A procura pelo suplemento alimentar perfeito para melhorar a performance é muito grande e, recentemente, a creatina monohidratada tem sido o suplemento de escolha dos atletas, sendo utilizada no trabalho de força como aumento da potência anaeróbia, redução do índice de fadiga e seus efeitos na hipertrofia.
A creatina é um peptídeo formado por arginina, metionina e glicina, e é sintetizada por vários órgãos como fígado, rins, cérebro, pâncreas, entre outros e 95% está localizada no músculo esquelético. A fosfocreatina (PCr) é o depósito de ligações de fosfato de alta energia mais abundante no organismo. É três vezes mais abundante que o ATP.
Quando o ATP começa a ser utilizado, a energia presente na PCr é transferida de volta para o ATP e o que resta é a creatina. Este peptídeo está presente em sua maior parte no músculo esquelético e seu pool (reservatório) é de 120-140g em uma pessoa de aproximadamente 70kg. Além disso, é utilizada nos primeiros 10 segundos de esforço físico e, com isso, entende-se que é um “combustível” para atividades anaeróbias, ou seja, de explosão.
Estudos têm apontado a creatina como um ergogênico seguro, sem contra-indicações a curto prazo. Em estudo duplo cego randomizado realizado com vinte atletas profissionais de mountain bike entre 18 e 34 anos, os mesmos foram divididos em dois grupos iguais: placebo (PLA) e experimental (CRE). Antes e depois da suplementação com a creatina, os atletas foram submetidos a um treino que consistia em um leve aquecimento e, em seguida, pedalar por 30 segundos na maior velocidade possível. Foi relatado um aumento na potência pico e redução do índice de fadiga depois da suplementação no grupo CRE, sem mudanças significativas no grupo PLA.
Semelhantemente, outro estudo duplo-cego randomizado relata aumento da capacidade total de força pós-suplementação. Neste, dezoito universitários com idade entre 19 e 25 anos foram separados em dois grupos: creatina (A) e placebo (B). Ambos os grupos foram testados em relação à capacidade de força máxima e submetido a oito semanas de treinamento de força por oito semanas. Houve alterações significativamente maiores entre os testes pré e pós-suplementação nos resultantes de força máxima dinâmica de supino fechado, desenvolvimento e agachamento no grupo A, comparativamente. Foi constatada também uma diferença significativa no ganho de peso entre esses dois grupos, havendo maior ganho no grupo A.
Conclui-se que a creatina possivelmente causa um efeito ergogênico relacionado a trabalho anaeróbio, além de estimular a hipertrofia muscular em atletas e praticantes de atividade física. Isto ocorre porque ela reduz a fadiga muscular e aumenta o pico de força. Este tipo de suplementação é um aliado aos atletas que procuram um melhor desempenho físico neste tipo de atividade. Porém por outro lado, os efeitos ergogênicos deste suplemento em atividades aeróbias ainda são pouco discutidos e mostram-se ineficientes, sendo necessário verificar um profissional nutricionista para indicar corretamente suplementos que aumentam o rendimento na atividade física dos indivíduos.
Postado por: Barbara Bernardes e Débora Soares
Referências
MOLINA, Guilherme E.I; ROCCO, Guilherme F.; FONTANA, Keila E. Desempenho da potência anaeróbia em atletas de elite do mountain bike submetidos à suplementação aguda com creatina. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol.15 ,no.5, Niterói, set./out., 2009.
GRAEF, Jennifer L. ; SMITH, Abbie E.; KENDALL, Kristina L.; FUKUDA, David H.; MOON, Jordan R.; BECK, Travis W.; CRAMER, Joel T.; STOUT, Jeffrey R. The effects of four weeks of creatine supplementation and high-intensity interval training on cardiorespiratory fitness: a randomized controlled trial. Journal of the international society of sports nutrition, v. 6, Nov. 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário