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Historicamente a
partir da década de 60, o uso dessas drogas passou a ser difundido no meio
esportivo, quando entrou para a lista de substâncias proibidas do Comitê
Olímpico Internacional (COI). Em meados da década de 70, iniciaram-se os testes
antidopagens para os EAs. O caso mais famoso de um atleta flagrado em um exame
antidoping ocorreu nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, quando o corredor
canadense Ben Johnson foi eliminado da competição, perdendo a medalha de ouro
que havia conquistado.
Posteriormente, o uso
de EA se difundiu. Deixou de ser exclusividade do universo esportivo de alto
rendimento e passou a ser usado e abusado por praticantes de atividade física
recreativa e frequentadores de academias, interessados nos efeitos estéticos
que essas drogas, aliadas ao treinamento resistido, podem proporcionar.
Apesar de os EAs
serem substâncias ilícitas e que causam diversos efeitos colaterais, alguns
atletas procuram utilizá-los para se beneficiarem durante as competições. Isso
ocorre porque quase que a totalidade dos tecidos do organismo possuem
receptores para hormônios androgênicos. Um exemplo disso é que os EAs estimulam
a síntese e a liberação de hemoglobina (proteína carreadora de oxigênio),
aumentando a oferta de oxigênio nos tecidos, consequentemente melhorando o
rendimento desportivo.
Tamaki et al.
mostraram, em estudo com animais de laboratório, que os EAs diminuem o tempo de
recuperação entre as sessões de treinamento. Outros estudos mostram o aumento
do glicogênio muscular e da síntese de proteína com consequente aumento da
massa magra.
Entretanto, o uso
abusivo dos EAs pode carretar o aparecimento de efeitos colaterais reversíveis
e irreversíveis, na maioria dos sistemas do organismo (sistemas hepático,
cardiovascular e endócrino). Dentre esses efeitos podem ocorrer danos no tecido
hepático, atrofia de testículos, hipertrofia de clitóris e, em alguns casos, podem
chegar à hipertensão arterial e à hipertrofia ventricular esquerda. Outro
efeito ocorre sobre a arquitetura do sono. Estudos, em nosso laboratório, ainda em
andamento, demonstram que o uso de EAs resulta na diminuição da eficiência do
sono e no aumento a latência de sono, trazendo prejuízos à qualidade do sono.
O uso de EAs no meio
esportivo atravessou décadas, fazendo parte da política esportiva oficial de
alguns países. Porém os estudos sobre a extensão da participação desse tipo de
substância sobre a performance dos atletas demoraram algum tempo a ser comprovados.
Pois os estudos controlados não observavam alterações na potência, na força e
na secção transversa muscular, isso porque as dosagens dos EAs administradas
nesses estudos estão bem abaixo das usadas pelos atletas.
Referência:
MELLO,
M. T.; BOSCOLO, R. A.; ESTEVES, A. M.; TUFIK, S. O exercício físico e os
aspectos psicobiológicos. Rev Bras Med Esporte, Vol. 11, Nº 3 – Mai/Jun, 2005.
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