quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Flavonóide e Quercetina: Aspectos Gerais e Ações Biológicas

Os flavonóides são uma classe de compostos naturais de considerável interesse científico e terapêutico. Eles são um grupo de substâncias naturais com estrutura fenólica variável. A quercetina (pentahidroxi flavona) é o principal flavonóide presente na dieta humana. Várias propriedades terapêuticas dos flavonóides, principalmente da quercetina, têm sido estudadas nas últimas décadas, destacando-se o potencial antioxidante, anticarcinogênico e seus efeitos protetores aos sistemas renal, cardiovascular e hepático. O objetivo desta revisão é esclarecer alguns aspectos referentes aos flavonóides, em especial sobre a quercetina, e destacar suas fontes dietéticas, consumo alimentar, metabolismo, biodisponibilidade e efeitos benéficos à saúde.

Flavonóides

Os flavonóides são uma classe de compostos fenólicos que diferem entre si pela sua estrutura química e características particulares. Frutas, vegetais, grãos, flores, chá e vinho são exemplos de fontes destes compostos. A quercetina (pentahidroxi flavona) é o principal flavonóide presente na dieta humana e o seu consumo diário estimado, varia entre 50 e 500 mg12.

Fontes alimentares e consumo
Os flavonóides são importantes componentes da dieta humana embora, geralmente, sejam considerados não nutrientes, ou seja, substâncias sem valor nutritivo. São consumidos diariamente na dieta humana, porém, uma quantificação mais exata do total de flavonóides ingeridos torna-se difícil devido à falta de tabelas com dados sobre sua distribuição nos alimentos. O consumo total estimado varia entre 26 mg e 1 g/dia, de acordo com o consumo de fontes específicas como vinho tinto, chá preto, cerveja, frutas (maçã, uva, morango), vegetais (cebola, couve, vagem, brócolis), grãos, nozes, sementes e especiarias. A quercetina, o mais abundante flavonóide presente na dieta humana, representa cerca de 95% do total dos flavonóides ingeridos. A cebola, maçã e brócolis são as fontes majoritárias da quercetina.

Alguns efeitos terapêuticos dos flavonóides e da quercetina para o Câncer

Uma proposta de terapia complementar recomendada para pacientes oncológicos é o uso de antioxidantes. Os antioxidantes podem ser úteis na redução dos efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia por reduzir sua toxicidade. Contudo, há divergências quanto ao seu uso pois,
acredita-se que os antioxidantes reduziriam a eficiência dos tratamentos radio e quimioterápicos. Há evidências de que os antioxidantes podem ser uma boa escolha na intervenção terapêutica junto à quimioterapia por auxiliar na redução do tamanho do tumor e no aumento da longevidade dos
pacientes. Entre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e majoritários são os compostos fenólicos, tais como os flavonóides. As propriedades benéficas desses compostos
podem ser atribuídas à sua capacidade de seqüestrar radicais livres.

Consumo de Flavonóides

Os flavonóides têm recebido muita atenção nos últimos anos devido aos vários efeitos benéficos observados. Por causa do efeito antioxidante, eles tornaram-se importantes compostos dietéticos com promissor potencial terapêutico. Relatos e evidências epidemiológicas sugerem que dietas ricas em flavonóides, como a quercetina, têm efeitos na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares, câncer e insuficiências renal e hepática. Entretanto, pouco se conhece sobre a biodisponibilidade, absorção e metabolismo dos polifenóis em humanos, pois seu estudo é complexo e os dados são escassos. Embora, seja difícil uma recomendação de consumo diário de
flavonóides, a ingestão de frutas, vegetais e bebidas ricos nestes é indicada. Porém, pouco se sabe sobre a conseqüência da ingestão crônica de altas doses de flavonóides. Para compreender melhor o atual significado dos flavonóides presentes nos alimentos, faz-se necessário investigar não
apenas a sua biodisponibilidade, mas também, seu mecanismo de ação, o possível sinergismo com outros constituintes da dieta bem como a sua composição nos alimentos.

Postado por: Graziela Cervilla Toce

Fonte: Scielo


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