Produzido no hipotálamo, a ocitocina também é responsável
pelas contrações uterinas que ocorrem durante o trabalho de parto normal. A
amamentação tem duas principais funções: causa a contração de glândulas que
produzem o leite, estimulando a sua liberação, e reforça o vínculo afetivo
entre mãe e filho.” As ciências biológicas desde os anos 90 ,
mostravam em pesquisas que a primeira hora seguinte ao parto é um período
crítico no desenvolvimento de capacidade de amar. Enquanto a mãe e seu recém
nascido estão próximos um do outro após o parto, eles ainda não eliminaram de
seu sistema os hormônios que ambos secretaram durante o processo do parto.
Estes hormônios estão envolvidos em qualquer aspecto do amor.
Há um hormônio
do amor, e também um sistema de recompensa que opera cada vez que nós, animais
sexuais, fazemos alguma coisa que é necessária para sobrevivência da espécie. Agora
sabemos que ocitocina é um hormônio que está envolvido em qualquer
aspecto do amor.
Até recentemente, se pensava que a ocitocina fosse um hormônio
feminino cuja única função fosse estimular as contrações do útero durante o
parto e expulsão, e as contrações dos seios durante a lactação. Agora ela é
vista como um hormônio feminino e masculino envolvido em todos os diferentes
aspectos da vida sexual.O papel da ocitocina durante a excitação sexual vem à
tona. É claro que uma liberação de ocitocina é necessária durante o parto; os
obstretas já sabem disso há muito tempo. Mas até agora eles não tinham se interessado
no pico de ocitocina que é liberada logo após o nascimento do bebê.Foi recentemente demonstrado
que assim que a mãe ouve um sinal de seu bebê com fome, seu níveis de ocitocina
aumenta. Um paralelo pode ser feito com a excitação sexual que começa antes que
haja qualquer estimulação da pele.
Em resumo diriamos
que pessoas que produzem menor quantidade de ocitocinas têm dificuldade em
permanecer muito tempo apaixonadas. Liderada por essas moléculas, a química
sexual dura em média 2 anos. Esse é o tempo da paixão(segundo a ciência). O
amor surge quando a ocitocina toma o lugar das endorfinas. O desejo dá lugar à
ternura. Mas, os psicológos afirmam que a bioquímica não faz tudo sozinha.
Manter a relação depende também da razão, compreensão, habilidade e até do
contexto histórico. Seria a ciência a comprovar o amor eterno?
Assim, parece
legítimo que o conceito de amor seja entendido também em suas bases
neurofisiológicas. Esch e Stefano (2005) consideram o amor como um complexo
neurobiológico baseado na confiança, em crenças, no prazer e na recompensa,
envolvendo necessariamente o sistema límbico. Considera-se que esse processo envolva
a atuação da ocitocina,. De forma geral, pode-se admitir que, basicamente, o
estabelecimento de vínculos saudáveis depende de sentimentos de confiança
aliados a certo grau de recompensa prazerosa. O sentimento de confiança baseado
na relação com o outro a condição essencial para a sustentabilidade da vida,
pelo menos na maioria dos mamíferos. Entretanto, entende-se que, sem o suporte
e o desenvolvimento de substratos fisiológicos (neurotransmissores e
hormônios), o ser humano não conseguiria dar conta de produzir um meio social e
cultural. Quanto mais complexos são os comportamentos de uma espécie, mais
dinâmico e versátil deve ser seu sistema neurotransmissor e hormonal. E, dessa
maneira, conclui-se que a ocitocina se comporta também como um neuromodulador
atuando em áreas centrais, participando, juntamente com outros hormônios e neurotransmissores,
na modulação de comportamentos essenciais para que se produzam vínculos sociais
e amorosos, bem como, posteriormente, na manutenção desses vínculos.
Postado por: Keite Lago
REFERÊNCIAS
ANDRADE JR., M. C. Aspectos evolutivos dos hormônios.
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São
Paulo, v. 46, n. 3, p. 291-298, jun. 2002.
ARGIOLAS, A.; MELIS,
M. R. The neurophysiology of the
sexual cycle. J. Endocrinol. Invest., v. 26, n. 3, p.
20-22, 2003.
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