Os
alimentos possuem em sua composição substâncias capazes de provocar alterações
no calibre dos vasos sanguíneos pela liberação de neurotransmissores e/ou estimulação
direta de diversas regiões do cérebro causando a enxaqueca.
Estima-se que a
maioria das crises de enxaqueca sejam causadas por omissão de refeições,
seguida pela ingestão de bebidas alcoólicas e por sensibilidade a alimentos.
Na enxaqueca, o
fator alimentar é frequentemente esquecido devido ao uso de remédios para
prevenção. A lista de alimentos, bebidas e aditivos alimentares mais comumente
associados a enxaqueca inclui o queijo curado, o iogurte, o chocolate, as
frutas cítricas, o cachorro-quente, o sorvete, as bebidas alcoólicas, o
glutamato monossódico e o aspartame. Alguns desses estão listados abaixo:
Glutamato
monossódico (MSG): é um sal e um aditivo alimentar que aumenta o
sabor dos alimentos. Encontra-se principalmente em sopas instantâneas, comida
chinesa, carnes processadas e outros. O MSG liga-se ao seu receptor no
organismo provocando a dilação dos vasos sanguíneos do cérebro causando a dor
de cabeça.
Chocolate: Os
ingredientes podem iniciar a dor de cabeça por meio da alteração do fluxo sanguíneo
cerebral e do estimulo para liberação de noradrenalina (neutransmissor) pelos neurônios. Porém estudos não mostraram associação com
seu consumo e a causa da enxaqueca.
Alimentos
riscos em gordura: os níveis elevados de lipídeos no sangue,
causadas pela elevada ingestão de gordura estão associados ao aumento da
vasoditalação que precede o ataque da enxaqueca.
Bebidas alcoólicas: existem dois
tipos de dores de cabeça induzidas pelo álcool, que age como um vasodilatador
dos vasos sanguíneos: a imediata, que surge após 3h depois da ingestão de
bebidas, e a retardada (chamada de ressaca) que se desenvolve após a diminuição
do nível de álcool no sangue, essa é um dos tipos mais comuns nos indivíduos
com enxaqueca.
A intolerância alimentar
mediada por anticorpos também pode estar associada a enxaqueca e a modificação
da alimentação com a eliminação de alimentos específicos pode ser eficaz no
tratamento dessa doença.
Por nem todas as
pessoas serem suscetíveis as mesmas substâncias químicas, uma alimentação que
elimine totalmente esses agentes não assegura a ausência de enxaqueca. Além
disso, deve-se considerar as possíveis deficiências nutricionais e o impacto
que a restrição alimentar pode provocar.
Recomenda-se uma
alimentação completa, equilibrada e variada em conjunto com um estilo de vida
saudável. O uso de medicamentos a longo prazo é apropriado apenas quando já se excluíram
os fatores desencadeantes, como o stress, fadiga, insônia e os possíveis
fatores alimentares.
Postado por Letícia Andrade e Vivian Giubine
Referências
MARTINS, M., SILVA, C. B. Enxaqueca:
fisiopatologia e factores alimentares desencadeantes. Repositório
Aberto da Universidade do Porto. Portugal, 2010. Disponível em: <
http://hdl.handle.net/10216/52619>. Acesso em: 27
abr. 2012.
FELIPE, M. R. et al. Implicações da alimentação e nutrição e
do uso de fitoterápicos na profilaxia e tratamento sintomático da enxaqueca – uma
revisão. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim.
Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, v.35, n.2, p.165-179, ago.
2010.
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