quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Abordagens nutricionais para a prevenção de lesão no esporte

A prática de exercícios físicos intensos ocasiona fadiga, e isso que leva ao aumento da síntese de espécies reativas do oxigênio (ERO), provocando queda de performance, inflamação e lesões em atletas. Tal condição está relacionada com a perda de água corporal, diminuição e exaustão de estoques de energia, o desequilíbrio nutricional e os distúrbios homeostáticos, hormonais e imunológicos.

As lesões ocorridas no tecido muscular esquelético têm sido observadas como uma das mais prevalentes no esporte, em que as contusões e o estiramento representam cerca de 90% do total de casos. Entre os fatores de risco para tal ocorrência estão os biomecânicos, resultantes de força extenuante que ultrapassa a capacidade estrutural dos músculos; e os fisiológicos, relacionados à fadiga e às lesões oxidativas musculares, considerando a participação das ERO.

Dessa forma, abordagens nutricionais têm sido implicadas por mostrarem papel relevante na melhora da performance de atletas, uma vez que podem contribuir na redução dos efeitos oxidativos promovidos pelo exercício físico intenso, que inclui a adequação de nutrientes e reposição hídrica. Uma adequação na ingestão de macronutrientes, carboidratos, proteínas e lipídeos é fundamental para diversas funções do metabolismo muscular, como reposição do glicogênio muscular, construção e formação dos tecidos, manutenção da hidratação e prevenção de lesões.



O ácido ascórbico, ou vitamina C, desempenha importante ação antioxidante sobre as células. Outrossim, a vitamina pode promover benefícios com relação à dor e às lesões musculares. Ademais, age estimulando a síntese de colágeno, desempenhando efeito protetor na degeneração da cartilagem e regenerador, desse modo, evitando seu enfraquecimento por atuar na produção de aggrecan, uma proteoglicana presente na cartilagem.



A creatina contribui na redução dos efeitos prejudiciais de lesão e inflamação musculares, pois desempenha função antioxidante, pela qual inibe os radicais superóxido, peroxinitrito e ABTS+ (3-etilbenzotiazolamina-6-sulfônico). Indiretamente, a creatina pode exercer uma ação antioxidante tanto por aumentar a disponibilidade do aminoácido arginina, que é um precursor do óxido nítrico, quanto por manter os níveis de ATP e fosfocreatina.



Por sua vez, o ômega-3, ácido graxo poli-insaturado de cadeia longa, tem revelado eficiente ação anti-inflamatória provocada pela diminuição da síntese de potentes mediadores químicos da inflamação.



Contudo vale ressaltar que, além dos nutrientes, a hidratação adequada é essencial para garantir que o desempenho esperado seja atingido e que problemas relacionados ao funcionamento do metabolismo corporal, em especial o muscular, sejam prevenidos.





Por: Thayná Galvão





FONTES:


CRUZAT, V. F. et al. Aspectos atuais sobre estresse oxidativo, exercícios físicos e suplementação. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 13, n. 5, p. 336-342, 2007.

GARCIA, B. C. et al. Efeitos da dieta suplementada com ômega-3 no músculo sóleo de ratos submetidos à natação: análise histológica e morfométrica. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 16, n. 5 Niterói, p. 363-367, 2010.

HERNANDEZ, A. J.; NAHAS, R. M. Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 15, n. 3, p. 3-12, 2009.

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