sábado, 27 de setembro de 2025


Alimentação e queda de cabelo: qual é a relação?

Por: Daniela Ribeiro




   A queda de cabelo é uma queixa comum tanto entre homens quanto entre mulheres, e embora muitos fatores possam estar envolvidos — como genética, estresse, alterações hormonais e uso de produtos químicos — a alimentação tem ganhado destaque como um componente importante para a saúde capilar. Isso porque os fios de cabelo são estruturas metabolicamente ativas e altamente dependentes de nutrientes para crescerem de forma saudável.

Diversas pesquisas científicas demonstram que deficiências nutricionais podem desencadear ou agravar diferentes tipos de queda de cabelo, como o eflúvio telógeno (queda difusa temporária) e até formas de alopecia não cicatricial. Entre os nutrientes mais estudados estão o ferro, vitamina D, zinco, selênio, proteínas e vitaminas do complexo B.

Por exemplo, baixos níveis de ferro e ferritina (a forma de armazenamento de ferro no organismo) têm sido associados ao aumento da queda de cabelo, especialmente em mulheres. O ferro é essencial para a oxigenação dos tecidos, incluindo os folículos capilares. Já a vitamina D, conhecida por sua ação imunomoduladora, também tem papel importante na regulação do ciclo do cabelo e na saúde dos folículos. Níveis baixos dessa vitamina são frequentemente encontrados em pacientes com diferentes formas de alopecia.

Além disso, proteínas são fundamentais para a síntese da queratina, principal componente estrutural do fio capilar. Dietas muito restritivas ou com baixa ingestão proteica podem levar à interrupção da fase de crescimento dos fios, resultando em queda. Minerais como zinco, cobre e selênio também participam de processos antioxidantes e enzimáticos necessários para o crescimento e manutenção dos cabelos.

Por outro lado, o excesso de certos nutrientes — como a vitamina A ou o selênio — pode causar o efeito contrário e induzir queda de cabelo, mostrando que tanto a deficiência quanto o excesso podem ser prejudiciais.

Estudos mais recentes sugerem que não apenas nutrientes isolados, mas o padrão alimentar como um todo influencia a saúde capilar. Dietas equilibradas, ricas em alimentos in natura e com boa densidade nutricional, parecem proteger contra a queda, enquanto padrões alimentares ricos em bebidas açucaradas, alimentos ultraprocessados ou álcool foram associados a maior risco de perda capilar.

Por isso, antes de recorrer a suplementos por conta própria, é essencial investigar possíveis deficiências por meio de exames e contar com a orientação de um profissional da saúde. A alimentação equilibrada continua sendo uma das formas mais eficazes e seguras de manter os cabelos saudáveis e fortalecer os fios de dentro para fora.



Fontes:

  • Almohanna, H. M., Ahmed, A. A., Tsatalis, J. P., & Tosti, A. (2019). The role of vitamins and minerals in hair loss: a review. Dermatology and Therapy, 9(1), 51–70. https://doi.org/10.1007/s13555-018-0278-6

  • Jung, J. Y., Roh, W. J., Kim, K. B., & Kwon, O. S. (2024). The association between dietary factors and hair loss: A systematic review. Clinical Nutrition, 43(3), 1133–1143. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/40836838

  • Goluch-Koniuszy, Z. S. (2016). Nutrition of women with hair loss problem during the period of menopause. Przeglad Menopauzalny = Menopause Review, 15(1), 56–61. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27881939

  • Le Floc’h, C., Cheniti, A., Connétable, S., Piccardi, N., Vincenzi, C., & Tosti, A. (2015). Effect of a nutritional supplement on hair loss in women. Journal of Cosmetic Dermatology, 14(1), 76–82. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25697873

  • Bregy, A., & Trueb, R. M. (2008). No improvement in hair growth after treatment with selenium and zinc in patients with telogen effluvium: a pilot study. Dermatology Research and Practice. https://doi.org/10.1155/2008/470425

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