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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Aproveitamento integral dos alimentos: contribuindo com a sustentabilidade.


O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Em 2010, o foi o terceiro maior exportador de produtos agrícolas. Em contrapartida, também está entre os 10 países que mais desperdiçam alimentos. 

Diariamente, desperdiçamos o equivalente a 39 mil toneladas de alimentos por dia, quantidade que seria suficiente para alimentar 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e janta. Esta semana, a ONU alertou que 750 mil pessoas na Somália podem morrer de fome nos próximos quatro meses. A alimentação é um dos direitos estabelecidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (Artigo XXV). 

Além do problema da fome, o desperdício de alimentos contribui para agravar outro problema: o aumento do lixo. Estima-se que, em 2010, o brasileiro produziu sozinho a média de 378 kg de lixo, sendo a maior parte lixo orgânico. 

O lixo é um problema para as cidades, sendo que a maioria não o trata de maneira adequada, descartando-o em terrenos a céu aberto, sem nenhum controle. Nessas condições, o lixo contamina o solo e também a água e pode provocar problemas de saúde até em populações que vivem longe dessas áreas. 

A sustentabilidade pode ser resumida na capacidade de suprirmos nossas necessidades sem prejudicar as gerações futuras e isso se aplica a qualquer empreendimento humano, de um país a uma família. 

Assim, ao reduzirmos o desperdício de alimentos, estaremos contribuindo para um mundo sustentável. Podemos conseguir isso através de ações fáceis e simples na nossa cozinha. Uma delas é aproveitar os alimentos integralmente, ou seja, utilizar as partes não convencionais (talos, cascas e folhas). Além de contribuir para reduzir o lixo que produzimos, ao aproveitarmos os alimentos integralmente, estaremos também usufruindo de uma alimentação rica em nutrientes, pois grande parte das cascas e talos são ricos em vitaminas e minerais, muitas vezes em maiores concentrações do que a parte da polpa. 

Seguem algumas dicas: 

- Aproveite os talos em refogados, temperos, sopas, recheios de tortas e o que sua imaginação permitir; 

- As folhas da cenoura podem ser utilizadas em bolinhos ou no lugar da salsinha, as da beterraba podem virar salada ou serem refogadas ao alho e óleo; 

- As folhas do brócolis e da couve-flor podem ser cortadas fininhas e refogadas ao alho e óleo, ficando parecidas com a couve-manteiga. Os talos do brócolis podem ser aproveitados para fazer purê e bolinhos; 

- As cascas da batata, mandioquinha, nabo, cenoura ou beterraba, podem ser assadas ou fritas em óleo quente e servidas como aperitivo; 

- A abobrinha e a berinjela podem ser preparadas com a casca, assim como o pepino; 

- As sementes de abóbora ou melão podem ser colocadas para secar e torradas no forno; 

- As cascas das frutas podem ser utilizadas em bolos, doces, geléias e sucos; 

- Sobras de pão podem virar pudim, torrada, farinha de rosca e rabanada; 

- As aparas de carnes podem ser utilizadas em sopas; 

- A cabeça do peixe e as espinhas podem ser utilizadas para fazer pirão e bolinho; 

Enfim, são muitas as opções de receitas e variações com esses alimentos que muitos consideram lixo, é só usar a criatividade! 

Bolinho de talos, folhas ou cascas (fonte: Banco de Alimentos e Colheita Urbana)

Ingredientes
• 1 xícara (chá) de talos, folhas ou cascas bem lavadas e picadas
• 2 ovos
• 5 colheres (sopa) de farinha de trigo
• 1/2 cebola picada
• 2 colheres (sopa) de água
• sal a gosto
• óleo para fritar

Modo de Preparo
Bater bem o ovo e misturar o restante dos ingredientes. Fritar os bolinhos às colheradas em óleo quente. Escorrer  em papel absorvente. Podem ser usadas: talos de acelga, couve, agrião, brócolis, couve-flor, folhas de cenoura, beterraba, nabo, rabanete, ou cascas de chuchu.

OBS.: No caso dos talos da couve, couve-flor e brócolis recomenda-se dar uma pré-fervura antes do preparo. Aproveitar esta água do cozimento dos talos para outras preparações (arroz, sopa etc.).

Postado por: Marcelle Comenale

Fontes consultadas:

Banco de Alimentos e Colheita Urbana: Aproveitamento Integral dos Alimentos. Rio de Janeiro: SESC/DN, 2003. 45 pág. (Mesa Brasil SESC Segurança Alimentar e Nutricional). Programa Alimentos Seguros.

LANDIM, Raquel. Brasil já é o terceiro maior exportador agrícola do mundo. O Estado de São Paulo, 05 mar. 2010.

SPITZCOVSKY, Débora. Produção de lixo cresce seis vezes mais do que população. Planeta Sustentável, 27 abr. 2011.

O GLOBO. ONU alerta que 750 mil podem morrer de fome na Somália, onde 4 milhões já são afetados. O Globo, 05 set 2011.

PORTAL G1. Faltam aterros sanitários no Brasil. Jornal Nacional, 07 mai 2010
JACQUES, Elis. Saiba como ser sustentável na cozinha. Atitude Sustentável, 04 jul 2011.

CABRERA, Luiz Carlos. Afinal, o que é sustentabilidade?. Revista Você S/A. Editora Abril, mai 2009.

Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Carboidratos e Desempenho Atlético

                          


Edward F. Coyle

Embora poucos discordem de que os carboidratos sejam um componente vital na dieta dos atletas, ainda há dúvidas sobre como tirar o maior proveito deles através da dieta.

Os amidos encontrados nos vegetais e cereais são digeridos e absorvidos pela corrente sangüínea em forma de glicose, o único tipo de carboidrato utilizado diretamente pelos músculos para obtenção de energia.

A sacarose (açúcar de mesa) é desdobrada em glicose e frutose durante o processo absortivo no intestino delgado, onde todos os carboidratos são ingeridos.

Quando o glicogênio é degradado no músculo, a energia pode ser liberada em taxas capazes de permitir uma aceleração metabólica de até 150% da captação máxima de oxigênio. Em comparação, a energia obtida de gorduras não pode ser liberada de modo suficientemente rápido para permitir que uma pessoa se exercite em níveis além de 50% da captação máxima de oxigênio (corrida lenta). O principal "combustível" para o exercício intenso é o glicogênio muscular, não a gordura. Quando a concentração de glicogênio muscular é normal, a energia presente é mais do que suficiente para abastecer os treinos da maioria dos atletas e outras atividades com 90-120 min. de duração. Após 1h a 3 h de corrida contínua, ciclismo ou natação, há 65-80% da captação máxima de oxigênio, ou após sprints (80-95% ou mais da captação máxima de oxigênio), as reservas de glicogênio muscular podem ser depletadas. Aparentemente, o consumo de alimentos com carboidratos durante tais exercícios melhora o desempenho, uma vez que fornecem uma fonte adicional de energia.

A ingestão de carboidratos durante o exercício retarda a fadiga em até 30-60 min., ao permitir que os músculos em atividade dependam, basicamente, da glicemia para a obtenção de energia ao final do exercício e não poupando o glicogênio muscular. Embora os atletas possam ficar hipoglicêmicos, ou seja, apresentar um quadro de baixa glicemia, menos de 25% sofrem de sintomas, como tonturas e náuseas. A maioria dos atletas costuma apresentar, em primeiro lugar, fadiga muscular local. O consumo de carboidratos não evita a ocorrência de fadiga, apenas a retarda.



Carina Ferreira de Melo e Marília Cremonezi