A prática de exercícios físicos intensos ocasiona fadiga, e isso
que leva ao aumento da síntese de espécies reativas do oxigênio (ERO),
provocando queda de performance, inflamação e lesões em atletas. Tal condição
está relacionada com a perda de água corporal, diminuição e exaustão de
estoques de energia, o desequilíbrio nutricional e os distúrbios homeostáticos,
hormonais e imunológicos.
As lesões ocorridas no tecido muscular esquelético têm sido observadas
como uma das mais prevalentes no esporte, em que as contusões e o estiramento
representam cerca de 90% do total de casos. Entre os fatores de risco para tal
ocorrência estão os biomecânicos, resultantes de força extenuante que
ultrapassa a capacidade estrutural dos músculos; e os fisiológicos,
relacionados à fadiga e às lesões oxidativas musculares, considerando a
participação das ERO.
Dessa forma, abordagens nutricionais têm sido implicadas por mostrarem
papel relevante na melhora da performance de atletas, uma vez que podem
contribuir na redução dos efeitos oxidativos promovidos pelo exercício físico
intenso, que inclui a adequação de nutrientes e reposição hídrica. Uma adequação na ingestão de macronutrientes, carboidratos, proteínas e
lipídeos é fundamental para diversas funções do metabolismo muscular, como
reposição do glicogênio muscular, construção e formação dos tecidos, manutenção
da hidratação e prevenção de lesões.
O ácido ascórbico, ou vitamina C, desempenha importante ação antioxidante
sobre as células. Outrossim, a vitamina pode promover benefícios com relação à
dor e às lesões musculares. Ademais, age estimulando a síntese de colágeno,
desempenhando efeito protetor na degeneração da cartilagem e regenerador, desse
modo, evitando seu enfraquecimento por atuar na produção de aggrecan, uma
proteoglicana presente na cartilagem.
A creatina contribui na redução dos efeitos prejudiciais de lesão e
inflamação musculares, pois desempenha função antioxidante, pela qual inibe os
radicais superóxido, peroxinitrito e ABTS+
(3-etilbenzotiazolamina-6-sulfônico). Indiretamente, a creatina pode exercer
uma ação antioxidante tanto por aumentar a disponibilidade do aminoácido
arginina, que é um precursor do óxido nítrico, quanto por manter os níveis de
ATP e fosfocreatina.
Por sua vez, o ômega-3, ácido graxo poli-insaturado de cadeia longa, tem
revelado eficiente ação anti-inflamatória provocada pela diminuição da síntese
de potentes mediadores químicos da inflamação.
Contudo vale ressaltar que, além dos nutrientes, a hidratação adequada é
essencial para garantir que o desempenho esperado seja atingido e que problemas
relacionados ao funcionamento do metabolismo corporal, em especial o muscular,
sejam prevenidos.
Por: Thayná Galvão
FONTES:
CRUZAT, V. F. et al. Aspectos atuais sobre estresse oxidativo, exercícios
físicos e suplementação. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 13, n. 5, p.
336-342, 2007.
GARCIA, B. C. et al. Efeitos da dieta
suplementada com ômega-3 no músculo sóleo de ratos submetidos à natação:
análise histológica e morfométrica. Rev Bras Med Esporte,
Niterói, v. 16, n. 5 Niterói, p. 363-367, 2010.
HERNANDEZ, A. J.; NAHAS, R. M. Modificações dietéticas, reposição hídrica,
suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais
riscos para a saúde. Rev Bras Med Esporte,
Niterói, v. 15, n. 3, p. 3-12, 2009.
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