Você vem treinando certinho nos últimos meses
sente-se preparado psicológica e fisicamente para a tão sonhada prova, e toda a
estratégia de alimentação/hidratação da corrida está mais do que fixada na sua
mente. Passa o quilômetro 15, o 20 e, chegando nos 30 o corpo começa a doer;
tudo o que quer nesse momento é uma inesperada injeção de energia. E ela pode
vir na forma de uma batata assada salgada ou de uma latinha vermelha, gelada e
sem gás, entregue por um parente ou amigo que se transformou em staff
pessoal. É muito açúcar e alegria dentro de uma coisa só; Mas que de
repente, tontura, ânsia de vômito, fraqueza. A culpa não foi das sessões de
reforço muscular na academia que você faltou, nem do longão de domingo que você
pulou para poder descansar. A culpa foi do rebote.
Quando realizamos um esforço físico intenso,
o corpo necessita de energia para que o sistema muscular continue rendendo o
que desejamos, sem desestabilizar as nossas funções vitais. Embora não seja a
única, o carboidrato é a principal fonte de energia responsável por tudo isso.
Mas é importante que a hidratação esteja balanceada para que as reações
químicas continuem acontecendo dentro do corpo, possibilitando a liberação de
energia sem interrupções abruptas ou "efeitos colaterais"
desagradáveis, como a hipoglicemia ou a hipoglicemia de rebote causa
completamente diferentes para uma mesma consequência.
O QUE É? Mas o que é e como
acontece a de rebote? A hipoglicemia de rebote não acontece com todo mundo. De
acordo com algumas estatísticas, uma em cada três pessoas pode sofrer esse
efeito, causado pela ingestão de alimentos de alto índice glicêmico, antes ou
durante o exercício físico. Não há como prever quem as três pessoas dessa
estatística. Isso porque estamos passíveis de cometer deslizes, e também porque
o rebote pode ser ameno, mas é bom estar preparado para isso caso venha a
acontecer. "Muitas vezes os sintomas da hipoglicemia de rebote são
muito fortes, e em caso de tonturas e vômitos o mais indicado é parar de
correr. Porém, se os sintomas são amenos, a melhor forma para sair da
hipoglicemia é ingerir carboidratos complexos, presentes em géis, pastilhas ou
isotônicos", explica Karina Valentim, nutricionista esportiva da Patrícia
Bertolucci Consultoria em Nutrição, de São Paulo.
O PROCESSO: O
efeito rebote acontece quando é ingerida uma grande quantidade de açúcar antes
ou durante uma atividade física intensa. Quando se ingere uma quantidade
considerável de açúcar para tentar melhorar o rendimento, o pâncreas
automaticamente libera uma quantidade muito grande de insulina para metabolizar
aquele tanto de açúcar que apareceu de repente. Isso gera um processamento mais
rápido e, consequentemente, uma queda drástica, novamente, dos níveis de
glicose no sangue, que o fez ficar hipoglicêmico novamente, só que, dessa vez,
com a indesejada instabilidade das funções vitais.
COMO EVITAR. Para
evitar um quadro de hipoglicemia de rebote, recomenda-se que ingira na refeição
pré-prova uma fonte de carboidratos com médio a baixo índice glicêmico, de
acordo com a tolerância do atleta, associada à macronutrientes como proteínas,
que auxiliam na digestão mais lenta dos carboidratos, não elevando os níveis de
glicose sanguínea. A atenção com a alimentação durante a prova também precisa
ser grande, segundo a nutricionista Fúlvia Gomes Hazarabedian, da rede paulista
de academias Bio Ritmo. "É preciso administrar a quantidade de
carboidratos de forma proporcional à necessidade e gasto. Consumir com a
diluição correta de água pode amenizar os sintomas, assim como usar produtos em
gel ou em pó diluído em água, que tenham carboidratos de rápida, média e lenta
absorção". Os alimentos de rápida digestão devem ser priorizados para que
o desempenho não seja prejudicado.
Por: Thayná Galvão
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