Com o progresso da ciência e
tecnologia, vários recursos são utilizados para se tentar chegar à idade
avançada com um estado de saúde satisfatório. A expectativa de vida tem
realmente aumentado nos últimos tempos. Decerto os hábitos de vida, incluindo
alimentação inadequada, sedentarismo e alguns vícios, como fumar e beber, são
fatores que levam o homem ao envelhecimento precoce.
A pele, estrutura do sistema
tegumentar, é afetada pelo envelhecimento de suas estruturas morfológicas, o
que, por sua vez, se reflete nas suas funções, como ocorre em todos os outros
sistemas orgânicos. De acordo com WEINECK(1991), a pele é um dos indicadores
mais evidentes do envelhecimento biológico e cronológico. Em particular por ser
a estrutura que reveste o organismo como um todo e, portanto, a parte mais
visível, o envelhecimento da pele dá margem a preocupações estéticas
acentuadas, repercutindo psicológica e socialmente no dia-a-dia das pessoas em
processo de envelhecimento. Vários estudos demonstram que a prática de
atividade física tem efeitos benéficos sobre as estruturas e funções do sistema
cardiovascular, respiratório, músculo-articular, ósseo, etc. WEINECK (1991)
afirma que a célula está programada geneticamente para deteriorar-se ou morrer,
mas que fatores exógenos exercem influência sobre o processo de envelhecimento,
principalmente a partir dos 30 anos, quando começam a surgir os sinais
provocados por alterações internas. Para o autor, a pele é um dos indicadores
mais evidentes do envelhecimento biológico e cronológico. MACEDO (1998)
salienta que uma higiene básica, uma boa alimentação e exercícios podem
conservar a pele saudável, minimizando o efeito da passagem do tempo sobre ela.
Ainda segundo SIMÕES (1994), “a
flacidez surge devido ao acúmulo de gordura na região subcutânea, já que a
partir dos trinta anos, a cada década ocorre diminuição de cerca de 3% do metabolismo
basal” e ausência ou redução das atividades motoras em geral. PICARD (1994)
relata que os músculos da face, por não se exercitarem muito, perdem, ao longo
dos anos, o tônus, não sustentando bem a pele e resultando em flacidez.
De acordo com WAGORN et al.
(1993), os sistemas do corpo podem se comprometer, havendo declínio adicional
de sua eficiência devido a um estilo de vida sedentário. Para os autores, o
sedentarismo “intensifica o processo de envelhecimento e em conseqüência produz
uma aparência mais acabada”. Sabe-se que os exercícios melhoram a oxigenação e
nutrição das células, devido a um efeito sobre o sistema circulatório (SIMÕES,
1994). Para WAGORN et al. (1993), esse fato, visto como benéfico para todo o
organismo, se apresenta em relação à pele como essencial para combater seu
ressecamento, pois a rede de vasos periféricos seria favorecida pelo fluxo
sangüíneo ativado, auxiliando na manutenção de níveis satisfatórios de
hidratação. Em razão dessa maior eficiência do sistema circulatório, a
renovação celular da epiderme é favorecida, reforçando também a função
imunológica da pele, já que as células de defesa, quando bem nutridas, melhoram
seu metabolismo (MOREL, 1994).
Para GUEDES e GUEDES (1997), a
atividade física é, aliada à ingestão equilibrada de nutrientes, um dos meios
indispensáveis para a manutenção da gordura corporal em níveis saudáveis. Alguns
benefícios adquiridos pela pele através da atividade física regular foram
descritos e diretamente relacionados não apenas com o aspecto morfológico, mas
também com o funcional. A melhoria da oxigenação, nutrição e hidratação das
células periféricas através dos exercícios facilita o metabolismo celular,
evitando assim o ressecamento da pele, facilitando a renovação celular da
epiderme, nutrindo as fibras colágenas, o que deixa a pele mais firme e,
consequentemente, desacelera o processo de formação de rugas. Com o aumento e a
maior eficiência no metabolismo celular, ocorre melhoria no sistema imunológico,
com reflexos positivos sobre a saúde geral dos indivíduos.
Os exercícios favorecem a
eliminação de toxinas através da produção aumentada de suor, evitando a
formação de celulite, e fortalecem também o tecido conectivo e, assim, as
fibras colágenas e elásticas. A prática de atividade física contribui para a
manutenção da eficiência funcional das glândulas sudoríparas, colaborando para
o desempenho adequado da termorregulação da pele. Além disso, o incremento do
tônus muscular decorrente da exercitação dá sustentação à pele, prevenindo a
flacidez.
Postado por: Thais C. S. Silva
Referências:
COSTA, CM et al. ATIVIDADE FÍSICA
E O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA PELE. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 9, n. 2,
p. 73-88, 2001
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