sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Taurina em bebidas energéticas



Segundo a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, bebidas energéticas são identificadas como compostos líquidos prontos para o consumo, sendo estas constituídas de carboidratos, taurina, cafeína, glucoronolactona, inositol e vitaminas do complexo B.
O interesse pela taurina (Tau), iniciou-se em meados de 1960, após a constatação de sua presença em diversos tecidos corporais. As primeiras publicações sobre essa substância datam da década de 60, com grande aumento do número de trabalhos a partir da década de 70, os quais, em sua maioria, evidenciavam as possíveis aplicações clínicas e o envolvimento da Tau na prevenção da degeneração da retina, epilepsia e ataxias.
A Tau ou ácido beta-aminossulfônico é um composto final do metabolismo dos aminoácidos sulfurados (metionina e cisteína) que se encontra conjugada com ácidos biliares de sódio e potássio, resultando na formação do ácido taurocólico, um dos ácidos da bile alcalina, essencial para absorção das gorduras. Está presente em altas concentrações em algas e no reino animal. A síntese de Tau ocorre a partir dos aminoácidos metionina e cisteína, através de uma sequência de reações enzimáticas de oxidação e transulfuração que requerem a participação da vitamina B6 como cofator. Portanto, sem dúvida que menor ingestão desses aminoácidos pode acarretar aumento das necessidades de Tau. As necessidades dos aminoácidos sulfurados em adultos correspondem a 17mg/g de proteína ingerida. A maior concentração de Tau ocorre naturalmente em frutos do mar (8.270mg/kg para crustáceos, 5.200mg/kg para moluscos e 6.550mg/kg para mexilhões), pescada (1.720mg/kg), carne escura de aves (2.000mg/kg para frango e 3.000mg/kg para peru). A ingestão diária de Tau exerce papel importante na manutenção do pool desse aminoácido no organismo, uma vez que, nos mamíferos, a habilidade de sintetizá-la é limitada.



Como é vendido
Disponível em cápsulas, líquido e em pó, geralmente associada a outros princípios ativos como a creatina.

Uso para prática de atividade física

Pode ajudar a retardar a fadiga por aumentar o metabolismo, favorecendo ao uso de gorduras como energia.
Há indícios de que protege a musculatura do uso de proteínas como fonte de energia e especula-se que ela auxilia na remoção de substâncias tóxicas produzidas pelas células durante o exercícios e que se não eliminadas rapidamente causam fadiga e dor muscular. Por esses efeitos, ela contribui para a recuperação muscular em treinamentos com altas cargas.

Contraindicações e efeitos colaterais

Não há efeitos colaterais relatados nas doses recomendadas. Anvisa permite o uso de taurina como alimento para atletas, sendo assim, não é recomendada para os que se exercitam por lazer ou estética, pois para estes casos, geralmente uma dieta balanceada é o suficiente. Este produto não substitui uma alimentação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico e crianças, gestantes e idosos, consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista e ou médico.

Altas doses de aminoácidos podem gerar sobrecarga no funcionamento do fígado e dos rins. Pessoas com problemas nestes órgãos devem obter liberação médica para seu uso.


Postado por: Gabriela Downey e Silvia Carvalho

Referência:
AGNOL, Tatyana Dall'; SOUZA, Paulo Fernando Araújo de. Efeitos fisiológicos agudos da taurina contida em uma bebida energética em indivíduos fisicamente ativos. Rev Bras Med Esporte,  Niterói ,  v. 15, n. 2, Apr.  2009 .   Available from . access on  16  Aug.  2013.  http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922009000200008

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