Sabe-se que o exercício exaustivo
causa dano muscular e induz um aumento da atividade enzimática citosólica no
plasma sanguíneo (creatinaquinase, transaminases ou lactato de hidrogenase).
O exercício forçado se caracteriza por
um aumento no consumo de oxigênio e um desequilíbrio entre os mecanismos
pró-oxidantes da homeostase celular (YAGI, 1987), promovendo, portanto, a
produção de radicais livres que pode induzir destruição celular (PRISCILLA M,
2000).
O desportista realiza atividades com
fim de alcançar o máximo de energia muscular dependente do oxigênio, e do
hidrogênio, que se organizam para formar água. Na resposta inflamatória muscular
caracterizada pela fadiga, os radicais de oxigênio originados pela estimulação
do metabolismo oxidativo são indispensáveis a fim de reparar danos à célula
muscular, mas também podem ser responsáveis pela agravação da lesão. No
esportista altamente treinado, a administração de antioxidantes pode ser benéfica
para redução do estresse oxidativo que ocorre no músculo, embora também possa
limitar a resposta dos neutrófilos à inflamação muscular.
Durante o exercício, o fluxo sangüíneo
é limitado em numerosos órgãos e tecidos (rim, região esplâncnica etc), a fim de
ampliar o aporte com músculos ativos. Assim, as regiões privadas
temporariamente do fluxo adequado entram num estado de hipóxia, que é tanto
maior quanto mais intenso for o exercício, e mais ainda quando se supera a
capacidade aeróbica máxima (VO2max). Inclusive o próprio músculo ativo entra
num estado de hipóxia, em virtude de insuficiente aporte energético.
Concluindo, em atividade intensa,
todas as áreas afetadas são reoxigenadas, cumprindo-se o fenômeno de
isquemia-reperfusão com a conhecida produção subseqüente de RL- radical livre.
Outro possível mecanismo de geração de
RL é a auto-oxidação de catecolaminas, cujos níveis podem estar aumentados
durante o esforço. Além da hipertermia, as catecolaminas podem incrementar a
taxa de formação de radicais livres.
Um dispositivo intracelular eficaz na
defesa contra os radicais livres do oxigênio são os antioxidantes,
principalmente a vitamina E e o -caroteno, livres na superfície interna e
lipofílica das membranas (WONG SF, 1981).
O exercício incrementa a resistência
muscular e os danos gerados pelo esforço (EBBELING & CLARKSON, 1989;
KOMULAINEN & VIHKO, 1995). MAIR e col. (1995) demonstraram em trabalho com
adultos desportistas jovens, através de exercício isométrico, aumento de dor
muscular, havendo diminuição da potência salto em até 25% durante diversos
dias. Ao se repetir por mais 13 dias, não houve dor nem perda da força. Os
mecanismos não estão claros. Alguns estudos referem incrementos de
antioxidantes nos músculos com sete a oito semanas de trabalho (HELLSTEN y
col., 1996), mas outros não o fazem (TIIDUS e col., 1996).
Atualmente, são poucos os estudos que
examinam o impacto da suplementação com antioxidantes na resistência muscular
em seres humanos. Muitos deles têm focado o impacto de um único antioxidante e
não sua combinação, sendo a vitamina E a mais estudada (LAWRENCE e col, 1975).
Postado por: Thais C. S. Silva
Referências:
García, J.A.V.; Daoud, R. Efeitos dos
antioxidantes fenólicos na prática desportiva. Fitness & Performance
Journal, v.1, n.4, p.21- 27, 2002.
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