terça-feira, 24 de abril de 2012

Mulheres, Exercícios Físicos e Níveis Hormonais





        A prática de atividade física regularmente, realizada de maneira correta e associada a ingestão alimentar adequada, não interfere na função hormonal da mulher,  e consiste em um importante instrumento para ganho de massa óssea, capaz de fazer de prevenir a osteoporose pós-menopáusica.

        As diferentes fases do ciclo menstrual parecem não interferir no desempenho durante as atividades. Inclusive, alguns trabalhos sugerem o alívio dos sintomas pré-menstruais em mulheres que se exercitam regularmente.

        Atualmente, a chamada tríade da mulher atleta é uma síndrome que ocorre não somente em mulheres que praticam exercícios de competição, mas acomete cada vez mais adolescentes e mulheres praticantes de atividade física recreacional. É caracterizada por: distúrbios alimentares, amenorreia (ausência de menstruação) e osteoporose. Por trás dos sinais e sintomas verifica-se a pressão social por padrões estéticos diferentes das características naturais de cada uma.

        No cenário esportivo, as atletas de maior risco para desenvolver essa síndrome são aquelas que participam de esportes que valorizam a manutenção de um baixo peso corporal, como ginástica, patinação artística, saltos ornamentais e dança, ou de modalidades como a corrida de longa distância e ciclismo.

        Os distúrbios alimentares podem ser caracterizados pela restrição da ingestão alimentar, anorexia, bulimia e outras. Tais distúrbios podem ser causas de importantes alterações do metabolismo corporal, principalmente se associados a um treinamento físico inadequado.

        A causa da amenorreia relacionada ao exercício físico não está completamente esclarecida. Porém as hipóteses mais fortes são de que a produção de endorfinas e seus níveis aumentados no treinamento diário, possam inibir a produção do hormônio liberador das gonadotrofinas  (GnRH), e com isso impedir todo o eixo hormonal feminino (hipotálamo-hipófise-ovário-útero), impossibilitando a menstruação.

        Já a osteoporose na mulher praticante de atividade física – tanto para competições ou não, é consequência da cadeia dos fatores já citados como a disfunção menstrual e a alimentação inadequada, e consiste em uma doença na qual ocorre uma redução da massa óssea, tornando maior o risco de fraturas.  

        É fundamental um maior conhecimento dos riscos dessa tríade por parte de médicos, nutricionistas, atletas, pais e técnicos esportivos para uma prevenção precoce e um tratamento eficaz. O tratamento baseia-se principalmente na redução geral do programa de treinamento, na correção de hábitos alimentares e na terapia de reposição hormonal.


Postado por Letícia Andrade e Vivian Giubine

Referências

LEITÃO, M. B. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v.6, n.6, p. 215-220, nov./dez. 2000.

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