A prática de atividade física
regularmente, realizada de maneira correta e associada a ingestão alimentar
adequada, não interfere na função hormonal da mulher, e consiste em um importante instrumento para
ganho de massa óssea, capaz de fazer de prevenir a osteoporose pós-menopáusica.
As diferentes fases do ciclo menstrual
parecem não interferir no desempenho durante as atividades. Inclusive, alguns
trabalhos sugerem o alívio dos sintomas pré-menstruais em mulheres que se
exercitam regularmente.
Atualmente, a chamada tríade da mulher atleta é uma síndrome que ocorre não somente
em mulheres que praticam exercícios de competição, mas acomete cada vez mais
adolescentes e mulheres praticantes de atividade física recreacional. É
caracterizada por: distúrbios alimentares, amenorreia (ausência de menstruação)
e osteoporose. Por trás dos sinais e sintomas verifica-se a pressão social por
padrões estéticos diferentes das características naturais de cada uma.
No cenário esportivo, as atletas de
maior risco para desenvolver essa síndrome são aquelas que participam de
esportes que valorizam a manutenção de um baixo peso corporal, como ginástica,
patinação artística, saltos ornamentais e dança, ou de modalidades como a
corrida de longa distância e ciclismo.
Os distúrbios alimentares podem ser
caracterizados pela restrição da ingestão alimentar, anorexia, bulimia e
outras. Tais distúrbios podem ser causas de importantes alterações do
metabolismo corporal, principalmente se associados a um treinamento físico
inadequado.
A causa da amenorreia relacionada ao
exercício físico não está completamente esclarecida. Porém as hipóteses mais
fortes são de que a produção de endorfinas e seus níveis aumentados no
treinamento diário, possam inibir a produção do hormônio liberador das
gonadotrofinas (GnRH), e com
isso impedir todo o eixo hormonal feminino (hipotálamo-hipófise-ovário-útero),
impossibilitando a menstruação.
Já a osteoporose na mulher praticante de atividade física –
tanto para competições ou não, é consequência da cadeia dos fatores já citados
como a disfunção menstrual e a alimentação inadequada, e consiste em uma doença
na qual ocorre uma redução da massa óssea, tornando maior o risco de fraturas.
É fundamental um maior conhecimento dos riscos
dessa tríade por parte de médicos, nutricionistas, atletas, pais e técnicos
esportivos para uma prevenção precoce e um tratamento eficaz. O tratamento
baseia-se principalmente na redução geral do programa de treinamento, na
correção de hábitos alimentares e na terapia de reposição hormonal.
Postado por Letícia Andrade e Vivian Giubine
Referências
LEITÃO, M.
B. et al. Posicionamento oficial da
Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v.6, n.6, p. 215-220,
nov./dez. 2000.
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