sábado, 2 de junho de 2012

ESCOLIOSE IDIOPÁTICA




Escoliose Idiopática

A palavra escoliose tem origem no grego e significa curvatura. É o desvio lateral da coluna vertebral, não fisiológica, a qual é acompanhada por uma rotação dos corpos vertebrais para o lado convexo da curvatura. Ela é uma afecção de crescimento e provém sempre de um desequilíbrio segmentar, que a fisiologia estática deve compensar. A escoliose idiopática não tem cura e sim controle, ou seja, é necessário um tratamento precoce para ela.
A escoliose gera sequelas posturais, psíquicas, neurovegetativas e o mais importante, piora a qualidade de vida do paciente. Ela pode apresentar em forma de “C”, em forma “S”, podendo ou não ter curvatura secundária ou compensatória. Uma maneira prática de conseguirmos verificar se uma escoliose está compensada ou não é se o fio de prumo passa pela base do occipital e o sacro.


Etiologia e Classificação:

Escoliose Não Estrutural: é uma deformidade da coluna vertebral onde não ocorrem alterações estruturadas de seus elementos, como vértebra, ligamentos e discos intervertebrais. Em geral não é progressivo e a coluna mantém uma flexibilidade normal tanto clínica quanto radiológica por longos períodos. Ela é secundária a uma doença de base como encurtamento do membro inferior, irritação de raiz nervosa, doenças inflamatórias. Ou infecciosas, tumores, etc. Em geral regride com o tratamento da doença de base.

Escoliose Estrutural: é uma deformidade da coluna vertebral em que ocorrem alterações estruturadas de seus elementos. Basicamente três fatores contribuem para que isso ocorra. Primeiro, uma deformidade rotatória complexa do corpo vertebral, com alteração de sua forma no plano axial. Segundo, um encunhamento dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. Terceiro, retração dos tecidos moles do lado côncavo da curva. Frequentemente é progressiva e não se corrige com manobras de inclinação lateral do tronco, tanto do ponto de vista clínico quanto radiológico. Clinicamente, caracteriza-se pela presença de gibosidade costal ou lombar do lado convexo da curva, que é causada pela rotação da coluna vertebral.


                                                              Classificação por idade

·      Idiopática Infantil: de 0 a 3 anos.
·      Idiopática Juvenil: de 3 a 10 anos.
·      Idiopática Adolescente: acima de 10 anos.


Medida da curvatura pelo método de John Cobb

Traça-se uma linha paralela à borda superior da vértebra mais superior, mais inclinada para a concavidade e outra paralela também na borda inferior da vértebra mais inferior, onde ocorra a maior inclinação para a concavidade da curvatura. O ângulo formado pelo encontro dessas linhas é o ângulo da curvatura da escoliose


TRATAMENTO

Até 20º observação e fisioterapia

20 a 40º tto conservador, Indicação:

·      ângulo de até 40º
·      flexibilidade lateral de mais de 40%
·      potencial de crescimento com máximo Risser III


Acima de 40º tto cirúrgico, Indicação:

·      ângulo acima de 40º
·      curvas rígidas com  flexibilidade menor de 40%
·      potencial de crescimento Risser IV ou V

Tratamento conservador:

Colete de Milwaukee:  usa até para o crescimento,  23h/dia,  não corrige a curva,  impede a progressão.

Fisioterapia:  Técnicas de Reeducação Postural, Fortalecimentos, Alongamentos e etc.

Tratamento Cirúrgico: Artrodese
Curva flexível: vai direto para cirurgia
Curva Rígida: tração halo-femoral prévia
Cirurgia via anterior (discectomia)
Cirurgia via posterior (artrodese com osteossíntese)

Pós –operatório: colete (4/6 sem)
Após 2 meses: alongar isquiotibiais, flexores quadril e para vertebrais, fortalece abdômen.
Após 6 meses: exercício mais intenso para tronco.
Após 1 ano: liberação para esportes.

Complicações: quebra/solta da haste, infecções, pseudoartrose, lesões neurológicas.


Postado por Dr. Rogerio Nascimento.


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