Já
existe o consenso entre as organizações de saúde internacionais, como a
American Dietetic Association (ADA), que a alimentação vegetariana pode ser
planejada para atender às necessidades nutricionais durante todos os estágios
da vida: primeira infância, infância, adolescência e fase adulta, assim como
para gestantes e lactantes, idosa e também para atletas. A dieta vegetariana
costuma apresentar maiores quantidades de cereais integrais, castanhas, frutas,
legumes e verduras quando comparada a uma dieta onívora. Veja os nutrientes merecem
atenção no manejo à dieta do esportista vegetariano:
Ferro: Um bom status de ferro é
essencial para todo praticante de atividade física e atleta. O ferro heme,
presente em alimentos de origem animal, preserva uma absorção que varia de 15%
a 35%; já o ferro não heme, presente nos alimentos vegetais, entre 2 e 20%.
Estudos indicam que diferentemente do raciocínio comum, dietas vegetarianas
contêm maiores quantidades de ferro do que dietas onívoras. No entanto, existem
fatores que devem ser levados em consideração, como a presença de fitatos, que
inibem a absorção do ferro não heme; e a vitamina C e outros ácidos orgânicos
que potencializam essa absorção. A atenção ao ferro dietético é idêntica para
onívoros e vegetarianos.
Zinco: O zinco também é encontrado
facilmente na alimentação vegetariana, mas a biodisponibilidade pode ser
afetada por diversos fatores. Existem recomendações para que os veganos (pessoas
que não consomem nenhum produto de origem animal – carnes, ovos, leite e
derivados) tenham uma ingestão de zinco 50% maior do que a recomendação atual.
Ao mesmo tempo, os estudos populacionais não revelam prevalência documentada
maior da deficiência clínica em vegetarianos.
Vitamina
B12: Uma alimentação ovolactovegetariana (pessoas que consomem ovo e
leite) pode oferecer as quantidades necessárias de vitamina B12, no entanto, na
alimentação vegana, sem a presença de alimentos enriquecidos, deve haver
suplementação. Porém, em ambos os casos, os níveis de B12 devem ser avaliados.
Lembrando que devido a particularidades do metabolismo da B12, a prevalência de
deficiência desta vitamina em onívoros também é elevada e, no Brasil, sua
deficiência acomete mais de 50% da população onívora.
Cálcio: O cálcio presente nos vegetais,
sementes e certas oleaginosas possui ótima biodisponibilidade, portanto,
alcançar as recomendações de cálcio para um atleta vegetariano deixa de ser uma
preocupação. Neste momento, a ciência da nutrição se conecta com a gastronomia
para, além de termos um prato rico em cálcio, também, fornecermos um bom perfil
de aminoácidos e ácidos graxos, assim como um sabor inovador e fascinante.
Outros ajustes nos
macronutrientes dependem da modalidade esportiva escolhida e o ritmo de
treinos. É importante adequar as quantidades de carboidratos, gorduras e
proteínas sempre visando ao desempenho e saúde do atleta. A melhora do
desempenho, recuperação pós-treino, imunidade, disposição, qualidade do sono,
saúde emocional e vitalidade estão entre alguns dos relatos importantes que
fazem aumentar cada vez mais o número de esportistas vegetarianos.
Por:
Thayná Galvão
FONTES:
ADA: Position of the
American Dietetic Association: Vegetarian Diets. J Am Diet Assoc. 2009;109:
1266-1282.
Fuhrman J, Ferreri DM. Fueling the vegetarian (vegan) athlete. Curr Sports Med Rep.
2010;9(4):233-41.
Couceiro P, Slywitch E,
Lenz F. Padrão alimentar da dieta vegetariana. Einstein
2008;6 (3):365-373.
SVB. Guia alimentar de
dietas vegetarianas para adultos. 2012.
Venderley AM, Campbell WW. Vegetarian diets: nutritional considerations
for athletes. Sports
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