As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais
causas de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos em 2008. No Brasil,
constituem o problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das
causas de mortes. As principais causas dessas doenças incluem fatores de risco
modificáveis, como tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, inatividade
física e alimentação inadequada. As modificações dos padrões alimentares levaram
ao aumento da obesidade e das DCNT, principalmente o aumento do consumo de
dietas com alta densidade energética, ricas em gordura (particularmente,
gordura saturada) e pobres em carboidratos complexos, juntamente com uma
redução no gasto de energia devido ao estilo de vida sedentário.
Segundo dados brasileiros, os fatores contribuintes para a
prevalência de excesso de peso e obesidade incluem baixos níveis de atividade
física, baixo consumo de frutas e hortaliças, alto consumo de alimentos com
elevado teor de gordura, como alimentos industrializados, e alto consumo de
refrigerantes. Dados recentes apontam que 52,6% dos homens e 44,7% das
mulheres, brasileiros, com mais de 18 anos, estão acima do peso ideal. O Guia
Alimentar para População Brasileira recomenda que a população consuma alimentos
mais naturais e menos processados, bem como retome o hábito de preparar seu
próprio alimento.
A inatividade física é um dos grandes problemas de
saúde pública na sociedade moderna, sobretudo considerando-se que cerca de 70%
da população adulta não atinge os níveis mínimos recomendados. A atividade
física e a capacidade de armazenamento de alimentos são vitais à preservação e
evolução da espécie humana desde a época paleolítica, sendo que, hoje, o estilo
de vida sedentário vivenciado pelo homem moderno está em completo descompasso
com o genoma ancestral, provocando disfunções na expressão gênica e,
consequentemente, predispondo às doenças crônicas.
Sendo assim, o indivíduo sedentário não pode ser considerado
saudável e a inserção da atividade física na vida do homem moderno é essencial
à manutenção da função normal do organismo, ainda mais sendo capaz de reduzir
sobremaneira a necessidade de medicamentos, como no caso de indivíduos
portadores de DCNT. Diversos estudos já apontam os seus benefícios na redução
da glicemia, na perda de gordura e na diminuição da pressão arterial, fatores
envolvidos nas DCNT.
Cabe ao profissional de educação física capacitar-se a fim de
prescrever o exercício com eficácia e segurança em cada caso, bem como ao
nutricionista indicar o melhor plano alimentar. Contudo, a nutrição associada à
pratica regular de exercício físico se mostra eficaz para a melhora da
qualidade de vida da população, atuando com foco na prevenção e no tratamento
das DCNT.
Por: Thayná Galvão
FONTES:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de Ações Estratégicas para
o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil
2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a população
Brasileira. 2. ed. Brasília, 2014.
GUALANO, B., TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças
crônicas. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, p.37-43, dez. 2011.
POLL, F.A. Estudos acadêmicos em nutrição clínica com ênfase nas
doenças crônicas e obesidade. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2015.
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