quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Você se enquadra no perfil da esteatose?


A saliência na barriga não é a única consequência da alimentação desequilibrada, calórica e perigosa à saúde. Embaixo da camisa apertada e da calça que não fecha pode estar um excesso de gordura invisível aos olhos, que encobre o fígado e causa uma doença silenciosa, a esteatose hepática.

Embora o Ministério da Saúde não tenha estatísticas oficiais sobre a incidência da doença no país, os dados existentes sobre a saúde do brasileiro mostram que boa parte da população está no alvo da esteatose: 48% dos brasil​eiros têm excesso de peso, um em cada cinco é fumante e 27% dos homens ingerem mais de quatro doses de bebida cada vez que decidem ingerir álcool.

A doença hepática gordurosa do fígado associa-se intimamente ao estilo de vida presente nas grandes cidades. Isso indica que de mãos dadas com a esteatose estão a falta de atividades físicas, o tabagismo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, além da dieta rica em gorduras e produtos industrializados.

O consumo de gordura diário não pode ultrapassar 30% do valor calórico total de uma dieta. Quem consome quantidades elevadas de gordura na dieta, mesmo que sejam as chamadas gorduras saudáveis, podem desenvolver esteatose hepática. O tipo mais perigoso, no entanto, é a gordura trans, porque é a que mais induz depósito de gordura no fígado. Ela é encontrada em biscoitos, salgadinhos, pão de queijo, folhados e outros tipos de alimento.

Essa relação com hábitos nada saudáveis também explica como é formado o grupo de maior risco para desenvolver a doença. Os obesos, os diabéticos (do tipo 2) e os homens (mais numerosos do que as mulheres entre os fumantes e os dependentes de bebidas alcoólicas) são maioria entre os pacientes.

Apesar de a doença afetar o fígado – um órgão importante no metabolismo do organismo – a esteatose não costuma dar sinais sobre sua presença. Geralmente não há sintomas. Em casos raros há o relato de um desconforto na região do abdome. Por isso, o diagnóstico é difícil.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença é feito com o auxílio de exames como ultrassonografias, biópsias ou ressonâncias magnéticas. Esses exames detectam alterações nas células hepáticas e na textura do órgão. Em alguns casos, a esteatose hepática pode evoluir para cirrose e câncer de fígado. Além disso, quando não tratada, a doença pode evoluir para hepatite ou até resultar na falência do órgão.

Tratamento

O tratamento é realizado com medicamentos, mas a mudança no estilo de vida é fundamental para reverter as lesões no fígado. Abstinência de bebida alcoólica, perda de peso, controle do diabetes, tratamento da dislipidemia (níveis elevados de colesterol e triglicérides) são medidas de tratamento da doença. Alguns medicamentos como metformina e vitamina E podem ser utilizados, porém, sem as medidas anteriores, eles não são muito efetivos.

Mudar os hábitos alimentares é essencial para o sucesso do tratamento. É preciso adequar a dieta e reduzir a ingestão de gordura. A atenção também vai para o consumo excessivo de frutose e sacarose: o fígado não consegue queimar todo esse açúcar e ele é convertido em gordura.

A esteatose hepática pode ser evitada, assim como suas perigosas consequências. Para isso, é importante seguir uma dieta adequada, realizar atividades físicas, controlar o peso e o diabetes (caso tenha a doença), evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, não recorrer à automedicação e realizar exames de saúde preventivos. Seguindo essa receita é muito grande a chance de manter essa inimiga silenciosa longe de você.​

Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/a-perigosa-gordura-no-figado.aspx

Por: Laís R.R. Oliveira

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