O ácido fólico é a vitamina B9 do
complexo B, abundante nas folhas verdes (daí o nome fólico). Folato é um termo
genérico para os compostos que têm atividade vitamínica similar a do ácido
pteroilglutâmico e é a forma da vitamina naturalmente encontrada nos alimentos (Krishnaswamy
e Nair, 2001). Ácido fólico é a forma sintética do folato, encontrada em
suplementos vitamínicos e alimentos fortificados (Bailey, 2000). Sua
importância foi descoberta há cerca de 70 anos, quando foi verificado que a
anemia gestacional podia ser tratada com extrato de levedura. Nele foi
identificado o folato, que mais tarde foi extraído das folhas do espinafre.
As principais fontes alimentares de
ácido fólico são espinafre, feijão branco, aspargos, verduras de folhas
escuras, couve de bruxelas, soja e derivados, laranja, melão, maçã, brócolis,
gema de ovo, fígado, peixes, gérmen de trigo, salsinha, beterraba crua,
amendoim, mas em quantidades insuficientes para suprir as necessidades da
mulher que deseja engravidar. O cozimento prolongado dos alimentos pode
destruir até 90% do seu conteúdo em ácido fólico.
O folato age como coenzima em várias
reações celulares fundamentais e é necessário na divisão celular devido ao seu
papel na biossíntese de purinas e pirimidinas e na transferência de carbonos no
metabolismo de ácidos nucléicos e aminoácidos. Em geral, o crescimento rápido e
as multiplicações celulares, aspecto central do desenvolvimento fetal, requerem
um suprimento adequado de folato (Krishnaswamy e Nair, 2001). Na gestação,
previne defeitos de fechamento do tubo neural como anencefalia e espinha bífida
além de lábio leporino e fenda palatina, malformações cardíacas e do trato
gênito-urinário. A suplementação de folato deve ser iniciada antes da
concepção, pois o tubo neural, estrutura precursora do cérebro e da medula
espinhal, se fecha entre 22º e 28º dias após a concepção. O fechamento deste
tubo é essencial para a formação da calota craniana e da coluna vertebral.
As mulheres que tomam o ácido fólico
depois do resultado do teste de gravidez correm o risco desta anomalia já estar
em desenvolvimento pois a época de aparecimento deste tipo de malformação é
muito precoce. A época do estabelecimento dos diversos tipos de malformações fetais
é:
– Defeitos do tubo neural – 28 dias;
– Defeitos do septo ventricular
cardíaco – 42 dias;
– Lábio leporino – 36 dias;
– Fenda palatina – 47 a 72 dias.
O ácido fólico é ainda essencial no
metabolismo da homocisteína, aminoácido tóxico para o endotélio capilar, mantendo
seus níveis normais. A elevação dos níveis de homocisteína pela deficiência de
folato é associada a risco cardiovascular. Durante a gravidez, o folato
interfere com o aumento dos eritrócitos, o alargamento do útero e o crescimento
da placenta e do feto (Scholl e Johnson, 2000).
Diversos estudos apontam a associação
entre a deficiência do ácido fólico com anemia megaloblástica, câncer do cólon,
leucemia, doenças mieloproliferativas e algumas enfermidades crônicas da pele.
Ainda glossite, perda de apetite, diarréia, mal estar geral e deterioração
mental. Em gestantes, além de mal formação fetal são relatados prematuridade e
baixo peso ao nascimento.
Crianças de 1 a 3 anos necessitam
ácido fólico para o crescimento. O crescimento fetal consome ácido fólico materno.
Alcoolistas, ingerindo apenas calorias vazias do álcool, desenvolvem múltiplas
deficiências. Neles, a falta de ácido fólico é potencializada porque o álcool
age como antagonista do seu metabolismo. Pacientes com doenças inflamatórias
crônicas do trato digestivo podem apresentar má absorção de ácido fólico. Quando
a necessidade aumentada não é compensada pela ingestão da vitamina, como em
fase de crescimento, gestação e lactação haverá deficiência de folato.
Alcoolismo, mal absorção, diálise e doença hepática são outras causas de
deficiência de folato. As medicações que interferem com a utilização do folato
incluem: drogas antiepilépticas (DAE) como fenitoína, carbamazepina e barbitúricos
além de metformina (usado no tratamento de diabetes), sulfasalazina (doença de
Crohn e colite ulcerativa), triamtereno (um diurético), metotrexate (um
imunossupressor), entre outras.
Postado por: Christiana Nastari
Referência: NASSER, C.; NOBRE, C.;
MESQUITA, S.; RUIZ, J. G.; CARLOS, H. R.; PROUVOT, YACUBIAN, E. M. T. Semana da
Conscientização Sobre a Importância do Ácido Fólico. J Epilepsy Clin
Neurophysiol; 11(4):199-203, 2005.
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