quinta-feira, 2 de maio de 2013

Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal




Conceitualmente a obesidade pode ser considerada como um acúmulo de tecido gorduroso, pelo corpo todo, causado por doenças genéticas ou endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais. A ingestão de uma quantidade excessiva de calorias também pode levar à obesidade, mas o aparecimento e a prevalência do sobrepeso em crianças e adultos não decorre somente em função da ingestão de nutrientes mas também por um decréscimo na atividade física levando a um balanço energético desfavorável.

Crianças e adolescentes obesos tendem a se tornar adultos obesos. Estudo demonstra que 80% dos adolescentes obesos levam a casos de obesidade no adulto, os indivíduos adultos obesos que apresentaram obesidade na infância tendem a ser classificados como tendo obesidade mais grave do que aqueles que se tornaram obesos quando adultos.

Muitos estudos têm demonstrado que o exercício pode ser muito eficiente em reduzir a gordura corporal em crianças e adolescentes obesos. A maioria desses estudos envolve programas de aumento da atividade física. Em programas de treinamento físico com crianças, melhores resultados foram alcançados quando a atividade física envolvida era comum ao estilo de vida da criança, como andar e subir escadas, ao invés de correr ou participar de aulas de ginástica.

Outro estudo foi realizado para avaliar o efeito do exercício anaeróbio e aeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Para este estudo os voluntários foram divididos em 03 grupos, sendo o grupo 1 de treinamento anaeróbico com duração de três meses e orientação e consulta nutricional, o grupo 2 com treinamento físico aeróbio com duração de três meses e orientação e consulta nutricional e o grupo 3 sem realização de treinamento  físico durante três meses somente orientação e consulta nutricional.

Todos os voluntários selecionados foram submetidos a avaliações antropométricas, clínica, de composição corporal, e de aptidão física antes de ingressarem no projeto. Após o período de três meses os voluntários foram submetidos à reavaliação, utilizando-se os mesmos critérios da avaliação inicial.

A utilização do exercício físico tem sido um dos procedimentos mais empregados para o tratamento da obesidade. Uma reduzida taxa de atividade física é um fator de risco contribuinte para o desenvolvimento da obesidade, pouca atividade física aumenta o risco de incidência da obesidade e a obesidade pode também, por outro lado, contribuir para os baixos níveis de atividade física. Existe significativa relação inversa entre atividade física e índices de gordura.

Estudos comprovam a eficácia do exercício para aumento de queima de gordura e diminuição da massa corporal. Pessoas que se exercitam regularmente conseguem alcançar melhores resultados na perda de massa corporal do que os que não realizam nenhum tipo de atividade física. Embora o exercício não seja hábil em proteger o organismo da redução da taxa metabólica de repouso, causada pela utilização de uma dieta de baixas calorias (um procedimento comum quando se visa a perda de massa corporal), ele é muito eficaz para promover uma maior queima de gordura corporal.

As diferenças entre os grupos deste trabalho para os valores de composição corporal foram observadas principalmente entre os grupos de treinamento anaeróbio e controle, o que pode ser devido à intensidade da atividade, uma vez que o treinamento anaeróbio apresentou uma carga de treinamento (relação entre volume x intensidade de trabalho) superior ao grupo de treinamento aeróbio.

O exercício sem modificação dietética parece não ser suficiente para produzir uma significante perda de massa corporal em pessoas obesas e que a estratégia essencial é associar o exercício físico à dieta, apesar do exercício não promover uma redução de massa corporal com intervenções curtas, ele é essencial na manutenção da massa corporal.

O exercício físico sozinho produz uma modesta perda de massa corporal, embora estudos comprovem que quando o exercício é realizado com grande intensidade pode promover grandes perdas de massa corporal; entretanto, indivíduos obesos geralmente não apresentam os requerimentos físicos e de aptidão necessários para realizar um exercício físico de alta intensidade. A intensidade do exercício afeta a magnitude da elevação da taxa metabólica pós-exercício mais do que a duração; entretanto, não parece possível que indivíduos destreinados sejam capazes de manter a intensidade necessária para produzir uma prolongada elevação no gasto energético pós-exercício.

Quando se trata de redução de massa corporal em indivíduos obesos a intervenção nutricional é de suma importância, não importando se os pacientes são adultos, adolescentes ou crianças.

Para Kraemer et al. os resultados obtidos indicaram que a dieta conjugada ao exercício aeróbio e treinamento de força previne o declínio normal da massa livre de gordura e aumenta a potência muscular e o consumo máximo de oxigênio quando comparado à dieta restritiva sozinha.

Para Ebbeling e Rodriguez, o exercício acarreta benefícios metabólicos durante a perda de massa corporal induzida pela dieta de baixa caloria.

A diferença da gordura corporal total parece ter sido influenciada pela perda de gordura de membros inferiores, talvez influenciada pelo tipo de atividade, uma vez que o exercício físico proposto para ambos os grupos foi executado pelos membros inferiores (pedalar em bicicleta ergométrica).

Podemos concluir que o exercício físico, tanto aeróbio como anaeróbio, aliado à orientação nutricional, promove maior redução ponderal, quando comparado com a orientação nutricional somente.

O exercício anaeróbio, proposto neste estudo, foi mais eficiente para promover a diminuição da gordura corporal e da percentagem de gordura que o exercício aeróbio e a orientação alimentar isolada. A intensidade do exercício físico é fator primordial para melhor aquisição de resultados, tanto de condicionamento físico, quanto visando perda de massa corporal.




Publicado por: Thais C. S. Silva

Referências:
Fernandez, AC et al. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 3 – Mai/Jun, 2004

PFITZINGER, P.; LYTHE, J. O consumo aeróbico e o gasto energético durante o Bodypump.Fitness & Performance Journal, v.2, n.2, p. 113-121, 2003.

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