As defesas
antioxidantes protegem os tecidos e líquidos corpóreos da lesão causada pelos
oxidantes produzidos pelo metabolismo normal ou pela resposta à inflamação e
doenças. Importante ressaltar que as defesas antioxidantes não conferem
proteção completa contra os RLs produzidos pelo organismo durante processos
inflamatórios.
Durante
o exercício físico nossos sistemas respiratório e cardiovascular sofrem algumas
modificações. O fluxo sanguíneo muscular pode aumentar em até 25 vezes durante
o exercício mais extenuante e a temperatura corporal também sofre aumento. Consequentemente
a produção de radicais livres é aumentada induzindo assim o Estresse Oxidativo
(Tully,1995).
Embora
o exercício físico contribua para o aumento da produção de radicais livres, os
sistemas de defesa antioxidantes possuem a capacidade de adaptarem-se a tal
situação (Tully, 1995).
Existem
uma grande variedade de substâncias antioxidantes as quais podem ser
classificadas em função da origem e/ou localização sendo eles os antioxidantes
dietéticos e antioxidantes intra e extracelulares (Cooper,2001).
As
vitaminas C, E e o β-caroteno são consideradas excelentes antioxidantes,
capazes de seqüestrar os radicais livres com grande eficiência. O uso de
medicamentos, o tabagismo, as condições nutricionais, o consumo de álcool, a
poluição do ar e outros fatores podem diminuir os níveis de antioxidantes
celulares (Machlin, 1992; Roe, 1992). As defesas antioxidantes do organismo
podem ser restabelecidas com dietas apropriadas e suplementos vitamínicos
(Caragay, 1992; Anderson, 1996).
A
vitamina C (ácido ascórbico) é, geralmente, consumida em grandes doses pelos
seres humanos, sendo adicionada a muitos produtos alimentares para inibir a
formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos. A vitamina C da dieta é
absorvida de forma rápida e eficiente por um processo dependente de energia. O
consumo de doses altas pode levar ao aumento da concentração dessa vitamina nos
tecidos e no plasma sangüíneo. Os benefícios obtidos na utilização terapêutica
da vitamina C em ensaios biológicos com animais incluem o efeito protetor
contra os danos causados pela exposição às radiações e medicamentos
(Amara--Mokrane et al., 1996). Os estudos epidemiológicos também atribuem a
essa vitamina um possível papel de proteção no desenvolvimento de tumores nos
seres humanos (Lupulescu, 1993; Duthie et al., 1996). Contudo, a recomendação
de suplementação dessa vitamina deve ser avaliada especificamente para cada
caso, pois existem muitos componentes orgânicos e inorgânicos nas células que
podem modular a atividade da vitamina C, afetando sua ação antioxidante.
A
vitamina E é um componente dos óleos vegetais encontrada na natureza em quatro
formas diferentes α, β, γ e δ-tocoferol, sendo o α-tocoferol a forma
antioxidante amplamente distribuída nos tecidos e no plasma. A
vitamina E encontra-se em grande quantidade nos lipídeos, e evidências recentes
sugerem que essa vitamina impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais
livres associados com doenças específicas, incluindo o câncer, artrite,
catarata e o envelhecimento (Morrissey et al., 1994; Heinonen et al., 1998). Os
danos oxidativos podem ser inibidos pela ação antioxidante dessa vitamina,
juntamente com a glutationa, a vitamina C e os carotenóides, constituindo um
dos principais mecanismos da defesa endógena do organismo (Riley, 1994).
Entre
os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e freqüentemente
encontrados são os compostos fenólicos, tais como os flavonóides. As
propriedades benéficas desses compostos podem ser atribuídas à sua capacidade
de seqüestrar os radicais livres (Decker, 1997).
Os
flavonoides assim como a vitamina C atuam como antioxidantes protegendo da
oxidação do LDL colesterol e inibindo processo de aterosclerose além de
possuírem propriedades anti-inflamatórias (Hertog et al., 1993).
Os
carotenoides são corantes naturais presentes nas frutas e vegetais. Estudos
mostram a relação entre o aumento no consumo de alimentos ricos em carotenoides
e a diminuição no risco de várias doenças e consequentemente processos
inflamatórios (Olson,, 2004). Os carotenoides como o beta-caroteno, licopeno,
zeaxantina e luteína exercem funções antioxidantes em fases lipídicas,
bloqueando os radicais livres que danificam as membranas lipoproteicas (Shiota,
1997).
Postado por: Thais C. S. Silva
LEITE, H. SARNI, R.S.
Radicais livres, anti-oxidantes e nutrição. Rev Bras Nutr Clin 2003
TELESI, M. MACHADO,
F.A. A influência do exercício físico e dos sistemas antioxidantes na formação
de radicais livres no organismo humano. Rev. Saúde e Biol., v.3, n.1 pp.40-49,
Jul-Dez,2008
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