A aterosclerose é uma doença
inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão
endotelial. Esta acomete principalmente as grandes e médias artérias, podendo
levar à isquemia do coração e do cérebro e resultando em infarto do miocárdio e
acidente vascular cerebral, respectivamente.
Os fatores de risco tradicionais
para Doenças Cardiovasculares (DCV), modificáveis ou não, encontram-se relatados
na literatura, podendo ser citados: histórico familiar, idade avançada, sexo
masculino, hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia, obesidade
abdominal, sedentarismo e tabagismo. Acredita-se que grande parte dos casos de
DCV possam ser explicados por esses fatores.
A homocisteína é um aminoácido
que contém enxofre, produzido pelo corpo por meio da desmetilação da metionina,
um aminoácido essencial. As vitaminas do complexo B (ácido fólico, B6 e B12)
são co-fatores dessas reações, sendo que a deficiência em algum desses
nutrientes, pode acarretar em aumentos na produção de homocisteína pelo
organismo humano.
Os elevados níveis de
homocisteína plasmática (hiper-homocisteinemia) têm sido associados a uma taxa
de mortalidade cardiovascular aumentada, independentemente de fatores de riscos
tradicionais. Entretanto, ainda não está claro na literatura, se a homocisteína
é a causa da doença vascular, ou se é apenas um marcador de risco aumentado. O
mecanismo pelo qual a hiper-homocisteinemia está ligada à ocorrência de eventos
cardiovasculares continua controverso, embora acredite-se que ela contribua
para o surgimento da disfunção endotelial, contribuindo assim, para o processo
aterosclerótico.
Há evidências que aspectos de
natureza genética, fisiológica, nutricional, hormonal e de hábitos de vida
influenciem os níveis de homocisteína
plasmática. Algumas variáveis como idade avançada, sexo masculino, consumo de
cigarro, pressão arterial elevada, nível de colesterol elevado e inatividade
física, contribuem para um perfil de risco desfavorável. Dentre esses, o nível
de atividade física tem sido foco de estudos recentemente. A prática de
exercício físico regular parece estar associada a menores níveis de
homocisteína no sangue. Todavia, esses achados continuam controversos, já que
alguns estudos não demonstraram redução significativa nos níveis plasmáticos de
homocisteína, após os indivíduos serem submetidos a um programa regular de
exercício físico.
As vitaminas do complexo B (ácido
fólico, B6 e B12) são co-fatores do metabolismo da homocisteína, podendo
acarretar em um aumento da sua produção, caso haja deficiência desses
nutrientes no organismo humano. Uma maior ingestão dessas vitaminas, por meio
da dieta ou da suplementação, é responsável por reduções significativas nos
níveis de homocisteína sugerindo uma relação inversa entre esses fatores.
Postado por: Thais C. S. Silva
Referências:
AMORIM; KS. IMPACTO
DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS NÍVEIS DE HOMOCISTEÍNA, UM FATOR DE RISCO PARA
ATEROSCLEROSE. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. 2011
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