quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Afinal, o que é NUTRIGENÔMICA???



    Na era pós Projeto Genoma, surgiram muitas ciências “ômicas” e dentro destas, surgiu a Nutrigenômica.

    Vamos começar revendo o conceito de GENOMA: o conjunto de todas as moléculas de DNA de um determinado ser vivo. Nestas moléculas encontram-se os genes, que guardam as informações para a produção de todas as proteínas que caracterizam os seres.

     Assim, nutrigenômica é a ciência que estuda a como alimentos, nutrientes e outros compostos bioativos ingeridos influenciam o genoma. E pode ser entendida de duas maneiras, ou seja, tanto a alimentação poderia influenciar a atividade dos genes, quanto os genes poderiam influenciar a necessidade de nutrientes.
Apesar de sermos diferentes uns dos outros em aspectos físicos, nosso genoma é 99% idêntico, sendo 0,1% de diferença, responsável por alterações na cor da pele, dos olhos, dos cabelos e inclusive pelo maior ou menor risco para desenvolver doenças crônicas e pela necessidade de determinados nutrientes e compostos bioativos.

     Ou seja, a alimentação tem papel importante tanto para acelerar quanto para prevenir o desenvolvimento dessas doenças.

      Diferentemente de fármacos, que foram desenhados para atuar em vias específicas, componentes dos alimentos apresentam múltiplos alvos moleculares. Apesar de sua menor potência quando comparados a moléculas sintéticas, nutrientes e CBAs (compostos bio ativos) podem atuar de forma sinérgica por se encontrarem em diferentes combinações nos alimentos.

     O consumo de ácidos graxos ômega-3, presente em alguns tipos de peixes, altera a expressão de mais de 1000 genes, muitos dos quais envolvidos com a inibição do desenvolvimento da aterosclerose. Além disso, o resveratrol, composto bioativo presente no vinho tinto, é capaz de induzir e reprimir a expressão de genes que codificam para proteínas vasodilatadoras e vasoconstritoras, respectivamente, o que parece explicar seus efeitos benéficos em doenças cardiovasculares.

     Em 2007, foi criada a Rede Brasileira de Nutrigenômica (www.nutrigenomicabrasil.org) que se propõe a estimular o desenvolvimento dessa disciplina científica em nosso país. O foco primário da Rede consiste na promoção e coordenação de projetos integrados, realizados em nossa população, considerada como a mais miscigenada do mundo.

     Praticamente toda semana pesquisadores publicam descobertas de novos genes relacionados ao desenvolvimento de DCNTs tais como, câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade e um dos principais conceitos da nutrigenômica é que genes modulados pela alimentação parecem ter papel importante na incidência, progressão e/ou gravidade de DCNT.

     No que se refere à indústria de alimentos, estes conhecimentos terão, sem dúvida, seu papel na alimentação personalizada, principalmente como um componente que colaborará para um padrão alimentar cada vez mais saudável. O desenvolvimento de alegações de saúde e nutrição para alimentos/suplementos passarão a ser direcionados a grupos específicos da população.

É importante entender bem a diferença entre Nutrigenômica e NUTRIGENÉTICA.
A Nutrigenética estuda como a constituição genética de uma pessoa afeta sua resposta à dieta.

 Apesar de todos estes estudos e avanços, estamos apenas no começo da criação de um mapa detalhado da interação genes x dieta. Mesmo que a coleta de dados esteja se tornando mais fácil, ainda existem grandes desafios de como analisar e interpretar estes dados. A evolução tecnológica está acontecendo tão rapidamente que já se fala agora em análise dos genomas pessoais. Entretanto, ainda estamos há certa distância de compreensão da amplitude de impacto destas informações.

 Postado por: Gabriela Downey e Silvia Carvalho


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