segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Contra o sedentarismo na infância

                                            
Tire as crianças do sofá e coloque-as para se mexer. A medida garante, além de um corpo saudável, mais cinco anos na expectativa de vida delas. O alerta está em um grande estudo, feito com base em estatísticas, sobre o impacto da falta de exercícios físicos até os 10 anos de idade. O relatório Projetado para se Mover, assinado pela Nike e 70 profissionais de renomadas instituições de esporte e pediatria mundiais, traz dados alarmantes. No Brasil, estima-se que metade da garotada seja acomodada. E mais: os casos de obesidade infantil triplicaram nos últimos 20 anos.


Além do ganho de peso, a pesquisa relaciona outros aspectos fisiológicos, comportamentais e até econômicos para provar que essa geração preguiça corre um grande perigo. As consequências atingem inclusive a vida profissional dessa turmo no futuro. Funciona assim: quem se exercita desde cedo vai melhor nos estudos e desenvolve menos doenças. Por isso, falta menos ao trabalho e, consequentemente, ganha mais. Para Andrea Freudenheim, educadora física da Universidade de São Paulo (USP), passar os primeiros anos de vida paradão pode resultar numa espécie de analfabeto motor. "Quem não aprende a nadar quando criança terá mais dificuldade em fazer isso depois", exemplifica Andrea. "Com isso, a pessoa não usufrui de uma cultura corporal, seja para o lazer, seja para a prática esportiva", ela lamenta.
Já o médico Ricardo Barros, da Sociedade Brasileira de Pediatria, destaca os benefícios hormonais dos que colocam o corpo para suar quanto antes. "Na infância e na adolescência, o exercício ajuda no desenvolvimento e até a ganhar um pouco de altura", ele diz.
Na hora de agir para desencostar a molecada, a natureza joga a favor: a sede pelo movimento é latente e só precisa ser despertada. "Nessa fase, a ação é algo espontâneo e biológico", reforça Aylton Figueira Júnior, educador físico das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), na capital paulista. Mas vale considerar o alerta de Ademir De Marco, psicólogo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo: " A principal atividade dos pequenos é brincar, e precisamos respeitar esse direito".

O Ciclo virtuoso do esporte: Impacto no desenvolvimento físico e intelectual ao longo da vida!

Mais Leveza: O risco dos quilinhos a mais é 30% maior entre os pequenos inativos. " No estirão da adolescência, podem ganhar mais peso do que o aconselhável para a altura que alcançarão", explica o educador físico Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Inteligência: O aproveitamento escolar é 40% maior entre a garotada que se mexe, graças ao aumento do fluxo de sangue no cérebro, que melhora a comunicação neuronal. " Eles também dormem bem, o que ajuda a memorizar o que aprendem", diz Aylton Figueira Junior, da FMU. 



Hábitos Saudáveis: Os esportistas mirins, segundo o estudo, apresentam menor possibilidade de fumar, usar substâncias ilícitas, adotar um comportamento sexual arriscado e até enfrentar uma gravidez na adolescência.

Renda Maior: Os adeptos dos exercícios físicos na infância se sairiam melhor no mercado de trabalho, com salários maiores. Isso porque faltariam menos no expediente por doenças. De quebra, teriam menos despesas médicas.

Menos Doenças: Quem se exercita tem menor probabilidade de desenvolver males cardiovasculares, diabete e até câncer.Na contramão, criança parada pode deixar de ganhar densidade óssea, que nãoé recuperada no futuro. " O exercício físico estimula a atividade dos osteoblastos, células que fabricam os osso", diz Ademir De Marco, da Unicamp.

Herança Esportiva: Pesquisas apontam que a criança que se movimenta tende a ser um adulto mais ativo, que praticará mais atividades com os filhos, mantendo o ciclo saudável.

Postado por Eliane Indena. Fonte: Revista Saúde é Vital - Março 2013


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