neurônios de segunda ordem no rNTS projetam-se para o núcleo ventral posterior medial do tálamo; (4) A partir daí, a informação é transmitida para o córtex insular.
Considerando que o córtex insular projeta neurônios para diversas regiões corticais, dentre as quais o córtex motor, acredita-se que o córtex insular pode ser uma possível rota de ativação para o córtex motor ipsilateral. Esta hipótese se baseia em achados de estudos com pacientes em recuperação de acidente vascular encefálico, nos quais o córtex insular está mais ativado do que em situações normais.

Com base nessas informações, acreditamos que um dos mecanismos pelo qual o enxágue bucal com CHO possa melhorar o desempenho físico seja o seguinte: ao enxaguar a boca com uma solução carboidratada, os quimiorreceptores presentes na língua e cavidade oral excitam neurônios de primeira ordem que levam a informação ao rNTS. Este, por sua vez, irá atuar sobre o núcleo ventral posterior medial do tálamo que projeta neurônios para o córtex insular aumentando a sua atividade. Uma vez ativado, o córtex insular pode estimular a excitabilidade do córtex motor, tornando-o mais eficiente para gerar estímulos motores o que faz com que a produção de potência seja aumentada durante o exercício físico, para uma mesma percepção subjetiva de esforço.

Por fim, acredita-se que o enxágue bucal com CHO possa ser uma estratégia bastante interessante para a melhoria do desempenho físico de atletas de diferentes modalidades e para estudos que envolvam esforços exaustivos e mecanismos de fadiga. Os resultados produzidos, embora ainda preliminares, são bastante promissores, o que leva a acreditar que essa possa ser uma estratégia bastante interessante, sobretudo, pela fácil aplicabilidade, baixo custo e boa eficácia para a melhoria do desempenho físico em esforços físicos intensos e prolongados. 

Postado por: Jéssica C. Bueno de Moraes e Karina S. Souza

Referências: ABNE - Associação Brasileira de Nutrição Esportiva. Disponível em:http://www.abne.org.br/profissionais/ebc.php

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