sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Glicemia de rebote ou efeito rebote

Você vem treinando certinho nos últimos meses sente-se preparado psicológica e fisicamente para a tão sonhada prova, e toda a estratégia de alimentação/hidratação da corrida está mais do que fixada na sua mente. Passa o quilômetro 15, o 20 e, chegando nos 30 o corpo começa a doer; tudo o que quer nesse momento é uma inesperada injeção de energia. E ela pode vir na forma de uma batata assada salgada ou de uma latinha vermelha, gelada e sem gás, entregue por um parente ou amigo que se transformou em staff pessoal. É muito açúcar e alegria dentro de uma coisa só; Mas que de repente, tontura, ânsia de vômito, fraqueza. A culpa não foi das sessões de reforço muscular na academia que você faltou, nem do longão de domingo que você pulou para poder descansar. A culpa foi do rebote.

Quando realizamos um esforço físico intenso, o corpo necessita de energia para que o sistema muscular continue rendendo o que desejamos, sem desestabilizar as nossas funções vitais. Embora não seja a única, o carboidrato é a principal fonte de energia responsável por tudo isso. Mas é importante que a hidratação esteja balanceada para que as reações químicas continuem acontecendo dentro do corpo, possibilitando a liberação de energia sem interrupções abruptas ou "efeitos colaterais" desagradáveis, como a hipoglicemia ou a hipoglicemia de rebote causa completamente diferentes para uma mesma consequência.


O QUE É? Mas o que é e como acontece a de rebote? A hipoglicemia de rebote não acontece com todo mundo. De acordo com algumas estatísticas, uma em cada três pessoas pode sofrer esse efeito, causado pela ingestão de alimentos de alto índice glicêmico, antes ou durante o exercício físico. Não há como prever quem as três pessoas dessa estatística. Isso porque estamos passíveis de cometer deslizes, e também porque o rebote pode ser ameno, mas é bom estar preparado para isso caso venha a acontecer. "Muitas vezes os sintomas da hipoglicemia de rebote são muito fortes, e em caso de tonturas e vômitos o mais indicado é parar de correr. Porém, se os sintomas são amenos, a melhor forma para sair da hipoglicemia é ingerir carboidratos complexos, presentes em géis, pastilhas ou isotônicos", explica Karina Valentim, nutricionista esportiva da Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição, de São Paulo.

O PROCESSO: O efeito rebote acontece quando é ingerida uma grande quantidade de açúcar antes ou durante uma atividade física intensa. Quando se ingere uma quantidade considerável de açúcar para tentar melhorar o rendimento, o pâncreas automaticamente libera uma quantidade muito grande de insulina para metabolizar aquele tanto de açúcar que apareceu de repente. Isso gera um processamento mais rápido e, consequentemente, uma queda drástica, novamente, dos níveis de glicose no sangue, que o fez ficar hipoglicêmico novamente, só que, dessa vez, com a indesejada instabilidade das funções vitais.

COMO EVITAR. Para evitar um quadro de hipoglicemia de rebote, recomenda-se que ingira na refeição pré-prova uma fonte de carboidratos com médio a baixo índice glicêmico, de acordo com a tolerância do atleta, associada à macronutrientes como proteínas, que auxiliam na digestão mais lenta dos carboidratos, não elevando os níveis de glicose sanguínea. A atenção com a alimentação durante a prova também precisa ser grande, segundo a nutricionista Fúlvia Gomes Hazarabedian, da rede paulista de academias Bio Ritmo. "É preciso administrar a quantidade de carboidratos de forma proporcional à necessidade e gasto. Consumir com a diluição correta de água pode amenizar os sintomas, assim como usar produtos em gel ou em pó diluído em água, que tenham carboidratos de rápida, média e lenta absorção". Os alimentos de rápida digestão devem ser priorizados para que o desempenho não seja prejudicado.



Por: Thayná Galvão




FONTE: Revista Contra-relógio – edição 260; Maio 2015.

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