Privação de sono altera hábitos alimentares
Estudos mostram que quando alguém dorme pouco, há um aumento na fome, especialmente de alimentos calóricos ou ultraprocessados. Isso pode gerar ganho de peso e alterar hormônios ligados à saciedade, como a leptina e a grelina. SciELO SP+2SciELO+2-
Consumo de ultraprocessados, fast food e lanches
Adolescentes com sono insuficiente tendem a consumir mais lanches e alimentos ultraprocessados. Esse padrão pode agravar a qualidade do sono. SciELO SP -
Alimentos com triptofano e melatonina
Triptofano é um aminoácido precursor da serotonina, que por sua vez ajuda na produção da melatonina — hormônio-chave para regular o ciclo sono-vigília. Alguns estudos concluem que uma dieta que contenha alimentos ricos nesses compostos pode favorecer melhora no sono. Revista RSD -
Inflamação e dieta inflamatória
O potencial inflamatório da dieta pode interferir na qualidade do sono. Mas há estudos brasileiros recentes mostrando que, pelo menos em certos grupos (ex: universitários de nutrição), uma dieta inflamatória não se associou diretamente à pior qualidade do sono. Isso pode depender do contexto, dos marcadores usados e das diferenças individuais. SciELO+1 -
Fatores de risco associados
Além da dieta, estudos apontam que sobrepeso/obesidade, comportamento sedentário, falta de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo e doenças como hipertensão também se relacionam com queixas de sono. Esses fatores geralmente interagem com a alimentação. SciELO SP+1
Recomendações práticas para quem sofre de insônia
Aqui vão algumas dicas, baseadas nesses achados, que podem ajudar:
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Incluir alimentos ricos em triptofano (ex: carnes magras, ovos, oleaginosas, etc.) para favorecer a produção de serotonina e melatonina.
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Evitar refeições muito pesadas ou gordurosas perto da hora de dormir, para não atrapalhar a digestão.
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Reduzir o consumo de ultraprocessados, açúcar e alimentos com alto potencial inflamatório.
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Manter um horário de sono regular, reduzir estímulos como luz de telas, cafeína ou bebidas estimulantes no final do dia.
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Praticar atividade física regularmente — mesmo moderada — para melhorar o metabolismo e ajudar no relaxamento.
Limitações e o que ainda se precisa estudar
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Muitos estudos são transversais, ou seja, observam associações em um ponto no tempo, mas não garantem causa e efeito.
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Há variação entre as populações estudadas (idade, local, estilo de vida), o que significa que o que funciona bem para um grupo pode não ter o mesmo efeito em outro.
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É preciso mais pesquisa longitudinal para ver o impacto de mudanças alimentares no padrão do sono ao longo do tempo.
Conclusão
A alimentação pode ter influência significativa na qualidade do sono: tanto negativa — via consumo de ultraprocessados, refeições inadequadas, inflamação — quanto positiva — com nutrientes como triptofano, melatonina natural, controle do peso, entre outros. Embora não exista uma “receita universal”, ajustar os hábitos alimentares é uma estratégia relevante e complementar para quem busca combater a insônia.
Referências científicas
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Duração do sono, excesso de peso e consumo de alimentos ultraprocessados em adolescentes no Brasil. SciELO SP
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A dieta inflamatória não está associada à qualidade do sono de estudantes universitários adultos jovens. SciELO
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Alimentação rica em melatonina e triptofano no combate à insônia — revisão bibliográfica. Revista RSD
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Prejuízos nutricionais e distúrbios no padrão de sono — revisão integrativa. SciELO
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Problemas com o sono e fatores associados na população brasileira — Pesquisa Nacional de Saúde. SciELO SP
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