sábado, 8 de junho de 2013

Antioxidantes e Atividade Física



As defesas antioxidantes protegem os tecidos e líquidos corpóreos da lesão causada pelos oxidantes produzidos pelo metabolismo normal ou pela resposta à inflamação e doenças. Importante ressaltar que as defesas antioxidantes não conferem proteção completa contra os RLs produzidos pelo organismo durante processos inflamatórios.

Durante o exercício físico nossos sistemas respiratório e cardiovascular sofrem algumas modificações. O fluxo sanguíneo muscular pode aumentar em até 25 vezes durante o exercício mais extenuante e a temperatura corporal também sofre aumento. Consequentemente a produção de radicais livres é aumentada induzindo assim o Estresse Oxidativo (Tully,1995).

Embora o exercício físico contribua para o aumento da produção de radicais livres, os sistemas de defesa antioxidantes possuem a capacidade de adaptarem-se a tal situação (Tully, 1995).
Existem uma grande variedade de substâncias antioxidantes as quais podem ser classificadas em função da origem e/ou localização sendo eles os antioxidantes dietéticos e antioxidantes intra e extracelulares (Cooper,2001).

As vitaminas C, E e o β-caroteno são consideradas excelentes antioxidantes, capazes de seqüestrar os radicais livres com grande eficiência. O uso de medicamentos, o tabagismo, as condições nutricionais, o consumo de álcool, a poluição do ar e outros fatores podem diminuir os níveis de antioxidantes celulares (Machlin, 1992; Roe, 1992). As defesas antioxidantes do organismo podem ser restabelecidas com dietas apropriadas e suplementos vitamínicos (Caragay, 1992; Anderson, 1996).

A vitamina C (ácido ascórbico) é, geralmente, consumida em grandes doses pelos seres humanos, sendo adicionada a muitos produtos alimentares para inibir a formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos. A vitamina C da dieta é absorvida de forma rápida e eficiente por um processo dependente de energia. O consumo de doses altas pode levar ao aumento da concentração dessa vitamina nos tecidos e no plasma sangüíneo. Os benefícios obtidos na utilização terapêutica da vitamina C em ensaios biológicos com animais incluem o efeito protetor contra os danos causados pela exposição às radiações e medicamentos (Amara--Mokrane et al., 1996). Os estudos epidemiológicos também atribuem a essa vitamina um possível papel de proteção no desenvolvimento de tumores nos seres humanos (Lupulescu, 1993; Duthie et al., 1996). Contudo, a recomendação de suplementação dessa vitamina deve ser avaliada especificamente para cada caso, pois existem muitos componentes orgânicos e inorgânicos nas células que podem modular a atividade da vitamina C, afetando sua ação antioxidante.

A vitamina E é um componente dos óleos vegetais encontrada na natureza em quatro formas diferentes α, β, γ e δ-tocoferol, sendo o α-tocoferol a forma antioxidante amplamente distribuída nos tecidos e no plasma. A vitamina E encontra-se em grande quantidade nos lipídeos, e evidências recentes sugerem que essa vitamina impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres associados com doenças específicas, incluindo o câncer, artrite, catarata e o envelhecimento (Morrissey et al., 1994; Heinonen et al., 1998). Os danos oxidativos podem ser inibidos pela ação antioxidante dessa vitamina, juntamente com a glutationa, a vitamina C e os carotenóides, constituindo um dos principais mecanismos da defesa endógena do organismo (Riley, 1994).

Entre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e freqüentemente encontrados são os compostos fenólicos, tais como os flavonóides. As propriedades benéficas desses compostos podem ser atribuídas à sua capacidade de seqüestrar os radicais livres (Decker, 1997).

Os flavonoides assim como a vitamina C atuam como antioxidantes protegendo da oxidação do LDL colesterol e inibindo processo de aterosclerose além de possuírem propriedades anti-inflamatórias (Hertog et al., 1993).

Os carotenoides são corantes naturais presentes nas frutas e vegetais. Estudos mostram a relação entre o aumento no consumo de alimentos ricos em carotenoides e a diminuição no risco de várias doenças e consequentemente processos inflamatórios (Olson,, 2004). Os carotenoides como o beta-caroteno, licopeno, zeaxantina e luteína exercem funções antioxidantes em fases lipídicas, bloqueando os radicais livres que danificam as membranas lipoproteicas (Shiota, 1997).




Postado por: Thais C. S. Silva

LEITE, H. SARNI, R.S. Radicais livres, anti-oxidantes e nutrição. Rev Bras Nutr Clin 2003

TELESI, M. MACHADO, F.A. A influência do exercício físico e dos sistemas antioxidantes na formação de radicais livres no organismo humano. Rev. Saúde e Biol., v.3, n.1 pp.40-49, Jul-Dez,2008

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