A busca pelo padrão estético determinado pelas
mídias cresce drasticamente, aumentando a preocupação em relação à alimentação
adequada e à prática de atividade física. Muitas vezes, essa preocupação
torna-se exagerada, propiciando o aparecimento de distúrbios nutricionais e
psicológicos denominados transtornos alimentares (TA). Os tipos de TA mais
evidenciados na prática clínica são: Anorexia Nervosa (NA), Bulimia Nervosa
(BN), Dismorfismo Muscular (DM), popularmente conhecido como vigorexia, e
Ortorexia Nervosa (ON).
Caracteriza-se a anorexia nervosa como um transtorno alimentar associado à recusa do indivíduo em manter um peso adequado para a sua estatura, com o medo intenso de ganhar peso e com a distorção da imagem corporal, além de negação da própria condição patológica.
Já a bulimia nervosa é um quadro clínico caracterizado pela alteração de horários, tipos e regularidade de refeições, bem como o consumo e as atitudes alimentares. É identificada como um ciclo constituído por dieta, compulsão e purgação, apresentando padrão alimentar descrito, muitas vezes, como excessivo e sem qualidade nutricional. A restrição alimentar tem papel influenciador no início e na perpetuação do quadro.
Mudando de contexto, a vigorexia é um tipo de transtorno dismórfico corporal, no qual o indivíduo potencializa e/ou idealiza defeitos estéticos relacionados à massa muscular que venha a possuir, passando a se sentir aparentemente repugnante. Igualmente aos outros dois transtornos citados, a imagem corporal de indivíduos com este distúrbio psicológico encontra-se distorcida, porém, com a diferença de que sua auto avaliação indica a insuficiência de massa magra, quando, na realidade, apresentam-se com musculatura desenvolvida.
Por fim, destaca-se, na ortorexia nervosa, o foco na qualidade do alimento e a fixação por alcançar uma dieta considerada satisfatória em todos os aspectos nutricionais. Neste caso, nem sempre o indivíduo possui preocupação com a imagem corporal. Em relação às semelhanças com os outros distúrbios, apresenta sentimentos, crenças, pensamentos e comportamentos com os alimentos que são considerados obsessivos.
As implicações no estado nutricional de indivíduos com esses transtornos assemelham-se àquelas relacionadas a uma alimentação inadequada. Observa-se que a deficiência de micronutrientes provoca a disfunção do sistema imunológico, o excesso de produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio com a redução da síntese de enzimas e de proteínas. Por conta disso, as reações enzimáticas fisiológicas se comprometem, afetando todos os sistemas corporais.
Por:
Thayná Galvão
FONTES:
ALVARENGA,
M; SCAGLIUSI, F. Tratamento nutricional da bulimia nervosa. Rev. Nutr.,
Campinas, v. 23, n. 5, p. 907-918, set./out. 2010.
ALVES, E; et al. Prevalência de sintomas de anorexia nervosa e insatisfação com
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Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
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PONTE, JB; MONTAGNER, MI; MONTAGNER, M. Ortorexia nervosa: adaptação cultural
do orto-15. Demetra, v. 9, n. 2, p. 533-548, abr. 2014.
SOLER, PT et al. Vigorexia e níveis de dependência de exercício em
frequentadores de academias e fisiculturistas. Rev Bras Med Esporte, São Paulo,
v. 19, n. 5, p. 343-348, out. 2013.
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