sexta-feira, 14 de junho de 2013

Creatina: auxílio ergogênico com potencial antioxidante


Em associação ao seu reconhecido    papel como auxílio ergogênico em exercícios    intensos de curta duração, pesquisas recentes têm demonstrado    que a creatina também possui propriedades antioxidantes.    Existem duas explicações possíveis para esse efeito, que    são: 1) Ação indireta como tampão energético,    devido ao aumento na concentração tecidual de fosfocreatina, que    pode favorecer a menor produção de intermediários da degradação    da adenosina trifosfato (ATP), principalmente no ciclo de degradação    de purinas e; 2) Ação direta, devido à presença    de arginina em sua estrutura molecular.

A molécula de ATP é a fonte imediata    de energia para a contração muscular e os demais processos dela    dependentes. Contudo, sua concentração intramuscular é    muito baixa, fazendo com que vias alternativas de sua regeneração    sejam imediatamente ativadas devido ao seu consumo. Para tanto, é fornecido    poder redutor de carboidratos e lipídeos. Esse processo é lento,    comparativamente à utilização da fosfocreatina, sendo,    em função disso, muito importante na regeneração    da ATP em atividades físicas intensas e de curta duração.    Com a intensificação da utilização de fosfocreatina    e de ATP pela fibra muscular durante esse tipo de exercício, ocorre ativação    simultânea do ciclo de degradação de purinas (ciclo de Lowenstein),    devido ao aumento na concentração intramuscular de adenosina monofosfato    (AMP). As principais conseqüências da ativação dessa    via são a produção paralela de amônia, hipoxantina,    xantina, urato e de espécies reativas de oxigênio.
Estudos realizados com suplementação    de creatina previamente ao exercício intenso resultaram em queda, tanto    na produção de amônia como na de hipoxantina.    Portanto, é possível que o aumento nos estoques intracelulares    de creatina pelo treinamento físico, ou seu consumo adicional previamente    à realização do exercício intenso, possa servir    como antioxidante indireto. Ou seja, a menor produção de hipoxantina    em decorrência de tal procedimento, assim como devido à redução    paralela de seu catabolismo em xantina e urato, poderia resultar em menor produção    de espécies reativas de oxigênio na fibra muscular durante o exercício  físico.
A creatina é um viável agente ergogênico    com papel antioxidante indireto, devido ao seu efeito atenuador da formação    de produtos de degradação de purinas. Além disso, existem    evidências de que seu papel antioxidante direto é moderado, comparado    com antioxidantes mais potentes (glutationa reduzida). Sua ação    antioxidante indireta foi evidenciada por estudos que demonstraram menor produção    de hipoxantina, xantina e ácido úrico após suplementação    com creatina. Investigações encontram-se em andamento no sentido    de comprovar os efeitos indiretos antioxidantes da creatina tanto in vitro como in vivo.




Postado por: Thais C. S. Silva

Referência

JUNIOR, T.P et al. Creatina: auxílio ergogênico com potencial antioxidante?.2011



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