segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Outubro Rosa: Alimentação e atividade física X Câncer de mama


Diversas pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de identificar os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer, assim como os fatores protetores. Quando se fala em câncer de mama, existem os riscos não modificáveis (relacionados à idade, genética, história familiar, raça) e os modificáveis, que são aqueles que podem ser diminuídos conforme o estilo de vida – como, por exemplo, ser mãe antes dos 30 anos, amamentar, evitar o uso de álcool, praticar atividade física, manter peso saudável e ingerir bons alimentos.
Por razões pouco conhecidas, obesidade e vida sedentária aumentam a incidência de certos tipos de câncer. Combinados, os dois fatores são responsáveis por 20% dos casos de câncer de mama, entre outros. Em 2005, um trabalho publicado na revista “JAMA” levantou uma nova questão sobre esse tema: será que a adoção da prática de exercícios físicos depois do diagnóstico de câncer aumentaria os índices de cura?
Nele, foram estudadas 2.987 mulheres operadas de câncer de mama. Depois da cirurgia e dos tratamentos complementares (de radioterapia e quimioterapia), aquelas que passaram a caminhar por pelo menos 30 minutos, em média cinco vezes por semana, na velocidade de cinco a seis quilômetros por hora – ou fizeram exercícios equivalentes -, apresentaram cerca de 60% de redução do risco de recidiva da doença, menor mortalidade por câncer de mama e menor probabilidade de morrer por outras causas.

Alimentação de risco
Manter o peso adequado é um fator positivo na redução do risco para se desenvolver um câncer. Sem dúvida é possível melhorar a saúde por meio da orientação e da prática de atividade física. Mas existe relação entre a dieta e o risco de desenvolver o câncer de mama?
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, lingüiças, mortadelas, dentre outros. Evidências científicas correlacionam o consumo excessivo de gorduras com o aumento dos índices de câncer de mama, especialmente na pós-menopausa, quando há maior correlação entre o teor de gordura da dieta e os níveis séricos de estradiol, que é o hormônio sexual.

Carne Vermelha
Embora pesquisas não tenham sido hábeis em mostrar conexão direta entre o câncer de mama e a carne vermelha, o alto consumo deste alimento, que é rico em gordura, poderá contribuir para o ganho de peso, um dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença. O excesso de consumo de gorduras saturadas tem sido relacionado não só com o aumento do risco em desenvolver diversos tipos de câncer, assim como também de doenças cardiovasculares. Por este motivo, o Instituto Americano de Pesquisas em Câncer (AICR) recomenda o consumo limitado de carnes vermelhas, com 300 gramas por semana.

Alimentos vegetais

Ter uma dieta rica em vegetais e frutas está associada à boa saúde. Porém, isto poderá diminuir os riscos de câncer de mama? Não há fortes evidências que o consumo de certos vegetais ou frutas diminuirão o risco de um câncer. No entanto, os nutrientes das hortaliças e frutas possuem quantidades de antioxidantes que contribuem na proteção do organismo contra os danos causados pelo estresse oxidativo e, com isso, podem auxiliar na redução do risco de adquirir câncer de forma geral. Além disso, estes grupos de alimentos fornecem menores quantidades de calorias, mais fibras e auxiliam na manutenção de peso saudável. Portanto, também podem contribuir na redução do risco de desenvolver o câncer de mama. Além disso, a recomendação da Sociedade Americana de Câncer é consumir cinco porções de frutas e hortaliças ao dia.

Vegetais crucíferos
Por exemplo: brócolis, repolho, couve, couve-flor e couve de Bruxelas. Estes possuem composição química complexa, o que torna difícil determinar qual composto ou a combinação destes poderá oferecer proteção contra o câncer. Consumir uma grande variedade de alimentos de origem vegetal pode ser a melhor maneira de obter os componentes necessários. Eles são boas fontes de nutrientes – como vitamina C, carotenóides-precursores de vitamina A, fibras, cálcio e ácido fólico – além de conterem substâncias chamadas fitoquímicos, em que pesquisas apontam como fator protetor nas neoplasias mamárias.
Também contém compostos bioativos chamados isotiocianatos, possíveis agentes anticancerígenos. Os primeiros estudos têm mostrado que essas substâncias podem atuar como antioxidantes, aumentar as enzimas de desintoxicação no corpo, alterar os níveis de estrogênio no organismo e auxiliar na redução do risco de câncer de mama.

Ingestão de álcool
O consumo regular de álcool apresenta relação direta em aumentar o risco de câncer de mama, especialmente em mulheres com baixa ingestão de ácido fólico (que estão presentes em vegetais de folhas verde-escuras, feijões, germe de trigo, peixes, dentre outros).

Ômega 3 (n-3)
Estudos experimentais têm indicado que os ácidos graxos poliinsaturados n-3 podem inibir a formação do câncer de mama, pois competem com os ácidos graxos n-6 na membrana celular, exercendo um efeito inibidor da proliferação celular em tecido mamário. Contudo, esta teoria precisa ser mais bem estudada para que se possa comprovar o seu benefício na redução deste tipo de câncer.

Vitaminas e Minerais
Entre os micronutrientes mais investigados por sua atuação quimiopreventiva na formação do câncer de mama, é importante ressaltar as vitaminas antioxidantes, ou seja, as vitaminas A, C e E, assim como os minerais ácido fólico e selênio. Estes são bastante encontrados em frutas e verduras e combatem o estresse oxidativo.

Vale a pena frisar que a alimentação saudável somente funcionará como fator protetor, quando adotada constantemente, no decorrer da vida. Neste aspecto devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos alimentares do brasileiro, como o uso do arroz com feijão.




Fontes:
Hábitos alimentares: www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=18
Como os alimentos podem ajudar na prevenção do câncer de mama: www.einstein.br/einstein-saude/nutricao/Paginas/como-os-alimentos-podem-ajudar-na-prevencao-do-cancer-de-mama.aspx
Atividade física e câncer: www.drauziovarella.com.br/mulher-2/cancer-de-mama/atividade-fisica-e-cancer/

Postado por: Ana Karinne de Lima e Priscila de Araujo Lucio

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