quinta-feira, 13 de junho de 2013

Impacto do exercício físico nos níveis de homocisteína, um fator de risco para aterosclerose


A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial. Esta acomete principalmente as grandes e médias artérias, podendo levar à isquemia do coração e do cérebro e resultando em infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, respectivamente.

Os fatores de risco tradicionais para Doenças Cardiovasculares (DCV), modificáveis ou não, encontram-se relatados na literatura, podendo ser citados: histórico familiar, idade avançada, sexo masculino, hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia, obesidade abdominal, sedentarismo e tabagismo. Acredita-se que grande parte dos casos de DCV possam ser explicados por esses fatores.

A homocisteína é um aminoácido que contém enxofre, produzido pelo corpo por meio da desmetilação da metionina, um aminoácido essencial. As vitaminas do complexo B (ácido fólico, B6 e B12) são co-fatores dessas reações, sendo que a deficiência em algum desses nutrientes, pode acarretar em aumentos na produção de homocisteína pelo organismo humano.

Os elevados níveis de homocisteína plasmática (hiper-homocisteinemia) têm sido associados a uma taxa de mortalidade cardiovascular aumentada, independentemente de fatores de riscos tradicionais. Entretanto, ainda não está claro na literatura, se a homocisteína é a causa da doença vascular, ou se é apenas um marcador de risco aumentado. O mecanismo pelo qual a hiper-homocisteinemia está ligada à ocorrência de eventos cardiovasculares continua controverso, embora acredite-se que ela contribua para o surgimento da disfunção endotelial, contribuindo assim, para o processo aterosclerótico.

Há evidências que aspectos de natureza genética, fisiológica, nutricional, hormonal e de hábitos de vida influenciem  os níveis de homocisteína plasmática. Algumas variáveis como idade avançada, sexo masculino, consumo de cigarro, pressão arterial elevada, nível de colesterol elevado e inatividade física, contribuem para um perfil de risco desfavorável. Dentre esses, o nível de atividade física tem sido foco de estudos recentemente. A prática de exercício físico regular parece estar associada a menores níveis de homocisteína no sangue. Todavia, esses achados continuam controversos, já que alguns estudos não demonstraram redução significativa nos níveis plasmáticos de homocisteína, após os indivíduos serem submetidos a um programa regular de exercício físico.

As vitaminas do complexo B (ácido fólico, B6 e B12) são co-fatores do metabolismo da homocisteína, podendo acarretar em um aumento da sua produção, caso haja deficiência desses nutrientes no organismo humano. Uma maior ingestão dessas vitaminas, por meio da dieta ou da suplementação, é responsável por reduções significativas nos níveis de homocisteína sugerindo uma relação inversa entre esses fatores.



Postado por: Thais C. S. Silva


Referências:
AMORIM; KS. IMPACTO DO EXERCÍCIO FÍSICO NOS NÍVEIS DE HOMOCISTEÍNA, UM FATOR DE RISCO PARA ATEROSCLEROSE. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. 2011


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