quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Efeitos do exercício físico sobre o hGH


A maioria dos estudos envolvendo atividades físicas do tipo aeróbias demonstra que a intensidade e a duração do exercício são principais fatores que alteram o perfil de liberação do GH. Além disso, variáveis como o nível de treinamento, a composição corporal, o gênero e a idade dos indivíduos estudados também podem modular a liberação deste hormônio .

Em geral, pode ser observada elevação na concentração do GH na circulação sanguínea nos primeiros 10 a 15 min de exercício físico, realizado na intensidade de aproximadamente 30% do VO2máx. Ao fim da atividade a concentração sistêmica do GH declina gradativamente até chegar ao valor pré-exercício, sendo que, na maioria das vezes, esta redução pode ocorrer em aproximadamente 60 min.

O exercício físico aeróbio realizado cronicamente pode promover adaptações no organismo que são capazes de influenciar a liberação aguda do GH, o nível de treinamento passa a ser uma variável bastante relevante na avaliação do perfil de liberação do GH.

A maioria dos trabalhos indica que indivíduos não treinados, submetidos a uma sessão de exercício aeróbio, apresentam maior amplitude na liberação do GH que indivíduos treinados ou atletas. Uma das hipóteses para justificar este fenômeno está diretamente relacionada com a concentração de lactato liberada no exercício e, conseqüentemente, com a intensidade que este é realizado.

Ao passo que as sessões de exercícios tornam-se crônicas, o organismo aumenta sua capacidade adaptativa e, para uma mesma intensidade relativa não é necessária elevada liberação do GH. Nesta linha de pesquisa, a prescrição de atividades físicas próximas ou até acima do limiar anaeróbio pode ser muito eficiente em promover maior liberação do GH, contudo, é importante citar que exercícios muito intensos podem deixar de ter características aeróbias, levando o indivíduo à exaustão em curto espaço de tempo.

O gênero da amostra também é uma variável importante na avaliação do perfil de liberação do GH. No estado de repouso e durante o sono, mulheres apresentam maiores concentrações do GH que homens de mesma idade. Esta diferença parece estar principalmente relacionada aos efeitos do hormônio estradiol, que se acredita ser um potente estimulante da liberação do GH.

Recentemente, Weltman et al. (2006) observaram que a amplitude e a freqüência da secreção do GH em mulheres jovens submetidas ao exercício aeróbio em diversas intensidades são maiores que a de homens em qualquer idade ou mesmo que a de mulheres pós-menopausa.

A liberação reduzida do GH em homens e mulheres idosos pode estar relacionada à baixa capacidade destes em realizar atividades mais intensas. Com isto, a produção de lactato pelos tecidos é menor, fato que não promove estímulos na secreção do GH. Apesar disso, cabe salientar que a prática de atividades físicas por indivíduos com idades mais avançadas pode ter inúmeros benefícios à saúde; contudo, parece ter pouco efeito direto sobre a liberação do GH.




Considerações finais

Com base nas evidencias apresentadas, o hGH é considerado um importante modulador do exercício físico.

Entretanto, apesar de serem empregados diversos efeitos anabólicos ao hormônio, poucos estudos comprovam a sua eficiência, exceto em situações extremas, associada a anormalidades orgânicas e psicológicas, que, na sua maioria, são normalizadas com a reposição hormonal adequada.

Por outro lado, no metabolismo lipídico o hGH tem demonstrado efeitos lipolíticos importantes, como mobilização dos ácidos graxos livres no tecido adiposo e aumento da sensibilidade a catecolaminas. Esses efeitos aumentam a capacidade de oxidação da gordura promovendo mais gasto energético.
     
          Postado por: Flavio Faitarone 



Referência bibliográfica:


BRASIL, R. R. L. O., et al., Efeitos do treinamento fisico contra resistencia sobre a composicao corporal e a potencia muscular em adultos deficientes de hormonio do crescimento. Arq Bras Endocrinol Metab. 45 (2); 2001

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