segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010



Efeito Ergogênico de Uma Bebida Esportiva Cafeinada Sobre a Performance em Testes de Habilidades Específicas do Futebol

Ergogenic Effect of a Caffeinated Sports Drink on Performance in Soccer Specific Abilities Tests



Ana Paula Muniz Guthierez

Antonio Jose Natali

Rita de Cassia Gonçalves Afenas

João Carlos Bouzas Martins



O objetivo do presente estudo foi comparar o efeito de uma bebida esportiva cafeinada (BEC) frente a uma bebida carboidratada comercial (BCC) sobre a performance durante a execução de testes físico-motores de habilidades específicas do futebol.

Recursos ergogênicos são procedimentos ou recursos capazes de aprimorar a capacidade de realizar um trabalho físico ou o desempenho atlético. Dentre os diferentes tipos, os recursos ergogênicos nutricionais, como bebidas esportivas e bebidas energéticas, vêm sendo utilizados por jovens esportistas com o objetivo de aumentar o desempenho físico. A cafeína, presente nas bebidas energéticas, tem demonstrado um papel positivo durante o exercício devido, prin¬cipalmente, a sua ação estimulante sobre o sistema nervoso central.

Os efeitos fisiológicos da cafeína ainda são controversos, contudo, alguns estudos demonstraram que o consumo de cafeína diminuiu a fadiga durante exercícios prolongados. Outros estudos avaliaram o efeito da cafeína sobre a execução de habilidades específicas em atletas de esportes coletivos; identificaram que esse composto foi capaz de aumentar o tempo de exercício, o pico de potência, a capacidade de executar sprints, condução de bola e a acurácia dos passes. Outros estudos observaram alguns efeitos que podem contribuir positivamente sobre o desempenho esportivo de jogadores de futebol como, por exemplo: sua ação sobre a reserva do glicogênio muscular, a potencialização na força de contração muscular, diminuição da dor mus¬cular nos membros inferiores produzidas pelo exercício extenuante e diminuição da percepção de esforço.

Devido a esses possíveis efeitos ergogênicos, produtos com cafeína em sua formulação têm sido utilizados por jogadores de futebol, visando otimizar a execução de habilidades específicas anaeróbicas, como saltar o mais alto possível e correr na máxima velocidade (sprint), ações essas que podem ser decisivas para o sucesso esportivo.

Novas evidências mostram que a cafeína usada com moderação durante a prática de exercícios físicos não causa desi¬dratação ou desequilíbrio de eletrólitos. No entanto, é necessária atenção ao uso de bebidas energéticas contendo cafeína por adolescentes, visto que, além de ser capazes de exercer efeito ergolítico (efeito que promove diminuição do desempenho físico), podem ser potencialmente perigosas à saúde quando consumidas em excesso ou em combinação com estimulante ou álcool.

Foi observado que os jogadores que atingiram a menor e a maior altura no salto apresentaram melhoria no desempenho com o consumo de BEC. Antes da ingestão de BEC, os jogadores com o menor e maior desempenho atingiram, respectivamente, 37 e 58 cm, e após o seu consumo obtiveram 40 e 59 cm. Com BCC ocorreu esse aumento no desempenho individual do valor mínimo de 38 para 47 cm, mas o mesmo não foi observado para o valor máximo, que de 53 cm foi para 51 cm. Dessa forma, é possível sugerir que a melhora na execução do salto promovida pelo consumo de BEC pode resultar em efeitos positivos sobre a desempenho de atletas juniores ao longo de uma competição.

A ação positiva que BEC poderá exercer sobre o aumento de potência de membros inferiores pode ser importante, principalmente, nos momentos finais da partida, nos quais a fadiga é expressiva devido à depleção do glicogênio muscular.

Enfim, analisando o estado de fadiga de jogadores de futebol categoria Júnior por meio da comparação dos resultados dos testes de força explosiva e de agilidade executados antes e após as partidas, pode-se concluir que o consumo de BEC durante o jogo foi capaz de melhorar a altura atingida no salto vertical, mesmo após o desgaste físico promovido pela partida, o que não ocorreu após o consumo de BCC. Conclui-se que, para jovens futebolistas, BEC foi considerada um agente ergogênico capaz de evitar a instalação dos sintomas da fadiga para a execução de testes após o jogo.





Revista Brasileira de Medina do Esporte Nov/Dez de 2009.



Ana Paula Ferreira dos Santos.

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